Capítulo 14

CLAIRE

Depois de nos despedirmos da Dani, vamos em direção a saída da balada, ainda de mãos dadas. E me sinto muito bem ao seu lado, queria que o tempo parasse nesse momento.

- Eu vim de carro. Está ali. É o carro do meu irmão\, já que o meu está em outra cidade. Vamos? - Ele diz apontando para um carro muito bonito\, parecia ser bem caro.

- Sim\, vamos. - Entramos no carro e vou guiando-o para minha casa.

Mas em alguns momentos, sinto o olhar de Taichi em mim.

- É aquela ali. – Digo apontando para minha simples casa. – Obrigada por me trazer Taichi\, me divertir muito.

- Você ainda não me deu a minha resposta? - Ele diz parando o carro em frente à minha casa com um pequeno sorriso em seus lábios.

- Me perdoe... eu não posso. - Sinto meu peito apertar\, se ele soubesse o porquê eu não posso.

- Por quê? Você já tem alguém? - Ele me olha enquanto morde seu lábio inferior.

- Não tenho ninguém. - Digo sentindo meus olhos lacrimejar.

- Então por que não pode? Me conta por favor. - Pede passando a mão delicadamente em meus cabelos. - Confia em mim.

Sinto que posso confiar nele, meu peito se aperta porque eu não tenho ninguém nunca para desabafar. Mas não quero deixá-lo preocupado.

- Me conta! Mesmo que seja só para te ouvir\, desabafa comigo. – Ele fala segurando meu rosto para olhar diretamente para ele.

- Tudo bem. Meu pai se envolveu em uma coisa e fugiu e eu vou sofrer as consequências das suas atitudes. – Ele não precisa saber qual serão as consequências.

- Mas o que Ele fez? – Ele me olha com uma cara de quem não esperava ouvir isso.

- Taichi\, eu agradeço a Deus por me dá a oportunidade de te ver novamente\, eu queria muito te ver. – Minha voz cada vez sai mais embargada\, me seguro muito para não chorar.

- Por que sinto como se você estivesse indo embora? – Ele olha dentro dos meus olhos e vejo como ele está preocupado nesse momento.

- Muito obrigada por tudo. Eu peço a Deus para que na próxima vida a gente se encontre novamente. - Digo saindo do carro. Mas sinto sua mão me impedindo de sair.

- Espera\, me fala o que está acontecendo. Eu quero ficar com você. Eu quero poder te ajudar se for preciso. – Eu olho para ele e vejo em seus olhos começar a formar lágrimas\, preciso sair agora se não\, não conseguirei ficar longe dele.

- Tchau\, Taichi. - Dou um beijo em seu rosto e saio em direção a minha casa. Olho para trás e vejo ele ainda parado dentro do carro olhando para o nada. Puxo o portão e entro dentro de casa.

Encosto na porta e sinto as lágrimas tomarem todo o meu rosto. Minhas pernas vão enfraquecendo e observo que já estou sentada no chão gelado.

- Droga! Como eu queria ficar ao seu lado\, sentir seu toque\, sentir seus lábios. Mas não posso fazer isso com ele.

Segunda é último dia do mês, provavelmente eles vão vir atrás de mim, vou pegar o resto do meu dinheiro e pagar o que devo e seguir o meu destino.

___

Passei todo esse final de semana, fazendo coisas que gosto.

Ouvindo música, comendo doces que eu mesma fiz e até cheguei a pedir pizza. Uma

coisa que não como a muito tempo.

Já estou aqui no trabalho e sei que será meus últimos momentos. Decido ir logo falar com o chefe, já está quase acabando o expediente.

- Senhor\, será que posso falar com o senhor por um momento? – Digo chegando perto dele.

- Pode sim\, vamos ali no escritório.

Fomos em direção ao seu escritório, ele se senta na cadeira atrás de sua grande mesa e eu fico em pé mesmo.

- Pode falar Claire.

- Senhor\, receio que não vou poder vir a partir de amanhã. – Falo com a cabeça baixa.

- Por quê? Aconteceu alguma coisa? – Ele diz se levantando da cadeira e me olhando com um olhar de preocupação.

- Senhor... eu... – Sou interrompida\, pois sinto um abraço de carinho dele e nem tinha percebido que as lágrimas já haviam tomado meu rosto\, que sofrimento. Não entendo como fui chegar nesse buraco.

- Claire\, me diz. O que seu pai fez agora?

- Como sabe do meu pai? – Desfaço do abraço\, olhando para ele surpreendida. Como ele sabe dele?

- Teve um dia que ouvi você chorando no depósito\, e vi as marcas no seu braço. Suspeitei dele e como você mora só com seu pai\, de que ele pudesse estar te maltratando. Mas como nunca presenciei e você nunca falou nada

eu não pude fazer nada. E não pensei que fosse namorado, porque nunca vi você com ninguém. Eu sou homem, mas sou observador.

- Eu não sei o que fazer... Estou desesperada.

- Precisa de quê? Eu vou te ajudar – Eu não posso meter ninguém nisso. Eu nego com a cabeça para não dar a informação para ele. - Me diz!

- Me perdoe Senhor\, não posso falar. Só quero dizer que não vou vir a partir de hoje. – Saio daquele escritório abalada e retorno para o salão e volto a atender as pessoas. E eu realmente não consigo encarar ninguém.

Até que por um instante, olho para fora dá loja e vejo os rostos que provavelmente serão os últimos que verei nessa minha vida...

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Comments

Cleidilene Silva

Cleidilene Silva

concordo plenamente, com o que ela ganha com certeza dava pra pagar uma kitnet ainda sobrava,do que adianta ficar com genitor que não se preocupa com o ela precisa ou sente.

2024-05-01

0

Maria das Dores

Maria das Dores

ohhh menina burra tá louco, oq ela paga pra viver com escroto do progenitor dela dava pra viver sozinha até em outra cidade oxi
vai ser burra assim lá nas conchinchina. Ficar sendo espancada, humilhada, maltrada e perseguido sem cometer nenhum erro sai fora

2024-02-20

0

Telma Souza

Telma Souza

ela é abestalhada também. eu que não ficava pra vê. kkkkk ou ia embora. ou falava logo pra todo mundo

2023-09-02

2

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