Descobrindo O Amor
...CLAIRE...
Hoje o dia amanheceu nublado. Infelizmente, os dias têm nascido assim a muito tempo. Eu estudo muito e trabalho ao mesmo tempo tudo isso para me sustentar, pagar a faculdade e ainda sustentar o vício do meu pai.
Na realidade, já tentei ajudar ele. Desde que a minha mãe foi embora, ele se transformou. Só bebe e fuma o dia inteiro. Sinceramente, nem sei se ele faz coisa pior.
Não posso ir contra ele, já que moro em sua casa e se eu não faço o que ele quer meu corpo sofre as consequências.
Ele não era assim. Poderia dizer que era um homem bom, mas parece que sua vida se tornou uma desgraça completa e ele parece me levar para o buraco juntamente com ele.
Eu tive que começar a trabalhar, se não passava fome já que ele não queria mais nem sair de casa. E precisava da luz para estudar. E também, para finalizar minha derrota, não tinha ninguém para recorrer. Ninguém para contar!
Eu decidi que tudo isso basta para mim! Eu só quero mudar minha vida só tenho que aguentar até o final da faculdade, depois disso eu vou embora.
Eu definitivamente, vou embora!
*Flashback*
Noite anterior
— Pai, cheguei! — aviso, adentrando a sala exausta e me sento no sofá. Só me recosto ali com o objetivo de descansar um pouco.
Mas logo vejo meu pai vindo na direção furioso. Nem consigo sentir o estofado tocar minha pele, meu corpo fica rígido imediatamente com sua chegada.
— Onde você estava? — Ele estava com uma expressão horrenda, parecia estar sóbrio. E eu tinha medo quando ele ficava assim.
Óbvio que eu preferia que ele voltasse a ser quem ele era antes disso tudo, mas eu entendia que não era algo que deveria partir de mim e sim dele. E ele já havia dito que não queria!
Eu tinha medo de sua sobriedade, porque ele começava a ficar desesperado para saciar sua sede.
Suas pupilas dilatavam, ele esfregava as mãos uma contra a outra em um movimento frenético e ele ficava inquieto. Um conjunto perfeito, para o meu completo desespero.
Suspiro fundo, tentando manter a calma.
— Estava no trabalho pai. — Digo com uma voz baixa com medo da repreensão.
— Sua mentirosa! Você é uma sem vergonha! Moça direita não chega essa hora em casa. Deve estar se vendendo por sex0. — Ele pega na gola da minha blusa polo e me levanta como se eu fosse nada.
O tecido aperta contra meu pescoço e eu ofego com medo do que vai me acontecer.
— Pai, eu fiquei hoje sozinha na lanchonete, porque a Daniela faltou então tive que fazer tudo sozinha até limpar toda a lanchonete. E por isso, não consegui pegar o ônibus a tempo para chegar em casa. Tive que vir a pé.
— Por favor, me coloca no chão. — Sinto meus olhos começarem a fraquejar. O medo em mim crescia como sempre.
Eu me sentia fraca demais para lutar contra ele.
E então, sinto o meu rosto virar com o tapa que recebi e a minha bochecha queima com a intensidade.
Como ele era forte! Mesmo estando rendido ao vício continuava com uma força descomunal.
Volto para o mundo, quando sinto outro golpe vindo dele. Bem no centro da minha face.
Logo sinto algo escorrer em meu nariz. Era quente e espeço. Já sabia o que era! Não era novidade nenhuma!
Um tapa atrás do outro, podia ser pior. Ou não!?
— É disso que você gosta! — Ele estava em euforia para me punir.
— Já que ganhou o dinheiro hoje se vendendo, eu quero a minha participação no lucro. Me dá logo, quero esquecer que tenho que aturar você.
Ele cessa por um momento a agressão e eu tento dialogar.
— Eu não tenho dinheiro nenhum pai. — Sinto as lágrimas rolarem em meu rosto. Eu tenho essa vida miserável. Eu não sei por que acontece isso comigo. Será que eu mereço realmente isso!?
O meu único objetivo no momento era simplesmente aguentar aquilo e negar a ele que tinha algo.
Eu deveria esconder que tinha dinheiro, já que o que eu tinha naquele momento era para sustentar a gente, nessa vida. Ou melhor, nesse modo sobrevivência que foi ativado no que dizem que se chama vida, já que sobrevivo aqui.
— Me dá logo, porra! — Se exalta gritando e sinto um cheiro diferente vindo dele. Olho em seus olhos e me amedronto. Vejo o puro ódio. Eu nunca tinha o visto nesse nível...
— Eu não tenho dinheiro. Eu jur.. — sou interrompida.
Logo sinto o chão, já que fui arremessada naquele piso gelado e começo a receber socos e pontapés em todas as direções do meu corpo. Tento colocar os meus braços para defender o meu corpo, mas eu sinto que vou desmaiar, já que não consigo me defender devido as direções incalculáveis que vinha as agressões. Ele para de me bater e abaixa próximo a mim.
Vai em direção ao meu bolso da calça e pega o dinheiro que tinha recebido para pagar todas as contas.
Desde sempre eu trabalho nunca soube o que era gastar comigo. E agora ele estava com o valor na mão e eu precisava recuperá-lo para poder pagar o que devia.
Quando vejo ele estava indo em direção a porta e ele olhava para o dinheiro que parecia ouro em suas mãos. Seus olhos brilhavam. Todo o meu trabalho estava ali.
Decido suplicar com o resto de força que ainda me resta, porque não sabia de onde iria tirar tudo aquilo para poder pagar.
— Por favor, n-não leva o dinheiro. Isso é para pagar as contas. Isso é todo o meu salário. Eu não... não tenho de onde tirar. — Com o meu rosto colado no chão frio, não sei como consegui. Mas foi com muito esforço que consegui falar.
Eu escuto passos, eu consigo virar um pouco meu rosto para vê-lo. Quando vejo, ele me olha e me arrependo de ter aberto a boca. Já que via um sorriso diabólico em seu rosto.
— Pensei que tinha te colocado para dormir, mas agora vou fazer direito!
......Continua.........
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Atualizado até capítulo 49
Comments
eu definitivamente usaria veneno
2024-05-03
0
Cleidilene Silva
nossa que crápula, isso não merece ser chamada de pai.
2024-05-01
1
Antonia Teófilo
eu já tinha ido embora, não ia ter dó de quem não tem dó de mim afsss.
2024-04-26
0