Capítulo- 05

“A troca"

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Sem acreditar na proposta de Junno, seu irmão gêmeo. Jaime perguntou aos gritos;

— Que raio de proposta é essa, Junno? Você está louco? Como pode me propor algo tão louco e, ao mesmo tempo, cruel?

— Mesmo que eu aceitasse essa loucura, como ficará o seu marido? Acha que ele não vai perceber tudo?

— Mesmo sendo gêmeos, somos diferentes em vários aspectos, principalmente no modo como nos vestimos e falamos. O que farei se ele descobrir?

— E tem mais! Quando ele quiser ter relações sexuais com você, como vai ser? Eu não vou me propor a algo assim! E por que diabos você está fazendo isso?

Junno: Tão barulhento! Ele não vai suspeitar de nada, é só você agir como se fosse eu. Ele nunca vai suspeitar de nada! Ele é um trouxa apaixonado por mim!

— Eu quero tirar umas férias, sair um pouco em viagens e curtir a vida de solteiro. Vou gastar o dinheiro que ganhei do meu marido. Vou usar os seus documentos para não ser descoberto, enquanto você ficar no meu lugar. Entenda de uma vez por todas, ele nunca me procura para fazer isso, em casa, sou eu que dou as cartas!

Agora, se você não aceitar a substituição, eu farei da sua vida um inferno.

— Nossos pais também vão sofrer! É isso que você deseja?

— Mas tem uma coisa boa em tudo isso, vou depositar dinheiro na sua conta para você ajudar os nossos pais nas despesas.

— Eu sei que a mãe está doente e precisa dos remédios!

— Ah! Você não sabia? A nossa mãe tem câncer! Fiquei sabendo disso hoje. Conversei com a mãe, e ela me contou tudo isso.

— Vai aceitar a proposta ou não? Ou será tão orgulhoso e miserável que deixará a nossa mãe morrer?

Jaime: Não sabia que a mamãe estava doente! Ela nunca me conta essas coisas, por isso tenho visto meio cabisbaixa.

— Bem, vejo que não tenho saída. Eu tenho que ajudar nossa mãe, isso seria para o bem dela. Eu aceito.

— Mas antes, me diga, por que você está fazendo isso? Por acaso, você não ama o seu esposo? Não é feliz no seu casamento?

Junno:Aquela casa está um saco, só o que tem de bom é o dinheiro do meu marido. Cansei de brincar de casinha, quero curtir a vida, sabe.

— Também tem aquela filha fedelha de oito anos dele que me chama de mamãe o tempo todo! Cara, que saco e pegajosa, uma chata.

— Discuti com meu marido semana passada, tudo por causa dela.

— Ela veio correndo me abraçar, e eu simplesmente a empurrei. Ela caiu no chão, ele viu e segurou meu pulso com raiva. Depois, foi beber ontem à noite e chegou em casa com um tom de autoridade. Ele praticamente me obrigou a fazer sexo com ele.

Junno: A família dele odeia-me, principalmente os seus irmãos, tem os dois alfas. Olhe no meu celular, tem dois malditos alfas e um Omega são suportáveis.

— Acredita que o irmão dele me acusou de ter feito sexo com o noivo dele?

Jaime: Que horror! Por que você empurrou uma criança no chão? E você dormiu com o noivo do seu cunhado?Junno: Não te interessa!! Tudo o que você tem que saber é que naquela casa você nunca pode baixar a cabeça!

— Esteja pronto, nesse sábado você vai para a mansão. O motorista da família vai te pegar no aeroporto.

— Tome essa chave, ela abrirá um cofre público que eu tenho na estação de trem. Vá até lá e retire a mala que está lá.

— Nessa mala tem algumas roupas e joias, tudo que você vai precisar para ficar parecido comigo. Tem um envelope com informações de todos naquela casa

Junno: Lembre-se! Se você não se comportar igual a mim, eles vão descobrir. Claro que estará morto pelas minhas mãos! Mais uma coisa.

— Quando estiver no cio, não fique naquela casa. Dê um jeito de não dormir lá, diga que vai dormir na casa de um amigo, não sei o que você fará, mas dê um jeito de sair de lá. Não se apaixone por meu esposo, porque ele já me pertence! Estamos destinados...

— Certo, estou indo agora. Tenho voo já marcado e minha esposa pensa que estou indo visitar os nossos pais na Coréia.

— Não se preocupe, em 6 meses eu estarei de volta, e você terá a sua vida novamente, como se nada tivesse acontecido. Estou indo para o Havaí ainda hoje. Goodbye!

Conforme o seu irmão te orientou, você vai até a estação, pega a sua maleta e vai até o aeroporto chegando uma hora antes. Vai até o banheiro e se veste como seu irmão.

Um dossiê estava junto em uma pasta com várias fotos e nomes da família inteira.

Jaime não pôde conter um sorriso ao avistar a pequena garotinha. Era impossível resistir ao encanto daquela criança tão adorável.

Ele não pôde evitar pensar como seria maravilhoso ter uma filha tão doce como aquela. — A garotinha é simplesmente linda e fofa! — refletiu Jaime.

— Como pode meu irmão não gostar dessa criança que o chama de mãe?

Após esse momento encantador, Jaime dirigiu-se ao banheiro do aeroporto para se transformar em seu irmão. Ele vestiu as roupas que o tornariam quase idêntico ao seu irmão, mas, ao se olhar no espelho, não conseguiu evitar um suspiro. Ele sempre preferiu o simples, o despojado, e não estava à vontade com o traje extravagante que estava usando.

Ao sair do banheiro, dirigiu-se ao ponto de encontro e se sentou em um banco do aeroporto. Jaime sabia que precisava memorizar os rostos e nomes de todas as pessoas que habitavam a mansão, por isso, folheou as fotos que Junno havia deixado para ele. Ele também carregava consigo os documentos de Jaime, uma parte fundamental de sua nova identidade.

O tempo passou, e após cerca de meia hora de espera, o cansaço venceu Jaime, que adormeceu no banco do aeroporto. Foi despertado de seu sono abruptamente por alguém que o balançava e o chamava pelo nome de seu irmão, Junno. O motorista o cumprimentou com respeito e o conduziu até uma luxuosa limousine.

— Senhor Junno, o senhor Jhonatan o espera em casa. Ele pediu que o levasse diretamente para a mansão, pois teve que resolver alguns assuntos pessoalmente — explicou o motorista.

Jaime, tentando imitar o jeito mais ríspido e firme de seu irmão, respondeu:

— Oh, sim, quer dizer, sim, vamos logo!

No fundo, seu coração bondoso relutava em ser tão incisivo, mas ele sabia que era necessário para manter a fachada.

Finalmente, a limousine chegou à mansão, e Jaime ficou completamente paralisado ao contemplar a grandiosidade daquele lugar. Era como se estivesse em um sonho, admirando a beleza da mansão. No entanto, ele não conseguia entender como seu irmão poderia desdenhar de tudo o que a vida lhe proporcionar.

— Agora que cheguei até aqui — pensou Jaime, — não há mais volta! Estou na chuva, vou me molhar, ou posso fugir...

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