Sem saída

Renan estava a caminho para conhecer sua noiva. Após seu pai ter firmado o compromisso sua obrigação como cavalheiro era ir até a casa de sua noiva pedir sua mão.

Depois de Olívia não imaginava fazer todo trajeto ao altar novamente, ela era a única mulher ao qual ele queria ao seu lado, mas o destino tinha lhe tirado essa oportunidade.

" Não vou amar mais ninguém."

Ele pensou em Olívia como era doloroso sua ausência e não queria ninguém ao seu lado, mas lá estava ele indo em direção a sua futura esposa. Para Renan não importava se ela era a dama mais bela e requentada da sociedade, ele não queria se casar mas tinha a obrigação com sua família em honrar sua palavra.

Ele parou no caminho encheu seu odre de água para continuar sua viagem. Bebeu e deu água ao seu cavalo também, acariciando sua crina. Renan respirou fundo precisava fingir estar contente com a união ao chegar na residência de sua noiva, não queria passar uma má impressão ao pai dele e a sua futura esposa.

Assim que terminou de se refrescar montou em seu cavalo e continuou seu trajeto.

Dias se passaram e Melina estava pronta pra colocar seu plano em prática, estudou minuciosamente como iria sair do castelo sem que ninguém a visse.

"Plano de fuga em andamento."

Ela arrumou uma trouxa de roupa, aguardou embaixo de sua cama para que nenhuma das criadas suspeitasse de suas intenções.

Melina guardou mais coisas dentro de uma pequena bolsa, só iria levar o essencial para sua sobrevivência lá fora. Ela sabia que não seria fácil.

Houve uma batida na porta e ela sentou apressadamente na cadeira e disse:

- Pode entrar.

- Lady Melina seu pai a espera para jantar.

- Diga a ele que já vou.

A criada saiu e Melina respirou profundamente, estava pronta e iria sair essa noite o tempo estava acabando e suas chances de escapar se esgotando.

"Desculpe papai mas o senhor não me deu escolha." Pensou Melina.

Ela chegou na sala de jantar e se sentou em silêncio, não queria despertar a atenção de seu pai essa noite.

- Está quieta esses dias Melina. (disse o pai)

- Eu estou apenas sendo a dama que meu pai espera que eu seja. (disse ela)

Ele sentiu o sarcasmo na voz dela.

- Continue tentando minha filha. (disse ele)

- Farei meu melhor. Se me der licença já terminei minha refeição. (ela levantou e saiu)

Melina esperou o cair da noite e os criados dormirem; Já tinha estudado a ronda dos guardas e sabia a hora exata da troca de turno, iria aproveitar esse momento para sair sem ser vista.

As horas se arrastavam e ela aguardava ansiosamente o momento certo para escapar.

Melina pegou sua trouxa de roupa e usou outras mudas de tecido para por sobre a cama e simular que ela dormia, assim se alguém viesse vê-la na calada da noite não iriam perceber sua fuga.

- Estou pronta. (disse ela para si mesma)

Ela aguardou as tochas acesas serem apagadas e o silêncio se instalar no castelo. Assim que se sentiu confiante, saiu pelo corredor, desceu as escadas em passos lentos foi em direção a porta.

Abrindo a porta.

Melina sentiu o frio bater em seu rosto fazendo-a tremer até os ossos, ela colocou o capuz da longa capa que usava sobre o vestido e saiu andando rapidamente pelo pátio.

Em silêncio. Esperou os sentinelas trocarem de turno e aproveitou o momento certo e saiu rumo aos estábulos, iria selar sua égua.

A forma mais rápida de fugir seria usando seu cavalo.

Ao chegar nas cocheiras ela se escondeu de um guarda, ele passou perto dela mas felizmente não a viu, depois ela foi onde estava sua égua.

"Tenho pouco tempo." Pensou.

Chegando lá Melina ouviu vozes e se escondeu perto de uma pilha de feno, ela olhou na direção da baia de sua égua mas tinha alguém em seu caminho, impedindo-a de chegar lá.

Ela olhou a figura masculina parada, notou que ele dizia algo ao cavalo em sua frente.

- Assim como eu você também deve estar cansado, mas vou te recompensar com essa maçã por ter me trago em segurança. (disse o homem estranho)

Melina olhou a figura alta de cabelos negros, ele não usava túnica e deixou os músculos amostra. Melina não o reconhecia sabia o nome de todos os funcionários de seu pai, mas esse homem era um estranho e se fosse um ladrão ela pensou.

Depois corrigiu. Os guardas o teriam matando antes de chegar ali, certo? Depois ela refletiu mais uma vez e pensou na sua estratégia de fuga, até agora nenhum dos guardas a viu.

Melina esticou o pescoço para ver melhor e acabou esbarrando em um barriu vazio o fazendo cair no chão, um barulho alto ecoou pelo estábulo.

- Quem está ai?

Renan foi com sua espada em punho até o barulho e chegando lá se deparou com uma mulher encolhida no canto.

Sem opção de fuga.

Melina empinou o nariz e se levantou lentamente deixando sua trouxa de roupa de lado.

- Eu que pergunto quem é você? (disse ela arrogante)

Os dois frente a frente em sinal de desafio.

Os olhos de Renan percorrendo o rosto dela e os dela analisando minuciosamente os dele.

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