Solidão

Angelica narrando

Um mês depois do atrito entre eu e James, ainda estou chocada. Nunca fui tocada daquele jeito antes. Pensei várias vezes em transformar este apartamento em um campo de batalha, mas desisti já que aqui não é tão ruim quanto a casa de meu pai.

O que me incomoda as vezes é a solidão, já que estou constantemente sozinha.

Na casa de meu pai os funcionários eram simpáticos e me tratavam como família, mas aqui só conversam comigo o essencial. Na maioria das vezes simplesmente ignoram minha existência.

Durante este mês não vi James, não posso dizer que lamento, pois não dou a mínima para aquele cretino convencido.

Quase sempre adormeço no sofá, mas quando acordo percebo que estou na cama. Será que me tornei sonâmbula?

Talvez ficar trancada aqui o tempo todo esteja me deixando um pouco depressiva. Vou passear e aproveitar um pouco o restante das minhas férias.

James narrando

Faz um mês que Angelica entrou em minha vida. Quando a vi dormindo naquele estado, só pude sentir piedade dela, aliás ela não é nada atraente. A garota é um patinho feio.

Quando fui conversar com ela, percebi que ela tinha lindos olhos verdes esmeralda. Também tinha traços delicados.

Mas o que me surpreendeu mesmo foi o atrevimento da garota. Nunca ninguém ouso me desafiar daquela maneira.

Antes de assinar esse contrato prometi a mim mesmo nunca toca-la, pois não misturo negócios com prazer. Quando vi ela, pensei que seria uma tarefa fácil, já que ela não era nada atraente.

A garota é marrenta, se jogou em cima de

mim para me provocar. No início fiquei surpreso, mas depois eu poderia ter a

impedido, mas eu gostei do desafio, gostei de

senti-la, de te-lá em meus braços. Mas acabei com a brincadeira antes que fosse longe demais e fizesse algo que fosse motivo de arrependimento no futuro.

Ultimamente passo a maior parte do tempo na empresa. Estou evitando ir para casa.

As vezes quando chego vejo aquela garota dormindo no sofá. Não sei porque ela adormece lá, pois no quarto dela tem TV, poltrona, games etc...

Uma vez ou outra, tomo um pouco de whisky enquanto a observo dormir serenamente.

No fim a pego no colo e a coloco em sua cama, depois a cubru com o lençol.

Desenvolvi um certo instinto protetor em ralação a ela. Ah, não quero mais pensar nisso. Essa garota está me desestabilizando.

Hoje a tarde conversei com Brenda e falei sobre o casamento. Expiquei para ela que foi um negócio. Que era apenas um contrato com data de validade.

Ela deu um escândalo, começou a chorar fazendo drama me acusando de traição, dizendo que estava passando mal. Eu falei para ela que era melhor terminarmos. Ela rapidamente se recompôs e disse para eu ter calma, que tinha entendido tudo e implorou para eu não terminar com ela.