Capítulo 4

Deus não poderia ter feito isso comigo, não ela 

Isso é tão injusto

Uma pessoa tão jovem e cheia de vida tinha tanta coisa para viver, não consigo aceitar

Como tantas pessoas ruins no mundo, porque tinha que acontecer logo como ela?

-Hope toma um pouco de chá vai te fazer bem. Diz Ethan 

Peguei a xícara da sua mão, tomei aos poucos mas não sinto o gosto na verdade não sinto nada é minhas mãos estavam tremendo muito 

-De onde você conhece a Carol?

-Ela é minha amiga de infância. Digo e lágrimas rolam pelo meu rosto

-Ela sempre falava de uma amiga, mas nunca me mostrou uma foto dela. Diz e senta perto de mim pegando nas minhas mãos. -Não faz mais isso eu quase infarto quando você desmaiou fiquei sem saber o que fazer 

-Não posso prometer

-O que vai fazer agora, vai voltar para sua casa?!

Quando acordei acabei contando uma parte da minha vida para o Ethan para distrair minha mente

-Não sei, mas como certeza se eu voltar para ir pro funeral dela meu pai vai me arrastar para casa

-Eu não vou deixar nem que eu tenha que bater nele

-Não quero problema  para você e o meu destino me casar com aquele desgraçado

-Você não pode desistir assim Hope. Diz colocando sua mão sobre a minha

-As pessoas que eu amo sempre são tiradas de mim, primeiro minha mãe, depois meu pai e agora a Carol, quem mais falta. Digo melancólica olhando para xícara 

-Você tem a mim e a minha avó. Diz e me abraça

-Você nem gostava de mim. Digo e desfaço o abraço

-Eu só tinha ciúmes de você com minha avó 

-Quem não gostaria dela, ela é um doce de pessoa

-O funeral da Carol vai ser às 12 horas, já são 6 horas, quer que eu te acompanhe para você arrumar suas coisas?

-Posso ir sozinha obrigado, depois que terminar te encontro lá na lojinha tá bom. Apenas assenti

A dona Bethânia ainda estava dormindo então não vou incomodá, em poucos minutos chego na pousada arrumado tudo, tomo um banho visto um vestido tubinho preto e um sapato da mesma cor 

Depois de pegar tudo fechei a conta por que sei que não vou mais voltar para cá mesmo, passo na recepção e deixo a chave é saiu

Vou pra lojinha e o Ethan estava na frente me esperando encostado no carro 

-Cadê a dona Bethânia ?

-Deixei ela em casa, não se preocupar tem uma pessoa lá com ela, é uma amiga nossa 

-Você tem que levar ela ao médico ela estava muito cansada ontem

-Prometo que vou fazer isso, agora vamos? Apenas assenti e entro no carro 

Vamos o caminho todo em silêncio constrangedor, meu coração aperta cada vez mais quando vamos chegando cada vez mais perto do caminho da sua casa 

Me lembro que ela sempre falava que seriamos melhores amigas até ficarmos velhinhas sentadas em uma cadeira de balanço em uma grande varanda de uma casa de campo 

Ah ela amava a natureza

Ela até decidiu que iria fazer faculdade de Arte

Ela sempre quis ter um cachorro para chamar de Black

E agora ela está morta 

Não percebo que estou chorando até o Ethan pega em cima da minha mão dando um pequeno aperto e depois volta para o volante 

Quando chegamos a sua casa estava cheia de gente na frente, a maioria nem ao menos falavam com ela, engraçado que não sabia que ela era tão querida, as únicas pessoas que se importava com ela era sua mãe, eu e o Ethan que eu nem sabia da existência

Mas olha só quantas pessoas no seu funeral

Será que quando eu morrer vai ser dessa mesma forma?

Por que todo mundo só dá valor quando perde?

Só começa falar coisas boas quando morremos ?

Isso é muito idiota e escroto de se fazer 

Saio do carro e de longe vejo o seu caixão, minhas pernas ficam bamba e sinto que vou desabar a qualquer momento, o Ethan chegar ao meu lado 

-Eu não consigo Ethan. Digo com a voz trêmula pelo choro 

-Vamos juntos. Diz e estende sua mão para mim 

Ele me abraça de lado e assim entramos e eu a vi tão quieta 

É tão estranho 

Ela era bem alegre e agitada 

E agora está assim 

Começo a chora e vejo seu pequeno rosto 

-Oh minha menina não deveria ter me deixado sozinha. 

Sua mãe se aproxima me abraçado e assim choramos mais ainda juntas e assim foi até o final do seu funeral, na saída sua mãe não aguentou e acabou desmaiado, Vi meu pai ao longe com sua mulher que apenas deu os pêsames aos Pais da Carol e saiu

Pelo menos teve um pouco de respeito, fiquei até quando a enterraram, todo mundo foi embora só ficou eu, Ethan e o Sr. Thomás o pai da Carol

Começou a chover forte, então fomos para o carro 

-Para onde vai agora ?

-Eu não sei. 

Ele liga o carro e começar a dirigir, mas do nada ele freia bem rápido fazendo eu bater minha cabeça no vidro já que estava encostada

-Você está bem? Pergunta preocupado

-Sim estou

-Vou resolver isso. Diz e sai do carro 

Um babaca parou o carro atravessado bem na nossa frente, quando vejo quem e não acredito, saio do carro para evitar mais problema para o Ethan

-O que faz aqui?

-Só vim buscar o que me pertence. Diz o babaca arrogante

-Do que está falando? Pergunta Ethan sem entender

O Maldito Ferrari olha para mim 

-Ela não é um objeto para você falar assim babaca. 

-Eu não ligo para o que você pensa, vamos. Diz e pega no meu braço me arrastando para seu carro

-Você não tem o direito de tocar nela. Diz o Ethan e tirando a mão dele de mim e fica na minha frente

Que recebe um soco no rosto

-Para. Digo me metendo entre os dois. -Já chega Ethan vai para casa eu vou ficar bem se ficamos mais um minuto nessa chuva vamos acabar pegando um resfriado.

-Você tem certeza que vai ficar bem? Pergunta com olhar triste

-Eu acho que sim. Sussurro me sentindo um pouco tonta me encosto no Ethan para que não cair, minha vista vai ficando embaçada é minhas pernas bambas, apagando em seguida

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