Harper tinha um plano.
Na verdade, vários. Ela chamava de “Operação Fazer Nathan Notar” e tinha uma lista detalhada colada no espelho:
• Fingir que precisa de ajuda nas matérias.
• Deixar bilhetes engraçados no caderno dele.
• Sorrir como se fosse acidentalmente irresistível.
• Não parecer desesperada (muito importante).
— Preciso agir rápido.— disse animada.
O primeiro item foi colocado em prática logo na segunda-feira.
Ela se aproximou da mesa dele na biblioteca, inclinou-se com um ar de “sou totalmente inocente” e sussurrou tão próximo que Nathan pôde sentir seu perfume — algo entre baunilha e brisa de verão — o que o deixou desconfortavelmente atento.
— Nathan… você é bom em matemática, né?
— Depende — ele respondeu, sem levantar a cabeça. — Quer saber a fórmula da vergonha alheia? — disse asperamente.
Harper piscou, ofendida e divertida ao mesmo tempo.
— Ok, piadista. Eu só precisava de ajuda com funções quadráticas.
Nathan finalmente olhou para ela.
Olhos castanhos intensos, expressão desconfiada, o que o fez enrugar a testa de um jeito que, para ela, o deixava ainda mais fofo.
— Você tirou A+ no último teste.
— É que… — Harper se atrapalhou. — Foi sorte! — disse desconcertada.
Nathan ergueu uma sobrancelha.
— E você acha que eu acredito nisso?
Harper bufou e, sem saber o que fazer, puxou uma cadeira e sentou ao lado dele.
— Posso só… ficar aqui enquanto você estuda? Prometo não atrapalhar.
Ele hesitou, suspirou fundo e respondeu:
— Você já está atrapalhando.
— Ótimo, então estou indo bem.
E pela primeira vez, Nathan olhou para ela e esboçou um meio sorriso, balançando a cabeça como quem não acredita no que ela acabou de dizer.
Harper Lane sentiu o coração pular no peito com aquele sorriso. Missão iniciada.
Enquanto ele voltava a encarar o livro, Harper observou discretamente o modo como os dedos dele seguravam o lápis, a concentração nos traços rápidos e precisos. Nathan sempre fora o tipo reservado, um mistério ambulante no meio de um colégio barulhento. Era o oposto dela — enquanto Harper vivia de sorrisos e holofotes, ele parecia se esconder atrás de fones de ouvido e cadernos cheios de anotações indecifráveis.
— Você sempre estuda aqui? — ela arriscou.
— Quando quero silêncio. — respondeu sem olhar.
— Então escolheu o lugar errado — provocou, sorrindo.
Nathan suspirou, mas dessa vez o canto da boca dele voltou a subir.
Harper sentiu uma pequena vitória pulsar no peito. Cada sorriso era um progresso, cada resposta uma brecha na muralha que Nathan tinha construído em volta de si mesmo por anos.
Quando o sinal do intervalo soou, Nathan começou a guardar as coisas. Harper o observou com admiração, torcendo para que dissesse algo, qualquer coisa por menor que fosse, algo que indicasse que ela poderia ficar.
Ele olhou de relance e disse, num tom quase neutro, mas com algo diferente na voz:
— Amanhã… tenta chegar mais cedo. A mesa da janela tem menos barulho.
Harper mal conseguiu esconder o sorriso.
— Combinado.
E enquanto ele se afastava, ela pegou seu celular, abriu o bloco de notas e escreveu, triunfante:
Item um: sucesso parcial. Nathan sorriu. E talvez… tenha gostado.
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Fatima Rubio
Uau, que história envolvente! Não consegui parar de ler!
2025-10-14
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