 
            Um Amor de Todos os Jeitos
No colégio mais badalado de Los Angeles, Harper Lane era o nome que todo mundo conhecia.
Capitã das líderes de torcida, notas impecáveis, um sorriso de capa de revista e a habilidade quase sobrenatural de transformar qualquer situação embaraçosa em um momento engraçado. Harper era o tipo de garota que conseguia ser rica, linda e ainda assim… simpática.
Com seus cabelos ondulados e dourados que desciam até a cintura e olhos azuis radiantes, ela parecia ter saído de um comercial. Mas o que ninguém sabia era que, por trás das risadas e da popularidade, Harper escondia um segredo que faria suas amigas surtarem só de imaginar: ela era apaixonada por Nathan Reed.
Nathan era o oposto exato dela. Cabelos castanhos sempre despenteados, seu rosto com algumas marcas da puberdade, as terríveis espinhas, roupas simples, olhar perdido no horizonte e uma coleção de livros tão grande que ele praticamente morava na biblioteca. Ele não ligava para festas, redes sociais ou status — o que, para Harper, o tornava ainda mais irresistível, encantador e confiável ao contrário dos demais rapazes que viam as garotas com objetos de diversão.
Nos corredores, ela o observava como quem tenta decifrar um mistério. Adorava o jeito dele andar, o jeito que ele molhava os lábios com a língua, o jeito distraído com que ele folheava um livro ou o modo como franzia o cenho quando alguém interrompia sua leitura. Era como se ele vivesse em outro universo — um onde ela, com toda a sua energia barulhenta, não existia mas queria fazer parte.
Harper, acostumada a ser o centro das atenções, enquanto Nathan era o centro de si mesmo. Ela passava horas bolando formas criativas (e um pouco ridículas) de fazer o garoto mais introvertido da escola olhar pra ela. E ele olhava… às vezes. Mas sempre desviava no instante seguinte, como se olhar demais pudesse causar algum tipo de catástrofe social e isso era tudo que Nathan não queria.
— Ei, Reed! — gritou Harper animadamente, atravessando o corredor com o cabelo perfeito balançando como em comercial de shampoo.
Nathan levantou o olhar por cima do livro e respondeu, seco:
— Oi… Lane.
Ela sorriu, se apoiou nos armários e disse, teatralmente:
— Sabia que os cientistas descobriram que sorrir ajuda a liberar endorfinas?
— Sabia. — Ele fala num tom desanimado
— Então por que você não tenta?
— Porque eu não sou cobaia de experimento humano — respondeu, fechando a porta do armário e ajeitando os livros com uma calma irritante.
Harper gargalhou, sem se abalar. Ele revira os olhos e sai, deixando-a ali, sozinha no corredor, com um sorriso tolo e o coração acelerado.
— Não desista Harper você vai conseguir — Fala a si mesma.
As amigas cochichavam no fundo, rindo também, mas Harper não se importava com as piadinhas. Ela gostava dele. De verdade. Daquele jeito difícil, irritante e adorável que só o coração adolescente entende.
Enquanto o via se afastar, pensou que talvez o amor fosse exatamente isso — uma sequência de tentativas desajeitadas e pequenos olhares que dizem tudo o que as palavras não conseguem.
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Atualizado até capítulo 52
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