4.

...POV Fernanda...

Após chegarmos no prédio que morávamos, Paulo me ajudou com algumas sacolas novamente e subimos. O agradeci pela carona e pela ajuda e nos despedimos.

Eu ainda estava meio surpresa por conta do nosso reencontro inesperado. Eu só conseguia pensar no quanto ele estava diferente e no quanto ele ainda me afetava sentimentalmente.

Tentei tirá-lo do pensamento, mas era quase impossível, sentindo o perfume dele na sua blusa, que eu ainda vestia.

Deixei Pedro na sala com alguns brinquedos e a TV ligada e fui para a cozinha - Onde eu podia tê-lo em vista - e comecei a organizar as compras.

Assim que terminei, ouvi meu celular tocar e o peguei, atendendo.

- Alô.

- Oi, Mana. Como vocês estão?

- Bem e vocês?

- Também. Você já encontrou com meu ex/futuro cunhado?

- Sim, à poucos minutos, inesperadamente.

- E como foi?

- Ah. - suspirei. - Sei lá. Eu fiquei supresa e meu coração disparou, quando a gente se encarou. Fora que ele tá muito mais bonito que antes.

- "Ainda sou o mesmo bobo apaixonado" - cantou e depois riu. - Essa música é sua cara! Quando vocês forem se casar eu quero ser a primeira a saber, viu?

- Depois que ele souber de tudo, acho que ele não vai nem querer olhar na minha cara. - Suspirei.

- Você ainda não contou, né?

- Não, acabei de chegar. Quero dar um tempo de pelo menos uma semana aqui, depois eu conto.

- Olha lá, ein, Fê. O tempo tá passando.

- Eu sei, mas eu vim pra cá especialmente pra isso, logo eu conto.

- Ok. Então, só liguei para saber como estavam e para dizer que talvez eu vá para o Brasil resolver um negócio da empresa, então você não precisa ficar com saudade de mim.

- Ainda bem, estava preocupadíssima com isso. - fui irônica. - Quando você vem?

- Não sei ainda, mas em breve. Eu te aviso se eu realmente for.

- Ok.

- Vou desligar, da um beijo no meu sobrinho.

- Pode deixar, Tchau.

- Tchau.

Assim que desliguei, meu celular apitou indicando uma nova mensagem.

Mari: Amiga, vamos almoçar no restaurante que tem ai perto? Eu, você, Bia e os meninos.

- Vamos sim, tô doida pra rever eles. - respondi.

Mari: Ok, nos vemos em duas horas.

Guardei o celular no bolso e fui para a sala, onde fiquei brincando com Pedro até estar perto das 12 horas.

- Pedro, vamos conhecer o tio Caíque e o tio Nathan? E ver a tia Bia e a Mari.

- Mai! - ele tentou dizer Mari e sorriu animado.

- Iiih, acho bom você aprender a chamar a Bia também, se não ela vai ficar com muito ciúmes. - disse e o peguei no colo, já pronta pra sair. Senti Pedro segurar 'minha' blusa e notei que ainda estava com a do Paulo. - Obrigado, por me lembrar. - lhe dei um beijo na bochecha.

Já pensou eu saio com a blusa dele?

Segui para o quarto, coloquei Pedro na cama, tirei a blusa deixando sobre o móvel e fui em busca de outra. Quando encontrei a vesti e peguei Pê no colo novamente. Coloquei minha bolsa no ombro, com coisas para o Pedro, chave, celular, documentos, carteira e finalmente sai de casa.

- Mai, Mai... - Pedro repetia enquanto íamos para o restaurante.

- Bia, fala, Bia.

- ia.

- Isso! Só precisa aperfeiçoar, mas por enquanto tá bom. - ele bateu palmas e eu sorri. - Elas irão ficar felizes.

Seguimos o curto caminho com Pedro repetindo o nome das meninas e rapidamente chegamos ao restaurante. Entrei no mesmo e procurei por eles, logo os vendo em uma mesa do canto.

- Fê!

- Oie! - Os meninos me olharam e depois olharam confusos para o Pedro. - Como vocês estão diferentes.

- Nem é pra tanto. - Nathan disse e se levantou, para me cumprimentar com um abraço e um beijo na bochecha.

- Claro que é, olha só, você já tem até barba. - brinquei e ele revirou os olhos sorrindo logo em seguida. - E você Caíque? Tá morando na academia? E essas tatuagens? Tá seguindo exemplo do seu amigo? - me referi ao Paulo.

- Tem que mudar, né? - Me comprimentou da mesma forma. - E o Paulo que me influenciou com as tatuagens, brigue com ele depois.

- Como assim "tá seguindo o exemplo do seu amigo?" Você já o viu? - Bia.

- Já, hoje mais cedo.

- Merda, achei que iríamos assistir de camarote esse reencontro. - revirei os olhos.

- Então Fê, esse é o Pedro? - Nathan.

- Sim, meu filho! - sorri olhando para o bebê em meu colo.

- Ah, que fofo. - Nathan fez umas gracinhas para Pedro, que riu.

Nos sentamos cada um em seu lugar e logo Paulo chegou. Se sentando no único lugar vago que tinha:na minha frente.

- Eu jurava que Pedro era algum namorado seu. - Caíque disse e eu ri.

- Imaginei que vocês pensariam isso. Mas na verdade eu nem tô com ninguém.

- Alguém vai ficar feliz com essa notícia. - Caíque diz me fazendo ficar envergonhada.

- Vocês já pediram? - Paulo desconversou.

- Não, estávamos esperando vocês. - Mari.

Peguei o cardápio, e o olhei por alguns minutos. Decidindo escolher um macarrão. Assim que Paulo também escolheu, chamamos o garçom e pedimos.

- Então Fê, como foi lá na Califórnia? - Nathan.

- Foi ótimo, lá tem uns lugares incríveis. Nem deu tempo de conhecer tudo ainda. Mas me diga vocês, como é lidar com a fama?

- Nem é pra tanto, vai.

- Como assim?! As meninas me contaram que vocês vivem fazendo shows e indo á entrevistas. E hoje mesmo eu ouvi uma música de vocês na rádio.

- Sim, a agenda é bem corrida mesmo, mas a gente não se considera famoso ainda. - Nathan disse e os meninos concordaram.

- Que modestos. Quando tiver show aqui, me avisem, que eu quero ir.

- Tem um aqui em São Paulo, daqui a umas semanas, né Paulo? - Caíque perguntou para confirmar. E vi que Paulo estava distraído, olhando para Pedro que sorria.

- Que?

- Eu estava querendo saber se tem show aqui em São Paulo daqui a algumas semanas.

- É, no final de semana depois do feriado.

- Então é nesse que eu vou.

Nossos pedidos chegaram e começamos a comer em meio a algumas conversas aleatórias.

- Meninas, vocês não sabem o que o Pedro aprendeu hoje. Olha só.

- O que? - Bia.

- Pedro, fala Mari.

- Mai.

- Ahhhh! Que lindo! Meu afilhado aprendeu a falar meu nome. - ela pegou celular. - Eu quero filmar. Diz, Mari. - Pedro falou novamente e Mari se derreteu.

- E pra tia Bia também não ficar com ciúmes.

- Ia.

- ownnn. Vem cá, com a dinda. - Bia o pegou no colo.

- As duas querem ser madrinhas, você está com um grande problema Fê. - Nathan.

- É, eu sei. - disse enquanto via as duas cheias de amor com Pedro. - Preciso ir ao banheiro, não papariquem muito meu filho. Ok? - vi elas assentirem.

Me levantei sentindo o olhar de Paulo em mim, mas tentei ignorar.

Fui até o banheiro, fiz o que tinha que fazer e retornei a mesa.

- Fê, olha só. - Bia falou quando me sentei. - Diz, Caíque. - falou para o Pedro.

- Aique.

- Agora diz Nathan.

- than.

- Agora, Paulo.

- Papa.

Puta que pariu!

- Não, não era assim que você tinha falado, de novo. Paulo.

- Pa...

- ...ulo.

- Papa. - Bia e Mari me olharam um pouco assustadas e eu tentei não arregalar meus olhos. Podia ser só uma coincidência mesmo ou meu filho sentia uma coisa que dizia que Paulo era seu pai.

- Com tempo ele aprende a falar certo. - sorri, tentando não mostrar meu nervosismo.

- Eu não te contei, né? Que eu estava pensando em fazer uma festa no meu aniversário. - Mari mudou de assunto rapidamente. E eu agradeci internamente.

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