O Novo Chão

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O telefone tocou exatamente às nove horas da manhã da segunda-feira seguinte.

Laura estava na biblioteca pública, os livros de química analítica espalhados sobre a mesa, o coração batendo com a ferocidade de um pássaro enjaulado.

Ela atendeu com a voz controlada. Era Patrícia, a secretária de Daniel Albuquerque.

📲📞— Sra. Laura, o Dr. Daniel ficou muito satisfeito com seu desempenho, e estamos felizes em confirmar sua contratação como Analista de Desenvolvimento Júnior. O contrato e os detalhes do salário, serão enviados por e-mail ainda hoje. Você pode começar na próxima segunda-feira?

As palavras soaram como música celestial, uma sinfonia de oportunidade e liberdade.

Laura sentiu a vista embaçar, não pela tristeza, mas pelo alívio monumental que a inundou.

Aquele emprego não era apenas um salário; era a chave para a porta da dignidade que lhe havia sido roubada.

📲📞 — Sim, Patrícia. Absolutamente sim. Muito obrigada.

Ela desligou o telefone e, ali mesmo, no meio do silêncio reverente da biblioteca, cobriu a boca com a mão para sufocar um grito de euforia.

A Fênix havia conseguido a sua primeira vitória real.

E o e-mail chegou. O salário oferecido, embora fosse de um cargo júnior, era mais que suficiente para tirá-los da pensão.

Com o dinheiro que lhe foi adiantado para custos de realocação, Laura não hesitou.

Ela alugou um apartamento simples, mas claro e arejado, em um bairro a poucas estações de metrô da indústria.

A mudança foi simbólica. Ao varrer o pó do quarto na pensão, ela sentia que estava varrendo a lama do passado.

O novo apartamento não tinha cheiro de mofo, mas sim de tinta fresca e esperança.

Miguel ajudou a desembalar os poucos brinquedos e livros, radiante com a ideia de ter um quarto só para ele.

— Mamãe, o foguete vai para o Sol de verdade agora! — ele declarou, segurando seu desenho.

Laura o abraçou, as lágrimas agora de felicidade.

— O foguete vai, meu amor. E vamos ser os capitães mais corajosos do universo!

A próxima prioridade era Miguel.

Seguindo o conselho de Daniel, Laura matriculou o filho no berçário e pré-escola 'Pequenos Exploradores', situado a dois quarteirões da Indústria Albuquerque.

Isso lhe garantiria a tranquilidade de estar perto do filho durante o expediente.

A segunda-feira de seu primeiro dia de trabalho foi marcada pela adrenalina.

Deixou Miguel na escola, que chorou um pouco, mas logo se distraiu com os jogos de raciocínio. Laura vestiu sua melhor roupa profissional e entrou no Palácio da Ciência com a cabeça erguida.

O ambiente de trabalho era intenso.

Seu laboratório era moderno, e a equipe, altamente qualificada.

Laura mergulhou nas análises e testes com a voracidade de quem estava faminta por conhecimento. Ela não tinha tempo para distrações, e a pressão de provar seu valor era constante.

Daniel Albuquerque raramente era visto nos laboratórios. Ele passava a maior parte do tempo em reuniões de diretoria ou em seu escritório no último andar.

Sua presença, contudo, pairava sobre a Indústria, um lembrete constante da exigência de excelência.

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Três dias após o início de sua nova rotina, o destino teceu seu primeiro laço sutil.

Laura correu para buscar Miguel na escola, atrasada devido a um problema de estabilidade em um lote de medicamentos.

Ao chegar, encontrou Miguel sentado em um banco, ao lado de outra criança.

A menina era linda, com cachos dourados e olhos azuis vibrantes. Ela vestia um vestido de princesa e sorria, oferecendo um biscoito ao menino.

Miguel, o pequeno cientista, parecia fascinado, mas não pelo biscoito.

— A Via Láctea é nossa galáxia ... Ele explicava com seriedade, gesticulando com a mão.

— Nós somos o braço de Orion!

A menina, que Laura presumiu ser Isabela, a filha de Daniel, apenas riu, a risada pura de quem acha o universo fascinante.

— Eu sou a Princesa Isabela e eu moro no castelo com meu papai, que é um rei!

Laura sorriu, aproximando-se.

— Miguel! Desculpe o atraso, meu amor.

Neste exato momento, um homem surgiu da porta, vindo buscar a menina. Era Daniel Albuquerque. Ele estava sem o terno, vestindo uma camisa social mais casual, mas a aura de poder e a seriedade permaneciam.

Seus olhos azuis encontraram os de Laura. O momento foi breve, mas carregado de uma eletricidade silenciosa.

Daniel não se surpreendeu em vê-la. Ele sabia que Laura teria matriculado o filho ali.

Ele viu a familiaridade imediata entre as duas crianças. Miguel, o inteligente, e Isabela, a sonhadora, ligados por uma conversa sobre galáxias e reinos encantados.

— Laura. ele acenou com a cabeça, um cumprimento profissional, mas que escondia uma curiosidade crescente.

— Dr. Daniel... Desculpe-me, acho que Miguel e Isabela fizeram amizade.

— É bom que se distraiam... Daniel respondeu, a voz grave. Ele olhou para a filha com uma ternura que Laura nunca imaginou que um empresário tão rígido pudesse ter.

Enquanto Laura se abaixava para pegar a mochila de Miguel e Daniel segurava a mão de Isabela, por um instante, eles formaram uma imagem de família, incompleta e acidental, mas curiosamente equilibrada.

Ao se despedir, Daniel observou Laura se afastar, os cachos morenos balançando, o filho agarrado à sua mão.

Ele viu nela a força inabalável que ele havia perdido e estava lentamente tentando recuperar.

Ambos haviam sido feridos pelo amor, tinham a responsabilidade de um filho e agora compartilhavam o mesmo teto profissional e a mesma escola infantil.

Daniel se deu conta de que a vida de Laura estava correndo em uma pista paralela à sua. E pela primeira vez em anos, ele se perguntou se o destino, ao invés de puni-lo, estava sutilmente lhe dando uma segunda chance de reescrever seu próprio final.

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^^^(Continua...)^^^

...Hmmmm, tem com cheiro de romance no ar!...

...Concordam?...

...Nossa Fênix Está Começando Seu Vôo... ...

...🚨🚨 E isso vai começar a incomodar! 🚨🚨...

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...Obrigada por estarem aqui ❤️ Vi que a aceitação dessa história tá maravilhosa, obrigada mesmo, de coração 🙏🙏❤️...

...Vocês são maravilhosos (as)!❤️❣️💙...

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...Me segue!! Plsss 🙏🙏...

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^^^Bjooos da Liz 😘^^^

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