Primeira punição ou apenas um pequeno aviso?
O corredor parecia infinito. As paredes de madeira escura, cobertas por quadros de cavalos e paisagens sombrias, tornavam o caminho ainda mais opressor. O som dos passos apressados de Stefano ecoava firme, arrastando Seline como se fosse apenas uma sombra presa ao seu braço.
Eles atravessaram uma porta pesada, que se fechou atrás deles com um estrondo abafado. Era um cômodo amplo, com uma mesa longa no centro, um abajur solitário aceso e janelas fechadas com cortinas grossas. Ali, o silêncio era ainda mais cruel, como se o ar tivesse sido sugado para fora.
Stefano a soltou de repente, fazendo com que ela quase perdesse o equilíbrio. Ele caminhou até a mesa, apoiou as mãos no tampo de madeira e ficou em silêncio por alguns segundos, apenas respirando fundo. Esse silêncio era pior que qualquer grito.
_ Você me envergonhou. __ disse enfim, a voz calma, mas carregada de veneno.
_ Sabe o que significa manchar a noite com a sua insegurança? Sabe o quanto eu detesto fraqueza?
Seline engoliu em seco, sem conseguir responder. As palavras se enganchavam na garganta.
Ele se virou lentamente, o olhar cravado nela como lâmina afiada.
_ Eu não posso me dar ao luxo de ter alguém ao meu lado que tropeça no primeiro teste. — caminhou em direção a ela, o som de cada passo reverberando no chão de madeira.
_ Se você não aprendeu ainda… eu ensino.
Antes que ela pudesse se afastar, Stefano pegou uma cadeira e a arrastou para o centro do cômodo.
_ Sente-se.
Ela obedeceu, os joelhos tremendo.
Ele caminhou até uma pequena estante e pegou um livro grosso, de capa preta. Depositou-o com força sobre a mesa diante dela.
_ Vai ler isso em voz alta, página por página. — ordenou, os olhos fixos nela.
_ Não porque me importo com o conteúdo, mas porque quero ver até onde consegue manter a postura sem errar, sem gaguejar, sem demonstrar medo.
Seline olhou para o livro como se fosse uma sentença. O coração batia rápido demais, mas sabia que não tinha escolha.
_ C-como… como devo… — tentou perguntar.
_ Em voz clara. — interrompeu, ríspido.
_ Sem tremer. Cada erro será corrigido. E não pense em chorar.
Ela abriu o livro com mãos trêmulas, encarando as letras que pareciam dançar na página. Respirou fundo e começou a ler. A voz saiu baixa, vacilante, mas, ao avançar, ela foi forçando a si mesma a manter um tom mais firme.
Stefano não tirava os olhos dela. Circulava pelo quarto em silêncio, como um predador rodeando a presa, cada passo dele soando como ameaça. Às vezes, interrompia apenas para corrigir:
_ Mais alto.
_ Olhe para frente.
_ Recomece essa frase.
O tempo passava devagar, cada minuto parecendo uma eternidade. A garganta de Seline ardia, os olhos marejavam, mas ela se mantinha erguida, sabendo que qualquer sinal de fraqueza poderia custar-lhe caro.
Quando finalmente fechou o livro, as mãos já doíam de tanto segurar as páginas.
Stefano se aproximou, inclinou-se sobre ela e sussurrou ao ouvido:
_ É assim que você aprende, pequena. Cada erro terá seu preço. E, se deseja sobreviver aqui, precisa ser moldada.
Ele se afastou, caminhou até a porta e, antes de sair, lançou um último olhar gélido:
_ Vá dormir.
Dito isso continuou a dizer, como se precisasse deixar ainda mais claro, como quem ainda não tinha concluído tudo mesmo tendo a mandado ir dormir.
_ Sorte sua que sou eu e não o Stefan do velho testamento
_ O meu pai não admitia erros, por menor que fossem
_ Você entendeu bem...? __ Ele disse isso com a mão em seu pescoço, os olhos de Seline já estavam bem abertos e com dificuldade ela balançou a cabeça dizendo que sim.
Quando ele a solta as marcas em seu pescoço ficam visíveis e ela respira com dificuldade e tosse, por um instante pensou que iria morrer com a força de suas mãos. Stefano é bem perfeccionista e gosta que tudo saia perfeito e como planejado.
Stefano foi muito mimado na infância, a mãe tentava por bondade em seu coração, mas nada parecia dar jeito, ela via o caráter do marido se formando em Stefano, como um legado passado de pai para filho. Yonara fez de tudo, mas a cada dia Stefano parecia incontrolável, ela chorava todos os dias por sentir que não estava dando conta.
A porta bateu, e Seline ficou sozinha no silêncio sufocante, com o coração em frangalhos e a certeza de que aquela foi apenas a primeira das muitas provas que teria de enfrentar sem saber se poderia até mesmo sobreviver, errar ali é extremamente perigoso, seja o que fosse, o que for, se ameaçasse desviar dos planos de Stefano, era o fim.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Tatiana Talita
ele virou um mostro pior que o pai
2025-09-26
1
Claudia
Nossa ele é pior que o pai🤭🤭🤭🤭 Help Help Help Help 🧿♾
2025-10-08
0