Doze horas haviam se passado desde o caos. O banheiro de mármore ainda estava impregnado pelo cheiro quente do vapor. Dante saiu, apenas com a toalha enrolada na cintura, outra passando lentamente pelos cabelos úmidos.
O celular vibrou na mesinha de canto. Ele olhou o visor e viu um nome que raramente ligava sem motivo: Nikolai.
Atendeu sem pressa.
— Fala.
A voz grave de Nikolai veio direta, sem rodeios:
— Vi as manchetes. O atentado no noivado… Foi inteligente da sua parte encobrir o que Irina fez. Assim o povo não comenta demais.
Dante soltou uma risada seca, passando a toalha pelo rosto.
— Eu não tô nem aí pro que as pessoas falam, Nikolai. Só fiz isso porque vai ter casamento… e ia ficar feio pra ela.
Do outro lado da linha, houve um silêncio breve, antes de Nikolai responder num tom mais firme:
— Não pega pesado com isso. Irina é minha irmã.
Dante deu um sorriso torto, mas a voz manteve aquela calma perigosa.
— Fica tranquilo. Eu sou louco, mas não ao ponto de machucar a minha mulher.
Ele fez uma pausa, jogando a toalha molhada de lado, olhando o próprio reflexo no espelho.
— Só espera… Você ainda vai ver ela voltando sem muito esforço meu… e ainda me ameaçando de morte.
O silêncio pesado voltou por um instante, até que a ligação foi encerrada.
Dante ficou ali, parado, o celular ainda na mão, um sorriso quase divertido nos lábios. O jogo estava só começando.
Hotel.
Irina estava estirada na espreguiçadeira da cobertura do hotel, óculos escuros, um drink colorido na mão, o sol dourando a pele como se o mundo inteiro estivesse perfeitamente sob controle. Para ela, nada parecia urgente. Nada parecia ter consequências.
Dois dias… em apenas dois dias, ela estaria em outro ponto turístico, mais um destino para a lista de lugares em que se esconderia de Dante — ou pelo menos, era assim que gostava de pensar. Aquilo parecia mais umas férias prolongadas do que fuga.
Enquanto isso, longe dali, Dante girava lentamente uma caneta entre os dedos, os olhos fixos no calendário aberto sobre a mesa. No meio dos números e anotações, havia um dia marcado em vermelho.
A data exata em que precisava estar com Irina.
Não importava como. Não importava o custo.
O plano dele girava em torno daquele momento, e cada detalhe estava cravado na mente como uma contagem regressiva.
Ele mal contava os minutos… e a cada segundo que passava, o sorriso nos lábios dele ficava mais afiado.
Florença, Itália.
Irina caminhava pelas ruas de pedra, o ar impregnado com o aroma de café e flores frescas, como se fosse apenas mais uma turista qualquer. Parava de vez em quando para observar as vitrines, tirar fotos de prédios históricos e admirar a vista do Arno, fingindo que não havia um homem obcecado por ela do outro lado do oceano.
Do outro lado do mundo, Dante estava no seu escritório, ainda com o cheiro de charuto da última reunião com investidores pairando no ar. A negociação sobre um novo carregamento de vinhos raros — fachada perfeita para movimentar sua verdadeira mercadoria — tinha acabado de terminar.
Ele se largou na poltrona de couro, afrouxou a gravata e inclinou a cabeça para trás, aproveitando alguns segundos de silêncio.
O telefone da mesa tocou.
— Senhor, tem uma moça querendo falar com o senhor… — a voz da secretária vinha hesitante. — A senhorita Violet Moretti.
Dante abriu um sorriso enviesado, mas não de alegria. Passou a mão pelo rosto e pensou: Era tudo que eu não precisava agora.
Mesmo assim, pegou o telefone novamente.
— Manda subir. E ponha dois seguranças na porta. Apostos.
Enquanto desligava, o olhar dele se estreitou. Violet Moretti não aparecia do nada… e quando aparecia, significava problema.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Ana Lúcia De Oliveira
Quem será essa? No livro do Nikolai foram cortadas rapidamente
2025-09-04
0
Ana Reis
Será que teremos uma 🐍no meu do nosso casal de🧨🔥
2025-09-01
2
euzinha
rpz.....
2025-09-02
0