o primeiro teste

O sol ainda não havia nascido quando Isabella recebeu a mensagem de Rafael. A simples notificação fez o coração dela disparar: era hora de encarar de verdade o mundo que ele lhe mostrara.

— Isabella, precisa vir comigo. Agora. — A mensagem era curta, direta e carregava a urgência que ela reconheceu imediatamente.

Ao chegar ao local combinado, um armazém abandonado na periferia da cidade, Isabella sentiu a adrenalina percorrer seu corpo. O ambiente era sombrio, as paredes descascadas, e o cheiro de metal e combustível preenchia o ar. Rafael a esperava perto de um carro preto, o olhar sério e intenso.

— Fique atrás de mim — ordenou ele, assim que percebeu a hesitação dela. — Não se envolva, apenas observe.

Ela assentiu, mas seu coração batia tão rápido que parecia querer pular do peito. Rafael entrou no armazém, e Isabella, espiando por trás de uma pilastra, viu uma cena que a fez prender a respiração: homens armados discutiam em tom agressivo, e a tensão era palpável. Rafael se aproximou, com a postura calma, mas cada palavra dele era medida, como se cada sílaba pudesse decidir entre a vida e a morte.

— Isso é… — começou Isabella, mas a voz morreu ao perceber que qualquer som podia atrair atenção.

O conflito escalou rápido. Um dos homens levantou a voz, questionando a autoridade de Rafael, e um gesto brusco quase resultou em violência. Isabella sentiu o medo percorrer todo o corpo, mas também algo mais profundo: a admiração por ele, pela forma como controlava a situação. Cada movimento dele transmitia poder, respeito e perigo.

Quando finalmente tudo se acalmou, Rafael saiu do armazém sem um arranhão. Isabella correu até ele, os olhos brilhando entre medo e alívio.

— Você viu demais — disse ele, sua voz baixa e carregada de intensidade. — Mas também viu quem eu realmente sou.

Ela respirou fundo, tentando processar tudo o que acontecera. — Eu… eu não sabia que era tão perigoso. —

— Não é um jogo — respondeu Rafael, aproximando-se dela, a mão tocando seu rosto com delicadeza inesperada. — Cada escolha aqui tem consequência. E você precisa entender isso, se quiser continuar comigo.

Isabella sentiu um arrepio percorrer a espinha. Estar com Rafael significava estar perto do perigo constante, mas também experimentar emoções que ela nunca imaginou sentir. Medo, excitação, desejo — tudo misturado, impossível de separar.

— Estou pronta — disse ela, olhando nos olhos dele. — Pronta para enfrentar o que vier.

Rafael a analisou por um instante, como se avaliando se podia confiar naquela determinação. Então, suavemente, a puxou para si, e o calor do corpo dele envolveu Isabella, tornando tudo ao redor irrelevante.

— Então, bem-vinda de verdade ao meu mundo — murmurou ele, quase como um sussurro.

E naquele momento, Isabella percebeu que não havia volta. O primeiro teste havia passado, mas sabia que o maior desafio ainda estava por vir: se entregar por completo a Rafael e ao mundo perigoso que ele habitava, sabendo que cada escolha poderia custar caro e que não tinha mais volta ela estava envolvida e queria realmente conhecer o que viria

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