proximidade perigosa

Os dias que se seguiram foram intensos. Isabella não conseguia pensar em mais nada além do mundo que Rafael havia mostrado. Cada mensagem, cada ligação, cada encontro carregava uma mistura de fascínio e medo. Ela sabia que estava se aproximando de algo muito maior do que qualquer festa, qualquer luxo que havia conhecido antes.

Rafael, por sua vez, parecia dividida entre a necessidade de protegê-la e a impossibilidade de mantê-la distante. Ele a observava, avaliava cada reação dela, cada gesto, como se tentasse medir o quanto Isabella poderia suportar daquela vida. E, por mais que tentasse se manter firme, a presença dela despertava nele algo que ele não sentia há anos: vulnerabilidade misturada com desejo.

— Isabella, precisa entender uma coisa — disse ele numa noite, enquanto caminhavam pelo terraço de seu prédio, o vento batendo nos cabelos dela. — Aqui, confiança é tudo. Uma vez perdida, não há volta.

— Eu confio em você — respondeu Isabella, a firmeza na voz tentando esconder a ansiedade que sentia. — Ou pelo menos… estou aprendendo a confiar.

Rafael parou e virou-se para ela, seus olhos penetrantes segurando os dela. Por um instante, o mundo inteiro desapareceu, deixando apenas os dois, a tensão entre eles quase palpável.

— Isso não vai ser fácil — disse ele, aproximando-se. — Minha vida… meu mundo… não aceita fraqueza. E você não é só mais uma garota bonita que cruza meu caminho.

— E isso é bom ou ruim? — provocou Isabella, o coração disparado.

— É perigoso — respondeu Rafael, com uma intensidade que fez Isabella tremer. — Mas se você estiver preparada… pode ser o começo de algo que ninguém mais jamais entendeu.

Antes que pudesse responder, um som de alerta no celular dele interrompeu o momento. Rafael franziu a testa e rapidamente desapareceu do terraço, deixando Isabella sozinha, mas o frio na espinha não era só por causa do vento.

Ela o seguiu, curiosa, e o encontrou na sala principal do prédio, onde algumas pessoas esperavam com olhares sérios. Rafael conversava em voz baixa, mas Isabella percebeu a tensão no ambiente. Um problema havia surgido — algo que ameaçava o mundo que ele havia mostrado a ela.

— Eles querem testar minha lealdade — murmurou Rafael, olhando para Isabella de canto. — Se você estiver aqui, vai ver tudo. Mas precisa prometer que não vai se meter.

— Prometo — disse Isabella, embora sentisse o coração acelerado, a adrenalina tomando conta.

O teste começou. Rafael precisou lidar com uma situação tensa envolvendo aliados e inimigos, e Isabella percebeu, de forma angustiante, o quanto a vida dele era perigosa. A qualquer momento, algo poderia sair errado. Mas, ao mesmo tempo, ela sentiu uma estranha confiança: enquanto Rafael estivesse perto, ela se sentia protegida — e ao mesmo tempo, conectada a ele de uma forma que não conseguia explicar.

Quando tudo terminou, Rafael se aproximou dela, passando a mão nos cabelos dela de forma inesperadamente suave.

— Você viu demais — disse ele, a voz baixa e rouca. — E ainda assim… você está aqui.

Isabella olhou nos olhos dele e, pela primeira vez, entendeu que entrar no mundo de Rafael não era apenas sobre perigo ou aventura. Era sobre emoção, desejo e a certeza de que algo profundo e irresistível os unia.

E, naquele instante, ela percebeu que não havia mais volta. Ela não só queria estar com ele — ela precisava.

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