Almas Destinadas ao Casamento.
O brilho do anel de noivado, um diamante lapidado como uma lágrima de esperança, tremulou na penumbra do pequeno apartamento de Amara. Lysander, com o coração pulsando em expectativa, estendeu a joia para ela, um símbolo de seu amor incondicional e da promessa de um futuro juntos. Mas, em vez da resposta radiante que ele ansiava, Amara desviou o olhar, a sombra da incerteza toldando seus belos olhos.
"Eu não posso, Lysander," ela sussurrou, a voz embargada pela emoção. "Não posso aceitar seu pedido."
A dor cortou o coração de Lysander como uma lâmina afiada. Ele havia imaginado esse momento tantas vezes, sonhado com a alegria de tê-la como sua esposa, mas agora, diante da recusa de Amara, sentia o mundo desabar ao seu redor.
"Por quê?" ele perguntou, a voz embargada pela emoção. "Eu te amo, Amara. Eu faria qualquer coisa por você."
"Eu sei," ela respondeu, as lágrimas escorrendo pelo rosto. "E é por isso que não posso aceitar. Você merece mais do que eu posso oferecer. Meu passado é sombrio, cheio de segredos que podem te destruir."
Lysander tentou argumentar, mas Amara o interrompeu, colocando um dedo delicado em seus lábios. "Por favor, Lysander. Não torne isso mais difícil do que já é. Eu preciso de tempo para resolver meus problemas, para me libertar das amarras do passado."
E assim, com o coração partido, Lysander aceitou a decisão de Amara. Ele sabia que não podia forçá-la a amá-lo, que precisava respeitar seus sentimentos e dar-lhe o espaço que ela precisava. Mas, mesmo com a recusa, ele se recusava a desistir dela. Ele acreditava que o destino os havia unido por um motivo, e que, no momento certo, eles encontrariam um caminho para ficarem juntos.
E o destino, como um maestro invisível, continuou a orquestrar encontros fortuitos entre Lysander e Amara. Em cada situação de perigo, em cada momento de necessidade, Lysander surgia como um anjo da guarda, protegendo Amara de todos os males. Ele a salvou de um incêndio em seu prédio, a defendeu de um agiota ganancioso e a protegeu de um stalker obsessivo. A cada ato de bravura e generosidade, o coração de Amara se derretia um pouco mais, e os sentimentos que ela tanto se esforçava para reprimir começavam a florescer.
Ela se sentia cada vez mais atraída por Lysander, por sua bondade, sua coragem e sua devoção. Mas o medo de seu passado a paralisava, impedindo-a de se entregar completamente ao amor que ele lhe oferecia.
Enquanto isso, na mansão Blackwood, a tensão aumentava a cada dia. Elizabeth, cada vez mais irritada com a recusa de Lysander em se casar com Annelise, intensificava sua pressão sobre o filho, tornando sua vida um inferno. As discussões eram constantes, as chantagens emocionais se tornavam mais frequentes, e o estresse consumia Lysander, minando sua energia e sua determinação.
Para piorar a situação, Annelise, percebendo o crescente interesse de Lysander por Amara, começou a suspeitar da relação entre os dois. Movida pelo ciúme e pela ambição, ela decidiu investigar a vida de Amara, buscando qualquer informação que pudesse usar para separá-los.
E, como uma serpente traiçoeira, Annelise descobriu que Lysander havia comprado um apartamento para Amara, um ato de generosidade que a revelava a profundidade dos sentimentos de Lysander pela jovem. Furiosa, Annelise confrontou Amara em público, humilhando-a e acusando-a de ser uma interesseira que estava se aproveitando da bondade de Lysander.
A cena foi humilhante para Amara, que se sentiu exposta e vulnerável. As palavras venenosas de Annelise a atingiram como flechas, reabrindo feridas antigas e reacendendo o medo de ser julgada e rejeitada.
Lysander, ao saber do ocorrido, ficou furioso com Annelise e a confrontou, defendendo Amara com unhas e dentes. Mas, ao mesmo tempo, ele se sentia culpado por ter exposto Amara ao escrutínio público e por ter causado dor a ela.
Em meio a paixões ardentes, segredos obscuros e intrigas familiares, Lysander e Amara se viam cada vez mais envolvidos em uma teia de emoções conflitantes. O amor que os unia era forte, mas os obstáculos que se interpunham em seu caminho pareciam insuperáveis.
Será que eles conseguiriam superar seus medos e segredos para finalmente ficarem juntos? Ou o destino os reservava um final trágico, onde o amor seria apenas uma miragem em meio ao caos e à escuridão?
As paredes da mansão Blackwood pareciam se fechar sobre Lysander, sufocando-o com as expectativas e exigências de sua família. A voz estridente de Elizabeth ecoava em seus ouvidos, cada palavra como uma farpa envenenada, destinada a ferir sua alma.
"Você está louco, Lysander!" ela gritava, o rosto vermelho de fúria. "Como pode se rebaixar a essa mendiga? Ela não é digna de você, do nosso sobrenome, da nossa fortuna!"
Annelise, com um sorriso venenoso nos lábios, observava a cena com satisfação. "Lysander precisa entender que o amor não paga as contas," ela disse, com um tom condescendente. "Ele precisa se casar com alguém que possa garantir o futuro da família, não com uma aventureira sem passado."
O sangue de Lysander fervia em suas veias. Ele não suportava mais ouvir aquelas palavras, aqueles julgamentos cruéis e injustos. Amara era tudo para ele, a luz em sua escuridão, a esperança em seu desespero. Ele não permitiria que ninguém a insultasse ou a menosprezasse.
"Já chega!" ele explodiu, a voz carregada de raiva e frustração. "Eu não vou me casar com Annelise, e não vou abandonar Amara. Eu a amo, e é com ela que eu quero passar o resto da minha vida."
Elizabeth soltou uma gargalhada sarcástica. "Você acha que essa paixãozinha vai durar, Lysander? Ela só está interessada no seu dinheiro, na sua posição. Quando você perder tudo, ela vai te abandonar como um cão sarnento."
As palavras de sua mãe o atingiram como um soco no estômago. Ele sabia que Elizabeth era capaz de tudo, que faria qualquer coisa para separá-lo de Amara. Mas ele se recusava a ceder, a deixar que o medo o paralisasse.
"Eu não vou te dar esse prazer, mãe," ele disse, com firmeza. "Eu vou lutar pelo meu amor, e vou provar que você está errada."
Com o coração em pedaços, mas a determinação renovada, Lysander se virou e saiu da mansão Blackwood, deixando para trás sua mãe e Annelise, as duas mulheres que o queriam controlar e manipular.
Precisava de um amigo, de um conselheiro, de alguém que pudesse ouvi-lo e ajudá-lo a encontrar um caminho. E ele sabia exatamente para quem recorrer.
No aconchegante escritório de Theron, Lysander desabafou, contando sobre as pressões de sua mãe, as maquinações de Annelise e a recusa de Amara em aceitar seu pedido de casamento. Theron ouviu atentamente, sem interromper, e quando Lysander terminou de falar, ele colocou a mão em seu ombro e disse:
"Lysander, você está em uma encruzilhada. Você precisa escolher entre o que sua família quer e o que seu coração deseja. Eu sei que é difícil, mas você precisa ser honesto consigo mesmo e tomar uma decisão que te faça feliz."
"Mas e se eu estiver errado?" Lysander perguntou, com angústia. "E se Amara não for a pessoa certa para mim? E se eu estiver jogando minha vida fora por um amor impossível?"
Theron sorriu com compreensão. "Lysander, não existe garantia de felicidade. A vida é um risco, e o amor é o maior de todos. Mas se você não arriscar, nunca saberá o que poderia ter sido."
As palavras de Theron ressoaram no coração de Lysander, dando-lhe a coragem que ele precisava para seguir em frente. Ele sabia que não podia controlar o futuro, mas podia controlar suas escolhas. E ele escolhia amar Amara, lutar por ela, e provar a todos que seu amor era verdadeiro e inabalável.
Enquanto isso, no pequeno apartamento que Lysander havia comprado para ela, Amara se sentia dividida entre a gratidão e a culpa. O gesto de Lysander a havia tocado profundamente, mostrando o quanto ele se importava com ela. Mas, ao mesmo tempo, ela se sentia indigna de seu amor, assombrada por seu passado e pelo medo de machucá-lo.
Às vezes, ela se pegava pensando no pedido de casamento de Lysander, imaginando como seria sua vida ao lado dele. Ela sonhava com um lar, uma família, um futuro feliz. Mas então, a realidade a atingia como um balde de água fria, lembrando-a de que ela não era uma princesa, mas sim uma plebeia com segredos obscuros.
"Será que eu mereço ser feliz?" ela se perguntava, com tristeza. "Será que eu tenho o direito de amar Lysander, sabendo que posso arruinar sua vida?"
As dúvidas a atormentavam, impedindo-a de dormir, de comer, de viver plenamente. Ela precisava tomar uma decisão, mas não sabia qual caminho seguir. O amor a chamava, mas o medo a paralisava.
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Atualizado até capítulo 35
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