Um banho quente era tudo que eu precisava nesse momento, aproveitei para reorganizar meus pensamentos sobre os últimos dias, sobre a viagem, e está fora de casa.
Passei tempo demais no banho e me atrasei para o jantar, ao sair da banheira bati meu braço deixando um pequeno hematoma no pulso direito, me arrumei o mais rápido possível e corri, já imaginando a bronca que iria levar.
Quase perto da sala de jantar, virei rápido de mais no corredor, me choquei contra alguém, quase caio no chão.
Encarei o chão, ainda atordoada, sem entender a situação, senti uma mão firme segurar minha cintura, notei que eu o garrava forte em seus braços, ele me puxou levemente de volta, encarei novamente aquele olhar atraente de novo.
- Tenha mais cuidado senhorita.
- Me desculpe, eu me atrasei. – Falei sem conseguir parar de olhá-lo.
- Não precisa de tanta formalidade.
- Só estou sendo educada, afinal a culpa foi minha.
- Talvez eu tenha te interpretado mal, afinal não é comum os nobres serem tão educados com alguém de baixo escalão.
- Educação não convém apenas a nobreza, basta ser humano. Pelo menos é o que eu penso.
Ele sorriu me mostrando seus dentes brancos e alinhados. – É uma bela forma de pensar.
Meu coração disparou, o som era tão alto que fiquei com medo de que ele pudesse ouvir. – Seus olhos... você tem belos olhos. – Falei o que pensava novamente.
Abaixei a cabeça com vergonha, foi quando percebi que ainda segurava os seus braços, soltei rapidamente. – Me desculpe, estou atrasada.
Saí correndo pelo corredor, sem olhar para trás, parei de correr, ao ouvir a voz dele dizendo baixinho, “não corra!”, entrei na sala sentindo minhas bochechas arderem. Me desculpei com todos na sala. Depois do jantar meu pai me deu broncas pelo atraso.
A noite foi tranquila, consegui dormi bem, mas acordei indisposta, fiquei triste em meu quarto pela partida dos meus pais, passei boa parte da tarde sentada na janela olhando para a paisagem. Do meu quarto era possível ver o castelo de pedras negras no alto da montanha, ele parecia muito bonito, eu esperava poder vê-lo de perto algum dia.
De repente escutei os barulhos dos cavalos, então lembrei do estábulo, saí de fininho do quarto para Elisa não descobrir e me seguir. Passei pelos corredores da mansão ainda perdida, sem saber a direção certa, isso até encontrar a cozinheira e ela me indicar por onde eu deveria ir.
O barulho dos cavalos ficava cada vez mais alto, entrei no estábulo, ele era muito grande e espaçoso, ouvi uma voz irritada e um cavalo relinchando alto, no final do corredor.
— Você é um cavalo muito mal-educado, sabia! Não condiz com o seu dono, porque você é tão áspero? Apenas quero te dar comida! — Falou um senhorzinho de cabelos brancos e roupas surradas, ele segurava uma cenoura.
Olhei para um cavalo preto, suas crinas negras e onduladas, ele parecia um cavalo bem cuidado! O cavalo relinchava bravo, me aproximei devagar para não fazer alardes, mas mesmo assim eles notaram minha presença, então ficaram me observando.
- Posso tentar? – Estendi a mão para o senhor pedindo a cenoura.
- Claro! mas tenha cuidado, ele costuma a ser hostil com as pessoas, só o seu dono consegue lidar com ele.
O senhor se afastou, ele continuou cuidando dos outros cavalos.
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Atualizado até capítulo 65
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