O silêncio que queima

A madrugada havia sido longa.
O médico particular já havia ido embora. Jun-ho dormia tranquilo no quarto, agora sem febre, envolto em cobertores leves e um aroma suave de lavanda. A babá noturna havia sido dispensada por Wonwoo com uma única frase:
jeon wonwoo
jeon wonwoo
Jiseok vai cuidar dele. Ele precisa dele.
Mas o que ninguém esperava... é que Jiseok também precisasse daquele bebê.
E, de alguma forma estranha, daquele homem.
Ele havia se sentado no sofá da sala ao lado do quarto do bebê, mas o sono não vinha. Estava com a cabeça encostada na mão, olhos semicerrados, quando ouviu passos lentos. Virou o rosto devagar — e lá estava ele.
Wonwoo.
Sem terno. Apenas com uma camiseta preta de algodão e uma calça de moletom cinza. Os cabelos levemente bagunçados. Olhos cansados, mas calmos.
Jiseok nunca o tinha visto assim. Humano. Quase... gentil.
kim jiseok
kim jiseok
Ele tá bem.
Disse Jiseok, quebrando o silêncio.
kim jiseok
kim jiseok
Dormiu faz meia hora.
jeon wonwoo
jeon wonwoo
Eu vi.
Wonwoo respondeu, parando em frente ao sofá.
jeon wonwoo
jeon wonwoo
Posso sentar?
Jiseok apenas assentiu.
O sofá era espaçoso, mas por alguma razão, Wonwoo sentou-se mais perto do que o necessário. O silêncio entre eles era carregado. Mas não desconfortável. Era... cheio de palavras não ditas.
jeon wonwoo
jeon wonwoo
Obrigado por ontem.
Wonwoo disse, após um tempo.
jeon wonwoo
jeon wonwoo
Você... agiu melhor do que muita gente da minha equipe.
kim jiseok
kim jiseok
Não fiz por você.
Jiseok respondeu com honestidade.
kim jiseok
kim jiseok
Eu fiz por ele. Mas... saber que você ficou desesperado também... foi importante.
Wonwoo soltou uma risada baixa.
jeon wonwoo
jeon wonwoo
Você fala tudo sem medo, né?
kim jiseok
kim jiseok
Medo?
Jiseok olhou para ele.
kim jiseok
kim jiseok
Eu perdi isso há muito tempo.
Os olhos de Wonwoo se fixaram nos dele.
jeon wonwoo
jeon wonwoo
Eu também.
Por alguns segundos, nenhum dos dois disse nada. Apenas ficaram ali, próximos demais, no silêncio da madrugada, com as luzes baixas e o som da respiração do bebê ao fundo.
Foi Wonwoo quem falou primeiro, a voz quase num sussurro:
jeon wonwoo
jeon wonwoo
Você é diferente, Jiseok. Desde o início... eu percebi.
Jiseok engoliu em seco.
kim jiseok
kim jiseok
E você... não é tão frio quanto tenta parecer.
Os olhos deles se encontraram, e havia algo ali. Um campo magnético silencioso. Nenhum dos dois se mexeu, mas o ar... estava diferente. Mais denso. Mais quente.
kim jiseok
kim jiseok
Eu vou voltar para o quarto dele.
Jiseok disse, desviando o olhar antes que aquilo fugisse do controle.
kim jiseok
kim jiseok
Só pra garantir que ele continue bem.
jeon wonwoo
jeon wonwoo
Certo.
Respondeu Wonwoo, ainda o observando com os olhos fixos.
jeon wonwoo
jeon wonwoo
Mas... se quiser descansar depois... meu quarto é no final do corredor.
Jiseok parou na porta.
kim jiseok
kim jiseok
Isso é uma oferta... ou uma ordem?
Wonwoo sorriu pela primeira vez.
jeon wonwoo
jeon wonwoo
É só um aviso. O sofá daqui é horrível.
Jiseok riu também, balançando a cabeça.
Enquanto caminhava de volta para o quarto de Jun-ho, o coração batia estranho no peito. Ele não sabia o que aquilo significava. Mas sabia que, depois daquela noite... Nada entre eles seria o mesmo.

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