Cristóbal, parou por um momento, olhando para a pessoa antes de entrar no carro. Depois dirigiu o olhar para a garota notando as roupas manchadas de sangue, o cabelo desgrenhado, não era mais, para ele, do que um pequeno obstáculo que cruzou seu caminho, em sua resistência de aceitar sua superioridade ficou gravado em sua mente, ainda que não quisesse admitir seu erro.
Seu assistente tentou convencê-lo, para que fosse ele mesmo pessoalmente à clínica, a única coisa que conseguiu foi fazer Cristóbal enfurecer. Este apenas encolheu os ombros, retrocedendo vários passos para trás, olhou ao redor, reuniu as folhas do currículo, e depois subiu na ambulância com os paramédicos, para se encarregar de tudo o necessário e de se assegurar de que a garota assinasse o documento que Cristóbal havia pedido. Cristóbal subiu em seu carro ficando no interior, observou como a ambulância se afastava. Embora tenha dito para si mesmo. Que não se importava, que era unicamente uma mulher mais em uma cidade cheia de milhões de mulheres. Mas algo em seu interior se agitou. Uma emoção desconhecida, enterrada sob anos de arrogância e frieza, começou a surgir.
Mas uns segundos depois Cristóbal recobrou a compostura, deixando de lado seus pensamentos. Pois não pensava em se envolver no mínimo que tivesse a ver com essa mulher, ligou seu carro, e se afastou rapidamente dali. Embora ambos tenham seguido caminhos separados naquele dia, o destino já tinha outros planos. O que parecia ser um simples acidente.
Seria o ponto de partida de uma história muito mais complexa. Uma que poria à prova não só suas diferenças, mas também a capacidade de ambos, para mudar suas vidas.
Quando Cristóbal chegou ao seu flamante escritório, atrás dele vai correndo uma de suas assistentes com passo trêmulo, a garota abre a porta antes que ele chegue. Dando-lhe passagem, para que ele entre primeiro, depois a garota fecha a porta e com voz fria Cristóbal lhe diz.
*** --A que horas, você adiou a reunião. --***
A garota responde tremendo. -- Para dentro de meia hora, senhor. --
*** --Pode se retirar, não estou para ninguém, não me passe ligações. --***
A garota ao escutar as palavras frias de Cristóbal sai rapidamente do escritório. Enquanto Cristóbal se dirige para o enorme janelão onde fica parado vendo para o horizonte, dali pode ver grande parte da cidade, está no topo, no mais alto, para ele isso significa que todo o esforço que fez durante anos valeu a pena. Porque só ele pode se dar ao luxo de dizer eu consegui tudo o que quis nesta vida. Por sua vez, seu assistente se encontra à espera de qualquer informação que possam lhe dar sobre a garota que se debate entre a vida e a morte, mas enquanto espera notícias se dá a tarefa de investigar quem é ela, de onde saiu, e quais são suas origens.
Quando Henry descobre, que Lucía López, foi empregada da empresa de Cristóbal, e que ele mesmo se encarregou de despedi-la por um pequeno erro que ela cometeu. Henry sacode a cabeça várias vezes tentando entender. Como é possível que precisamente tenha sido a ela a quem Cristóbal atropelara essa manhã. Passam várias horas sem ter nenhuma notícia Henry já está mais que impaciente e caminha de um lado para outro, pois tem que fazer com que a garota assine o documento, onde se comprometa a não tentar fazer algo contra seu chefe e muito menos a mencionar o ocorrido.
Sua impaciência faz com que Henry pergunte a uma das enfermeiras. Como se encontra a garota, esta lhe responde que a garota se debate entre a vida e a morte, Henry fica atônito. O que parecia um simples acidente se converteu em algo muito pior, uma vez que a enfermeira se retira. Fica pensando se deve avisar Cristóbal do que está sucedendo, mas prefere guardar até que tenha uma informação mais detalhada sobre a garota. E assim passam outras 3 horas, até que por fim as portas daquele centro cirúrgico se abrem, de onde sai um doutor abatido, pelo cansaço. Se aproxima dele perguntando. -- doutor, como está a paciente que trouxe? Necessito saber com urgência. --
O doutor coloca uma de suas mãos sobre um dos ombros de Henry e lhe diz. -- você é familiar da paciente. --
A Henry não resta mais do que mentir para o doutor e de imediato lhe responde.
*** -- Sim, sou familiar. Diga-me doutor. Como ela se encontra. -***
-- Devido aos golpes que levou, o mais perigoso é. Crânio encefálico. --
Henry interrompe o doutor perguntando o que significa o que acabou de lhe dizer, ao que o doutor lhe responde.
-- Crânio encefálico, é provocado pelo forte golpe que levou na cabeça. O rebote do cérebro no crânio, lesionou as células cerebrais. Rompendo os vasos sanguíneos. --
O doutor continua explicando, e entre mais explica Henry fica, sem palavras. Pois quem ia imaginar o que parecia um simples acidente, se converteu em um desastre total. O que mais o deixa sem alento é quando o doutor lhe diz, que só há 20% de probabilidades de que a garota desperte, pois depois da cirurgia ficou em coma. E não basta nada mais com isso, senão que o doutor depois lhe diz que tem lesionado duas vértebras da coluna, que devem ser operadas, mas isso não garante que ela volte a caminhar. A Henry não resta mais, do que levar uma de suas mãos, esfregando seu pescoço. Pois agora seu chefe sim está metido em um grande problema. Depois de terminar o doutor de lhe explicar o estado em que se encontra Lucía, este dá meia volta. E se vai, ficando ali Henry sem saber o que fazer.
Henry caminha para um dos assentos e se deixa cair, tentando pensar. Como deve solucionar esse problema. Pega seu telefone e está a ponto de ligar para Cristóbal quando por erro entra em suas redes sociais, quando de repente se encontra com o ocorrido, é todo um escândalo onde se menciona o nome de Cristóbal Devereaux.
*** -- Um homem sem o mínimo sentimento, com um coração de pedra, deixou desamparada uma pobre inocente garota que atropelou esta manhã***. --
...Henry Lancaster ...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 69
Comments