A porta do apartamento de cobertura se abriu com um clique suave. O lugar era grande, moderno, bem decorado... mas frio. Nenhum som, nenhuma presença, nenhuma vida.
Daiki Nakamura
*entrou devagar, jogando as chaves numa bandeja de vidro e tirando o casaco*
A expressão dele estava neutra. Nem aquele sorriso de canto apareceu. Só um olhar vazio.
Daiki Nakamura
*Andou até a cozinha sem acender as luzes, abrindo a geladeira apenas para pegar uma garrafa de água*
Passou direto pela sala, onde havia prêmios, fotos antigas (quase todas escondidas ou viradas para baixo) e um quadro quebrado encostado na parede, como se nunca tivesse tido coragem de jogar fora.
Daiki Nakamura
*Chegando ao quarto, trancou a porta atrás de si. Por costume*
Daiki Nakamura
*Tirou a camisa devagar, revelando as tatuagens que percorriam o corpo… e também as cicatrizes mais discretas nos ombros, costelas e costas. Cicatrizes reais, de lutas e dores antigas*
Daiki Nakamura
*Se sentou na beira da cama*
Daiki Nakamura
*Suspirou*
Abriu a gaveta da cômoda. Lá dentro, uma caixa de madeira preta. Dentro da caixa: vários frascos de remédios, alguns calmantes fortes, outros para ansiedade, insônia, controle de humor.
Daiki Nakamura
*Pegou um deles com mãos trêmulas. Leu o rótulo, mesmo sabendo de cor. E murmurou*
Daiki Nakamura
*baixo* Um pra dormir… três se eu quiser esquecer.
Daiki Nakamura
*Engoliu um comprimido com um gole de água, e depois jogou o corpo na cama, encarando o teto*
O quarto estava escuro. A única luz vinha do abajur, onde uma foto antiga ainda estava exposta — Daiki e Takeshi, muito mais jovens, rindo em algum festival. A mão de Takeshi estava sobre o ombro dele, mesmo que de forma casual
Era a única foto que ele nunca teve coragem de esconder
Daiki Nakamura
*sussurrando* Se eu sumisse hoje… alguém sentiria falta? Ou só diriam "o pervertido parou de aparecer"?
Daiki Nakamura
*Virou de lado. A respiração ficou mais pesada. Os olhos começaram a lacrimejar, mas ele apertou os próprios braços com força. Como se estivesse tentando manter o peito fechado, o coração calado*
Daiki Nakamura
Só queria... ser visto de verdade. Uma vez
O quarto mergulhou em silêncio
E assim, Daiki Nakamura, o homem que sorria pra todos, adormeceu sozinho, com remédios no corpo e o coração gritando em silêncio.
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