Biblioteca oculta da escola (fim de tarde)

Valentina pesquisa discretamente.

Ela usa seu símbolo da coxa para entrar numa seção restrita, guardada por selos antigos.

Painel: Ela sussurra um comando. As runas brilham e o corredor secreto se abre com um leve clic.

Valentina (pensando):

“Se eu quero entender por que ele me olha como um erro...

Eu preciso descobrir quem veio antes de mim.”

Ela vasculha arquivos de linhagens antigas.

Nomes de Guardiões. Relatos de brechas no Véu.

Mas um nome aparece apenas uma vez, e com o texto riscado:

“Celina Ardente”

 “Infiltrada?”

“Último contato no ciclo 223”

“Classificada como risco existencial”

Avia, uma página rasgada revela um fragmento.

Entre os papéis, uma anotação à mão:

“Os olhos em brasa...

dançava como se controlasse o mundo.

Sumiu para dentro do Véu.

Deixou algo... para trás.”

Valentina (pensando):

“Ela era como eu.

Ou eu sou como ela?”

Ela se esconde rapidamente entre prateleiras.

Rohan entra. Sozinho.

Ele caminha direto até uma estante específica, coloca a mão em uma runa secreta e um compartimento se abre.

Dentro: uma pequena joia vermelha presa a uma corrente.

Ele a segura... e fecha os olhos com força.

Rohan (sussurrando):

“Você me prometeu que voltaria, Celina…”

Valentina (pensando, escondida):

“Celina...

Ele a conheceu.”

Ela espera alguns minutos, então se aproxima da estante.

No fundo do compartimento, ficou um fragmento de papel.

Nele, desenhado à mão… o mesmo símbolo que ela carrega na perna.

Valentina (olhos arregalados):

“Essa marca não é só minha.

É um chamado.”

“Valentina não herdou apenas poder.

Herdou um aviso.

E uma promessa.”

Valentina sozinha na sala de treino.

Movimentos fluidos, precisos.

Respiração alinhada com os fios incandescentes.

Narração (Valentina):

“Aula teórica o dia inteiro…

A única coisa viva hoje foi o tédio.

Precisei lembrar ao meu corpo que ele ainda sabe lutar.”

Dormitório, noite. Ela entra, confere tudo com o olhar. Nenhum sinal de invasão.

Toma um banho, cabelo solto, rosto sereno.

Se deita e adormece rapidamente.O sonho.

Um campo de cinzas. O céu está escuro.

Do meio do nada, surge uma harpia em chamas, com olhos dourados e asas gigantescas em brasas.

Harpia (voz ecoando):

“Eu sempre estive aqui, Valentina.

Quando chegar a hora…

Eu voltarei através de você.”

Valentina acorda abruptamente. A respiração acelerada.

A marca da perna pulsando forte, quente.

Ela toca o local, ofegante.Ao se acalmar, ela foi para o refeitório.

Ela caminha entre os outros alunos. Alguns notam sua expressão estranha, mas não perguntam.

Narração (Valentina):

 “Aquela... não era uma visão.

Era um chamado.”

Alto-falante (voz da diretora):

 “Valentina Ardente, compareça imediatamente à minha sala da diretoria.”

Valentina (pensamento, irritada):

 “Lá vamos nós de novo… Aff...”

Algo no ar parece... Pesado.

O espaço está levemente distorcido.

Ela sente — não é só a diretora esperando por ela.

Valentina empurra a porta devagar.

O ar está denso, quase elétrico.

A diretora Maran está de pé, mas olha para o chão — não encara a visitante.

Ao lado dela, uma mulher de estatura mediana, mas com uma presença avassaladora.

Seu manto cinza parece absorver a luz do ambiente, com fios vermelhos bordados em espiral flamejante.

Narração:

“Ela não falava. O espaço em volta dela falava por ela.”

Diretora Maran (voz baixa, respeitosa):

“Valentina…

Esta é Anciã Hécate.

Guardiã do Véu.

Oráculo da Terceira Espiral.

Ela sentiu… seu despertar.”

Valentina (em pensamento):

“Então não foi só um sonho.”

Ela ergue os olhos.

Pupilas prateadas com anéis negros, como portais.

Quando ela olha, é como se enxergasse todas as versões de Valentina ao mesmo tempo.

 Anciã Hécate:

“Você dançou com o Fogo.

Mas ainda não sabe se é dançarina... ou isca.”

Mesmo sentindo o ar vibrar, os olhos dela não recuam.

Mas o símbolo na coxa pulsava forte, como se reagisse à presença da Anciã.

Valentina (voz firme):

“Se você veio pra testar...

Faça isso. Mas eu não ajoelho.”

Anciã Hécate (arqueia uma sobrancelha):

“Ótimo. Eu não treino ajoelhados.”

Anciã Hécate ergue um dedo.

Todo o espaço se distorce.

As paredes somem, o teto desaparece — agora elas estão num círculo de chamas brancas e céu vazio.

Anciã Hécate:

“Vamos abrir sua marca.

Se você sobreviver…

verá quem realmente é.”

O vento puxa seus cabelos. A marca brilha cada vez mais.

Ela fecha os olhos. Respira. Sussurra só pra si mesma:

Valentina (baixo):

“Vamos dançar, então.”

Valentina está ao centro.

Anciã Hécate caminha em torno dela, as chamas não queimam, mas iluminam por dentro.

Anciã Hécate:

“Corpo. Mente. Alma.

Três pilares. Três chaves.

Acorde ou desapareça.”

Com um gesto, Anciã Hécate toca o chão.

O mundo ao redor se fragmenta em três portais, girando como uma espiral em chamas.

I pilar Corpo – A Dor do Presente – Valentina surge na sala de aula da escola

Mas está vazia. Escura.

Ela vê sua própria versão lutando — mas falhando. Fios rompem. Sangue escorre.

Alunos zombam.

Ayla está no fundo, assistindo, sorrindo com desprezo.

Espelho de Valentina (fraca):

“Você não é suficiente. Nunca foi. É só uma chama fraca.”

Valentina (encara):

“Eu sangro. Mas não apago.”

Ela se aproxima da imagem e a abraça — os fios voltam a brilhar.

O corpo vence a dor. O primeiro selo é ativado.

II. Mente – O Véu da Mentira– Valentina está em sua antiga casa, criança.

Seus pais estão ali, sorrindo.

Mas algo está errado — eles repetem as mesmas frases. Robóticos.

Ela nota que está presa num ciclo de memória falsa.

Voz oculta (do Véu):

“Você acredita neles? Ou só finge que não precisa saber a verdade?”

Ela quebra a ilusão com um fio ardente que rompe o teto como uma lança.

Valentina:

“Meu passado não me controla.

Só me empurra pra frente.”

Segundo selo ativado.

III. Alma – A Harpia – Planície de cinzas.

No céu escuro, a Harpia em chamas desce lentamente.

Seus olhos dourados encaram Valentina com familiaridade… e dor.

Harpia:

 “Você está perto demais.

A Espiral está se repetindo.

E se repetir… eu deixo de existir”.

Valentina (lenta):

 “… Celina?”.

A harpia abaixa a cabeça, confirmando.

Metade guardiã, metade véu. Preservada como espírito flamejante, aprisionada entre mundos.

Celina (Harpia):

 “Eles me selaram aqui. Porque eu sou a única que sabe onde o Véu foi rasgado… por dentro”.

Valentina estende a mão.

As marcas no ombro e perna brilham juntas.

Celina toca seus dedos nos dela.

Celina (Harpia):

“Quando a Fenda Suprema abrir…

Eu vou queimar com você.

E com sorte, não viramos só cinzas.”

Terceiro selo ativado.

A alma aceita o fardo.

A harpia desaparece em chamas suaves.

De volta ao círculo Valentina cai de joelhos no chão do plano espiritual.

Hécate observa agora séria — e respeitosa.Anciã Hécate:

“Você viu.

Você escolheu.

Você queimou… sem fugir.”

Valentina (ofegante, mas firme):

“Agora eu sei por que a marca arde.

Porque o mundo precisa lembrar do que esquecemos.”

“A Respiração da Fenda”

Já em seu dormitório, noite Valentina dorme profundamente. O quarto está em silêncio.

Mas algo vibra.

A luz da lua distorce-se pela janela.

Narração:

 “A marca não estava doendo.

Estava... chamando”.

Ao cair no sonho; Um campo escuro, onde não existe céu, nem chão, só sombras pulsando.

Valentina caminha entre reflexos — cada passo gera ondas no Véu.De repente, a harpia surge do alto, flamejante, mas agora com feições humanas mais nítidas: Celina.

Celina (em sussurro telepático):

 “A próxima fenda… não foi aberta.

Ela nasceu”.

Valentina:

 “O quê?”.

Celina:

 “Alguém... ou algo... está puxando o mundo de dentro para fora”.

Os olhos da Celina brilham em espirais vermelhas e douradas.

Celina:

“Você precisa encontrá-la.

A origem. A criança do véu.”

Valentina acorda abruptamente com suor no rosto. Os símbolos no ombro e na perna estão brilhando ao mesmo tempo.

SFX: THUUUM... THUUUM... (batimento mágico)

Ela olha para a parede.

Um espelho da escola está rachado... Por dentro.

Assim que a Valentina a escola em alvoroço (manhã seguinte)

Alunos em fila. Professores tensos.

No pátio, o ar está rasgando devagar — como papel queimando ao contrário.

Narração:

 “Não era só mais uma rachadura.

Era uma respiração.

Como se algo estivesse acordando”.

Diretora e Rohan analisando a fenda

Rohan (tenso):

 “Não sentimos nenhuma explosão de energia.

Isso não foi provocado. Foi... gestado.”

Diretora:

 “Está abrindo... por vontade própria.”

Valentina se aproxima, ouvindo tudo.

Ela fecha os olhos. E escuta… a voz de Celina.

Celina (na mente):

 “Ela está dentro da escola, Valentina.

A origem... é uma aluna”.

Os olhos da Valentina brilham lentamente.

Ela sussurra, só para si:

Valentina:

“Então a fenda tem um rosto.

E eu vou encontrá-lo.”

Valentina está concentrada, realizando um ritual de rastreamento antigo:

Círculo com fios prateados ao redor, gotas de energia flamejante no centro.

Ela sussurra palavras ancestrais.

Valentina:

 “Revele a chama corrompida…”.

O fogo central vira fumaça negra e aponta para o prédio de dormitórios.

Ela caminha pelos dormitórios o corredor está escuro.

Valentina se aproxima devagar.

A marca na coxa pulsa.

O ar fica denso, como se o tempo desacelerasse.

De repente, um grito brutal ecoa por dentro do corredor.

SFX: haaaaa! (aparenta com grito de desespero).

O aluno corrompido surge com o uniforme rasgado. Olhos completamente negros com veios vermelhos.

Sua pele parece rachada, e de dentro escapa uma névoa parecida com a das fendas.

Ele segura um espelho trincado nas mãos — o canal da possessão.Valentina (pensamento):

 “Ele... não está mais aí dentro.”.

O ser se move com velocidade brutal, como um corte de vento.

Valentina gira, desviando no último instante, puxando seus fios mágicos para bloquear o próximo golpe.

SFX: TZZZZZZTTT—FRAAAAASSSH!

Valentina ataca com precisão, usando fios como chicotes flamejantes.

Ela prende um dos braços do ser, mas ele rasga o próprio corpo para escapar.

Não sente dor. Só caos.

Valentina:

 “Esse não é um simples hospedeiro.

A fenda... moldou ele por dentro.”

Rohan e a diretora aparecem ao longe

Eles observam sem intervir.

Rohan está sério, como se testasse algo.

Diretora (em voz baixa):

 “Ela consegue?”.

Rohan:

 “Não sei.

Mas... ela está dançando”.

O ser salta no ar.

Abre a boca — um grito distorcido sai como ondas dimensionais, rachando as paredes do corredor.

SFX: RRRRAAAAUUUUNNNGGHH—KRRRRRRKKK!

Valentina é jogada contra a parede.

Sangue no canto da boca.

Ela sorri.

Valentina:

 “Ok. Agora eu te levo a sério”.

Valentina cruza os braços com força.

Os fios se amarram em formato de espiral e perfuram o chão embaixo do ser.

Uma runa explode.

Um selo de contenção fecha o corpo dele completamente.

SFX: CHRRRRRRRRRR—BOOOOOOOM!

Fumaça. Silêncio.

O corpo cai, desacordado.

O espelho se desfaz em pó.

Ela limpa o sangue da boca.

Os olhos ainda acesos.

Valentina (baixo):

 “Se esse foi o primeiro...

não quero nem ver os próximos”.

Na enfermaria o corpo desacordado do Ser está preso com runas flutuantes.

Rohan observa os dados no painel arcano da parede.

A diretora Maran está ao lado, olhando para Valentina.Diretora:

“Nome?”

Rohan (olhando a ficha):

“…Leon Tarsen. Sala 2B.”

Valentina (franzindo a testa):

“Nunca vi esse nome. Nem esse rosto.”

Rohan:

“Nem eu.”

Runas do painel começam a piscar em vermelho

Sistema arcano:

 “Registro inexistente.”

 “Nenhuma entrada de nascimento, transferência, ou passagem mágica no campus”.

Diretora (assustada):

 “Ele... não entrou pela porta.”

Rohan:

 “Ou ele nunca foi um aluno.

Só um corpo moldado pelo Véu”.

Na escola existe uma sala secreta do conselho das linhagens

Valentina entra com a diretora.

Sentados ao redor da mesa circular: os líderes das linhagens antigas, todos com marcas únicas nos braços, olhos ou rosto.

Elder Yuan (líder da Linhagem Sombria):

 “Essa fenda não segue nenhuma das leis.

Ela está puxando entidades…

diretamente do vazio narrativo”.

Valentina (confusa):

 “Como assim... vazio narrativo?”.

Anciã Hécate (entra pela sombra):

 “Seres que não existem em nenhum plano.

Nem passado, nem presente.

Mas ainda assim... aparecem”.

Diretora:

“Estamos lidando com... criações espontâneas do Véu.”

Anciã Hécate:

“E uma delas... já entrou por dentro da escola.

Possivelmente por alguém com permissão mágica.”

Todos olham para Valentina.

Enquanto isso.

No dormitório de Ayla está sozinha.

Treina com suas joias — controla cristais de gelo e luz.

Mas os cristais começam a tremer, depois racham no ar.Ayla (assustada):

“O quê…? Eu não errei o comando.”

Ela tenta novamente.

O poder sai corrompido, escurecido, com rachaduras negras por dentro.

Uma das joias explode, cortando seu braço.

Ayla (respiração pesada):

“Isso não é meu poder…”

Ayla observa o sangue escorrer no corte do braço, formam-se runas negras por dentro.

Ela tenta apagar com magia… mas elas resistem.Ayla (pensando):

“Eu… fui marcada?”

Enquanto isso Valentina vai para a biblioteca.

Celina (a harpia em forma semi-humana) observa do outro lado.

Atrás dela, vários Seres em gestação — sem rostos ainda.

Mas um deles começa a formar um rosto familiar: o de Ayla.

Celina (em sussurro):

“Ou ela vai queimar com você, Valentina…

ou vai abrir o caminho para eles entrarem.”

Valentina, ainda abalada pelo Ser, está em uma ala secreta da biblioteca.

Ela invoca um orbe de busca com fios prateados e ativos um filtro de nomes.

Valentina (sussurrando):

“Ayla Luchi. Linhagem, origem, conjurador ancestral…”

O orbe mostra um escudo familiar. Uma serpente entrelaçada em três luas.

Valentina (olhos arregalados):

“Esse selo... não é um brasão.

É um símbolo de invocação reversa.”

“Séculos atrás. Uma vila isolada.

Magos mascarados em um ritual.

No centro, uma jovem que carrega o mesmo símbolo da Ayla — mas nos olhos.”

Narrador do orbe (voz etérea):

 “Culto do Véu Interior.

Magos que não tentavam fechar as fendas…

Mas alimentá-las.

Criar pontes.

Trazer entidades para o mundo físico.”

Uma mulher de cabelos loiros pálidos, com olhos completamente pretos e uma aura de fogo invertido.

Narrador:

“Chamavam-na de Luz Branca de Dentro.

Nome real perdido.

Apenas seus descendentes herdaram o traço…

Um traço que só o Véu reconhece.”

Valentina desativa o orbe e fecha o pergaminho.

A expressão é de puro foco.

Valentina (pensamento):

“Ayla é descendente direta desse culto.

E ela nem sabe.

Ou sabe… e mente.”

Ayla está sentada diante de um espelho quebrado.

As runas negras no braço aumentaram.

Ela respira devagar, sussurrando palavras que não reconhece, mas saem automaticamente.

Ayla (em transe):

“Porta sem dobradiça...

Janela sem vidro...

Véu sem tecido…”

No espelho, ela se vê diferente — olhos em espiral, pele pálida, cabelos flutuando.

O reflexo sussurra:

Reflexo:

“Eles vão usar você.

Mas você pode usar eles primeiro.

Deixe o selo crescer…”

Valentina encontra Ayla no corredor

Valentina (fria):

“Você precisa me dizer a verdade.

Agora. Sobre sua família.

Sobre o que está crescendo em você.”

Ayla hesita. Mas os olhos dela brilham sutilmente com a mesma espiral ancestral.

Ayla (seca):

“Talvez eu devesse perguntar o mesmo de você, Valentina.”

A Anciã Hécate observava de longe

Anciã Hécate (em sussurro):

“As duas carregam heranças que não pediram.

Mas uma delas…

vai ser a porta.”

Valentina vai para mais uma aula tediosa. Começo da aula a manhã estava nublada.

Professor Rohan escreve no quadro.

Valentina está na última fileira. Ayla, do outro lado da sala.

Olhares breves. Nenhuma palavra.

Entre elas: tensão densa, pesada como névoa.

Narração (Valentina):

“Eu sei o que ela é.

E ela sabe que eu sei.”

SFX: TZZZRRRCHHHHH...

As janelas vibram. As luzes piscam.

O quadro se apaga sozinho.

O giz quebra na mão de Rohan.

Aluno (assustado):

“Professor… o chão tá...”

O chão da sala racha em linha reta.

Do centro da sala, uma fenda começa a se abrir devagar — como se estivesse sentindo o ambiente.

Valentina e Ayla, simultaneamente. Ambas ficam em pé no mesmo instante, instintivamente.

Valentina (gritando):

 “TODO MUNDO, SAI AGORA!”.

Ayla (ao mesmo tempo):

 “CORREDOR! AGORA!”.

A fenda se abriu por completo.

Os alunos correm.

Professor Rohan começa um selo de contenção, mas a energia explode e o ar o empurra para trás.

Ele bate na parede e desmaia.

Do buraco, não surge uma criatura completa... Mas vários fragmentos.

Bocas, braços, olhos — uma entidade ainda se formando.

SFX: RRGGGRRRRZZTT—KLLAAHHH—

Valentina ativa seus fios. Ayla manipula estilhaços de cristal de gelo e luz.

Elas não falam. Mas se movem em sincronia perfeita, como se treinassem juntas há anos.

Valentina (pensamento):

 “Ela sente a mesma coisa que eu.

O Véu dentro. Puxando”.

Ayla ataca de cima. Valentina prende os membros do monstro com seus fios flamejantes.

SFX: KSHHHHH—ZZZRAAAAA!

No centro do monstro em formação, há um coração feito de vidro preto.

Pulsando.

Com runas... Idênticas às que estão crescendo no braço de Ayla.

Valentina (olhando pra Ayla):

“É por isso que você está quebrando…”

Ayla (olhos vibrando):

“Se eu destruir isso…

Vai puxar algo maior.”

Ayla hesita.

Mas Valentina coloca a mão sobre a dela.

Valentina:

“Então faz comigo.”

Ambas canalizam energia ao mesmo tempo — fogo e luz.

O coração escurece… implode.

SFX: BOOOOOOOOMMMMMMMM—

Entre os cacos da criatura, um símbolo antigo arde brevemente antes de sumir.

O mesmo da Luz Branca de Dentro.

E ao longe, a Anciã Hécate observa tudo através de um espelho encantado.

Anciã Hécate (em sussurro):

“A fenda está escolhendo.

E as escolhidas... ainda não entenderam o preço.”

Sala da Diretora, manhã seguinte. Valentina e Ayla são convocadas.

Estão diante da diretora Maran, Anciã Hécate e Rohan.Diretora:

“Uma fenda está crescendo no centro de Tóquio.

Perto da estação de Shibuya.

Já distorceu a realidade em um raio de três quarteirões.”

Anciã Hécate (olhos fixos nas duas):

“Vocês vão juntas.

Essa é uma ordem.

E… um teste final.”

No Trem Arcano para Tóquio

Valentina e Ayla viajam em silêncio.

Vestem uniformes de campo pretos com detalhes prateados e vermelhos.

As marcas de ambas estão envoltas por selos de contenção temporários.

Valentina (pensando):

 “O selo me limita.

Mas o medo deles… Me mostra o quanto confiam.”

Ayla (em voz baixa):

 “Se você explodir algo em público, eu te amarro num espelho.”.

Valentina:

 “Se você hesitar, eu te jogo dentro da fenda.

Com carinho”.

Elas se encaram. Pequeno sorriso — de desafio, não de amizade.

Quando chegaram a Tóquio. O céu está limpo. Mas o ar está… errado.

As pessoas andam normalmente, mas sombras se movem ao contrário.

Placas piscam em idiomas inexistentes por alguns segundos.Valentina (olhando ao redor):

 “A realidade tá... tremendo”.

Ayla:

 “A fenda está aqui. Mas não quer ser vista”.

Em uma rua estreita atrás da estação de metrô, tudo muda:

O chão escurece, reflexos aparecem onde não deveriam.

Um espelho quebrado está cravado no asfalto — o epicentro.

SFX: THHUUUUMMMM... THHHUUUMMMM...

 (batimento rítmico da fenda).

O ataque começa. Do espelho, criaturas distorcidas surgem — feitas de memórias corrompidas.

Uma figura com o rosto de um antigo professor de Valentina.

Outra, uma versão da mãe de Ayla... Chorando sangue.Ayla (nervosa):

 “Isso são... nossos medos?”

Valentina:

 “Não. São nossas vergonhas”.

Ayla ergue muralhas de cristal ao redor da fenda.

Valentina prende os Seres com fios em espiral flamejante.

O trânsito para. Os civis congelam no tempo — o Véu ativou um campo de bloqueio da realidade.

Valentina (gritando):

 “Hora de dançar, joia ambulante!”.

Ayla:

 “Se você me chamar isso de novo, eu deixo a fenda te levar”.

No centro da fenda pulsa

O espelho racha mais uma vez.

De dentro surge uma figura encapuzada…

Com a mesma marca da Luz Branca de Dentro no peito.

Valentina (olhos arregalados):

 “Isso não é só uma fenda.

É uma invocação.

Eles estão tentando trazer ela de volta”.

Nos olhos da figura encapuzada. Eles se abrem. Pupilas em espiral.

Falam em uníssono com múltiplas vozes — inclusive a de Ayla, distorcida.Figura:

“Uma vai selar.

A outra… vai abrir.”

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Comments

flins

flins

quero mais mais mais

2025-07-25

1

Heulwen

Heulwen

Aplausos merecidos.

2025-07-24

1

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