O MERCENÁRIO JUSTICEIRO

O MERCENÁRIO JUSTICEIRO

####PRÓLOGO RYDER

“Ryder”

Como todo americano, eu cresci acreditando em honra, liberdade e bandeira.

Fui criado para ser um bom patriota. E eu fui.

Jurei lealdade à pátria, à minha unidade, aos meus irmãos de guerra.

Cumpri.

Entrei para os Fuzileiros Navais aos dezessete.

Aos vinte e seis, já era comandante de operações da inteligência de campo — um fantasma sem rosto, uma lenda sem paradeiro.

Letal. Preciso. Rápido.

Me chamavam de “O Silêncio da Tempestade”.

Salvei vidas. Interrompi massacres.

Fiz justiça onde a política não alcançava.

E, mesmo assim…

Enquanto eu limpava a sujeira do mundo com sangue nas mãos…

destruíram a minha casa.

Minha esposa. Meus filhos.

Minha vida inteira, apagada em segundos por um grupo que jamais deveria ter me tocado.

Eles sabiam quem eu era.

Sabiam o que eu representava.

E não se importaram.

Porque aqui fora, longe dos campos de batalha, não há honra.

Só há poder.

E o poder mata quem quiser, quando quiser — sem prestar contas a ninguém.

Disseram que foi um incêndio acidental.

Mas eu já havia visto esse tipo de “acidente” antes.

Não restou nada. Nem justiça. Nem respostas.

Só o cheiro da mentira e o gosto do luto.

Foi nesse dia que Heider morreu.

E nasceu o homem que todos chamam hoje de Ryder.

Eu não sou um herói.

Não desde então.

Sou um mercenário. Um justiceiro.

Faço justiça do meu jeito.

Aceito contratos — mas com uma condição que ninguém ousa descumprir:

Se o alvo for inocente, o contratante se torna o alvo.

E o alvo… se torna minha proteção.

Já faz vinte anos que caminho entre a sombra da guerra e a podridão dos homens.

Vinte anos sendo o que ninguém quer ser, fazendo o que ninguém tem coragem de fazer.

Eles me pagam para matar.

Eu escolho por quem vale a pena puxar o gatilho.

Agora, estou diante de uma missão diferente.

O nome dela? Katrina Blardock Donavan.

Filha única. Dezenove anos. Desaparecida.

E o homem que me contratou… conheceu meu pai.

Acha que ainda existe algo em mim que vale a pena confiar.

Talvez esteja certo. Talvez esteja morto.

Mas uma coisa é certa:

Se ela estiver viva… eu vou encontrá-la.

E quem a tirou de casa… vai pagar.

Eu sou Ryder.

E quando meu nome aparece em uma missão…

é porque já passou da hora de justiça ser feita.

Anos antes... Cinzas do que eu fui

– A noite que me matou

A madrugada parecia comum demais para quem carrega morte nos ombros.

Voltar para casa após mais uma missão limpa, executada com precisão cirúrgica, era apenas rotina.

A cidade dormia.

Mas eu...

eu sentia algo errado no ar.

Virei a esquina da minha rua — e meu estômago virou junto.

As luzes vermelhas e azuis dançavam no escuro.

Sirene.

Fumaça.

Gritos abafados.

O calor no peito não era do motor do carro. Era um desespero puro.

— Não... — murmurei, acelerando sem pensar.

A rua estava isolada.

Corpos de bombeiros, viaturas e vizinhos amontoados atrás de uma fita amarela.

A minha casa...

em chamas.

Saltei do carro ainda em movimento.

O cheiro de carne queimada misturado com madeira estourando era insuportável.

— Minha família está aí dentro! — gritei, rompendo a barreira. — MINHA FAMÍLIA!

Duas mãos fortes me seguraram.

— Senhor! Calma! É perigoso!

— Soltem-me! Eles estão lá dentro! Minha esposa, meus filhos!

— Senhor, escute... Não há mais ninguém lá dentro.

— Do que está falando?!

— A estrutura colapsou. Não houve sobreviventes.

— COMO ASSIM?! — minha voz saiu entrecortada. — Isso é impossível... impossível.

Um dos bombeiros, mais velho, com rosto marcado pela tristeza, respondeu baixo:

— Estamos tratando como acidente doméstico. Pode ter sido gás... ainda não sabemos.

Olhei para a fachada destruída da minha casa.

Ou o que restava dela.

Lá dentro, estavam meus dois filhos pequenos.

Minha esposa.

Minha vida inteira.

— Acidente? — cuspi a palavra como veneno.

— Sim, senhor. Vamos investigar.

— Não.

— Senhor?

— Minha esposa foi treinada por mim. Ela revisava cada válvula de gás, cada disjuntor, cada entrada da casa antes de dormir.

Ela era cuidadosa. Metódica.

Ela era meu espelho.

Me ajoelhei na rua, com as mãos no asfalto.

O calor do incêndio queimava minha pele.

Mas era outro fogo que nascia dentro de mim.

— Isso não foi um acidente — sussurrei. — Foi uma execução.

Ninguém respondeu.

Ninguém se importou.

O relatório oficial foi vago. Nenhum suspeito. Nenhuma investigação formal.

Eles queriam enterrar minha família com silêncio.

Mas eu sou o tipo de homem que escava até o inferno pra encontrar a verdade.

Naquela noite, o marido morreu.

O pai foi sepultado.

E o soldado…

o soldado virou algo pior.

Nasceu Ryder.

E com ele, o caçador de monstros.

Os monstros têm nomes

Me disseram para seguir em frente.

Disseram que o tempo curava.

Mas o tempo não cura o que é arrancado à força.

Não quando você volta do campo de guerra para enterrar sua mulher de vinte e quatro anos...

seus dois filhos pequenos.

Um com três anos. O outro...

tinha só sete meses.

O mais velho chamava meu nome quando eu entrava em casa.

O menor sorria só de ouvir minha voz.

Agora só restava o eco.

E o cheiro de cinzas queimadas.

A primeira coisa que fiz foi vasculhar a cena.

O “relatório” dizia que o fogo começou na cozinha. Um “curto”.

Mas faltavam coisas. Marcas. Dispositivos. Peças que deviam estar lá, não estavam.

As digitais da mentira estavam espalhadas por toda parte.

Então fui atrás de câmeras da rua.

Instalei pessoalmente algumas — sempre fiz isso. Paranoia de soldado.

Peguei os HDs de segurança que ficavam no meu cofre pessoal, embutido na garagem.

Intacto.

Três carros passaram duas vezes no mesmo horário naquela madrugada.

Dois minutos antes do incêndio começar.

A placa de um deles era da empresa.

Cobri o nome. Pesquisei.

Fachada de uma empreiteira. Mas o dono? Um nome conhecido da segurança privada. Ex-militar. Expulso com desonra.

O primeiro da lista.

Ele não esperava me ver.

Nem que eu viria sem fazer perguntas.

O encontrei em um clube de tiro clandestino, nos arredores de Houston.

Bebia uísque como se estivesse imune ao inferno.

— Você é o Blardock? — ele disse, assim que me viu.

— Fui.

— Escuta, cara…

— Não, você escuta. Só vou perguntar uma vez. Quem mandou matar minha família?

Ele riu.

Riu.

Até o primeiro tiro atravessar o ombro dele.

— EU VOU MORRER DE QUALQUER JEITO! — ele gritou.

— Isso depende de você. Você fala, eu acabo rápido. Você cala... eu abro você devagar.

Ele me deu um nome.

Depois, outro.

E mais um.

Havia uma lista. Uma cadeia. Uma maldita estrutura.

Minha esposa e meus filhos foram assassinados… por vingança.

Porque um dos nomes que eliminei em missão era parente de alguém importante demais.

E minha família pagou o preço da minha lealdade.

Foi nessa noite que eu entreguei minha baixa oficial.

Deixei o uniforme dobrado sobre a mesa do comandante.

E nunca mais usei meu nome verdadeiro.

O Ryder que nasceu ali… só conhecia três coisas: armas, rastros... e justiça.

E todos os nomes que ele recebeu naquela noite…

viraram alvos.

O dia em que meu nome morreu

O relatório final foi entregue.

"Acidente doméstico."

Duas páginas. Sem esforço.

No dia seguinte, o governo dos Estados Unidos depositou o seguro militar da minha família.

Uma quantia generosa.

Pagamento por silêncio.

Por luto.

Por lealdade.

Aceitei.

E investi até o último centavo na minha vingança.

Com o dinheiro, montei meu refúgio.

Um bunker abaixo de um armazém abandonado no Texas.

Somente eu tive acesso.

Lá, guardei armamentos, explosivos, equipamentos táticos e um arsenal de disfarces.

Criei identidades falsas. Rostos falsos. Passados falsos.

A cada missão de rastreio, a cada emboscada, eu era outro homem.

Outro nome.

Na superfície, meu histórico era de um soldado condecorado, liberado por honra.

Na escuridão... eu era uma sombra com sede de sangue.

Minha esposa não sabia quem eu era de verdade.

Ela sabia que eu servia à Marinha. Sabia que eu viajava em missões confidenciais.

Mas nunca soube da minha real função.

Ela não sabia que era casada com um dos homens mais letais da inteligência americana.

E eu a mantive assim, para protegê-la.

Falhei.

Passei um ano inteiro vasculhando a dark web.

Rastreando nomes, contratos, mensagens cifradas.

Assumi um codinome: Ride.

Me infiltrei nos fóruns onde o mal se encontra para negociar, recrutar, destruir.

E quando encontrei o último nome da lista...

o homem que mandou apagar minha família,

o parente da elite podre que achou que poderia me vencer pela covardia…

eu não hesitei.

Esperei ele voltar para sua mansão de praia.

Esperei ele se despir de poder, cercado por seguranças arrogantes e confiança demais.

Entrei.

Eliminei um por um.

E deixei ele por último.

Não dei um tiro.

Usei as mãos.

A lâmina.

A dor.

Ele gritou.

Pediu perdão.

Prometeu dinheiro.

E então... eu o queimei.

Vivo.

Para que ele sentisse o que minha família sentiu.

Naquela noite, olhei para o espelho.

O homem que eu era... não estava mais lá.

Meu nome verdadeiro foi enterrado com minha esposa e meus filhos.

O que sobrou… é Ryder.

Mercenário.

Executor.

Juiz.

E carrasco.

Desde então, não há contrato fácil.

Não há alvo seguro.

Se for culpado, eu executo.

Se for inocente, eu protejo.

E se alguém ousar me usar... eu viro o caçador.

Essa foi a última vez que fui chamado pelo meu verdadeiro nome.

Hoje, eu sou apenas o que o mundo precisa quando a justiça falha.

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Comments

começou do jeito que eu amooo

2025-07-22

2

Sueli Silva

Sueli Silva

Começando a ler 07/08/25, já estou gostando muito da história 👏👏👏👏👏👏👏

2025-08-08

1

Maria Madalena Figueredo

Maria Madalena Figueredo

cheguei aqui nunca li uma de terror mas essa vou ler a dorei o Ryder na outra historia.comecei em 25/07/25

2025-07-25

0

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