Revelação de sentimentos

Ana já trabalhava com Marcos há alguns anos. Durante todo esse tempo, sua admiração pelo chef havia se transformado em algo muito mais profundo — um amor silencioso, guardado no coração, que crescia a cada dia entre as panelas e os aromas da cozinha.

Ela sabia que Marcos era o tipo de homem que despertava paixões por onde passava, mas para ela, ele era mais do que um chefe sexy com olhos azuis penetrantes; ele era a inspiração que fazia seu dia valer a pena.

Naquele momento, enquanto ele tomava um gole do vinho no balcão, Ana sentiu uma vontade enorme de dizer tudo o que guardava. Mas as palavras pareciam presas na garganta, e o medo de perder a amizade e a convivência diária a paralisava.

— Marcos — começou ela, hesitante —, você já percebeu como nosso trabalho aqui vai além da cozinha? Como cada prato tem uma história, uma emoção por trás?

Ele olhou para ela com curiosidade e um leve sorriso.

— Claro que sim. A gastronomia é feita de sentimentos tanto quanto de ingredientes. E você sabe disso melhor do que ninguém, Ana.

Ela sorriu timidamente e respirou fundo.

— Eu... eu queria te contar algo importante. Não é só admiração pelo chef que sinto. É algo mais... é amor.

O silêncio tomou conta do espaço entre eles. Marcos baixou o olhar por um instante antes de erguer os olhos azuis e encarar Ana com uma intensidade diferente daquela habitual.

— Ana... — disse ele suavemente — Eu também sinto algo especial por você. Talvez tenha demorado para perceber, mas está aqui comigo há algum tempo.

O coração de Ana disparou. As palavras dele eram como tempero perfeito para aquela receita que ambos estavam criando juntos.

— Então... talvez possamos explorar isso — sugeriu Marcos, com um brilho nos olhos que fazia o ambiente parecer ainda mais quente e acolhedor.

Ana sentiu-se flutuar enquanto eles se aproximavam lentamente, compartilhando não apenas a paixão pela cozinha, mas agora também um sentimento verdadeiro e arrebatador.

A noite avançava, e a cozinha finalmente começava a silenciar após o intenso movimento do jantar. Marcos e Ana permaneceram ali, perto do balcão, onde o vinho ainda deixava seu rastro suave no ar. O efeito da bebida misturava-se à atmosfera carregada de sentimentos reprimidos por tanto tempo.

Marcos, mais solto do que de costume, segurou a mão de Ana com um sorriso meio torto, mas sincero.

— Vamos explorar isso... — murmurou ele, quase como uma promessa sussurrada.

Ana sentiu seu coração acelerar enquanto se entregava àquele momento único, tão esperado e ao mesmo tempo tão incerto. A química entre eles explodiu com intensidade, e naquela noite, pela primeira vez, uniram não só suas mãos, mas também seus corpos e emoções.

 

Na manhã seguinte, a luz suave do sol invadia a cozinha vazia quando Marcos acordou com uma sensação mista de felicidade e inquietação. Ao lado dele, Ana dormia tranquila, mas para ele, as coisas já começavam a pesar.

Sentando-se na borda da cama improvisada na sala de descanso dos funcionários, Marcos passou as mãos pelo rosto e respirou fundo.

Ele sabia que aquela conexão era especial — talvez a mais verdadeira que já sentira — mas também era consciente das regras não escritas que regiam aquele espaço: trabalho e relacionamento deveriam ser mantidos separados para evitar complicações.

Quando Ana acordou, ele estava ali esperando por ela com um olhar sério.

— Ana — começou ele cuidadosamente — A noite passada foi... incrível. Mas precisamos conversar.

Ela franziu as sobrancelhas, sentindo um frio na barriga.

— O que aconteceu? — perguntou baixinho.

Marcos segurou suas mãos e falou com sinceridade:

— Eu não posso misturar trabalho com relacionamento. Aqui na cozinha somos uma equipe, uma família quase. Se deixarmos as coisas pessoais interferirem, tudo pode desmoronar. Eu preciso que você entenda isso.

Ana sentiu uma pontada de tristeza, mas também compreendeu a posição dele. Amar alguém no ambiente de trabalho era um terreno delicado.

— Eu entendo — respondeu ela com um sorriso triste — Mas isso não muda o que sinto por você.

Marcos apertou suas mãos antes de se levantar.

— Nem para mim. Só precisamos achar um jeito de lidar com isso sem prejudicar o que construímos aqui.

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