O Último Refúgio Capítulo:04

Cris congelou e ficou alguns segundos parado diante do portão aberto.

Cris

Caralho, vou ter que entrar....

Ele virou levemente a cabeça conferindo o corpo atrás de si o mesmo que deveria estar morto.

Cris

Não vai ter jeito...

Ele ajustou o fuzil contra o peito, Cris cruzou o portão.

O chão era de terra batida, com manchas escuras por toda parte.

O vilarejo parecia deserto, mas havia sinais de que nem sempre foram assim: roupas penduradas ainda balançavam num varal improvisado

Um prato de comida apodrecia na beira de uma mesa caída, e uma boneca de pano jazia largada no meio da estrada principal com metade do rosto queimado.

Cris

Seja lá qual for a merda que aconteceu aqui devastou tudo.

Cris andava devagar, cada passo ecoando como um estalo dentro do próprio crânio.

Cris

Se houver alguém vivo, saia devagar. Estou armado, mas não sou hostil.

Cris

Nada, nenhuma janela se moveu.

Ele seguiu mais alguns metros, passando por um pequeno celeiro com as tábuas quebradas.

Havia algo dentro. O cheiro era pior ali. Mais forte como um zoológico abandonado.

Cris

Se tiver alguém aí saia.

Cris apontou a Lanterna e iluminou o interior escuro do barracão

Cris

Merda...

Quatro corpos. Todos presos com cordas nas colunas de madeira, estava amarrados de pé, com os braços caídos e as cabeças tombadas para o lado.

Um deles o mais próximo, tinha a boca costurada com arame.

Cris

Que porra é essa?

Cris recuou um passo e logo ouviu um rangido soar atrás dele.

Ele virou-se num salto, arma apontada. Nada. Mas o portão de entrada estava fechado.

Cris

Eu deixei aquilo aberto....

De repente um som baixo começou a se espalhar pelo ar. Um lamento vindo de algum lugar entre as casas.

？？？

Me ajuda.

Cris travou.

？？？

Por favor...me ajuda...

A voz era fraca, feminina. Mas havia algo de errado no tom como se a voz estivesse sendo arrastada por dentro de um túnel escuro..

Cris

Onde você está?

Cris virou a esquina com a arma em punho, e viu um beco estreito separava duas casas velhas, e no chão entre folhas e sangue seco, havia um alçapão.

Cris

Alguém aí embaixo? Está ferido?

？？？

Tá escuro, me tire daqui!

Cris olhou em volta. A vila continuava deserta.

？？？

Não me deixe aqui

Cris respirou fundo e puxou a tampa para cima.

Cris

Voce está ferido?

A escuridão dentro do buraco era total. Um cheiro pútrido escapou, como se o próprio porão estivesse apodrecendo.

Cris

Você está me ouvindo?

Cris apontou a Lanterna para baixo.

O que ele viu o fez recuar um passo, o dedo quase apertando o gatilho.

Cris

Puta merda....

Eram pessoas com olhos cheios de sangue desesperados, como os de um animal encurralado.

pés arrastando no chão de pedra, unhas raspando nas parede, e famintos.

Ele não estava olhando para uma vítima. Estava olhando para um predador.

Cris

Que porra é essa?

E entao algo puxou o cris com força de dentro do buraco.

Cris

AAAAAAH!