Cris avançava sozinho, como uma sombra entre as árvores
Cris
Nenhuma sinal humano...
Cris
E que cheiro podre é esse?
Cris
Parece metálico, espesso como carne esquecida ao sol misturada com ferrugem.
Mais a frente pendurado em um galho, balançava um pano rasgado, vermelho escuro, encharcado.
Cris
Isso é sangue?
Cris se aproximou devagar e tocou com a ponta do canivete e levou próximo do rosto.
Cris
Sangue fresco....
Ele endireitou o corpo imediatamente, foi então que notou algo se arrastando entre os arbustos.
Cris
Quem está aí?
A figura surgiu aos poucos trêmula, andrajosa, os movimentos completo erraticos
Cris
DEA!
Cris mirou com firmeza em direção aquela coisa.
Cris
Mostre as mãos agora!
A criatura não respondeu, apenas continuou andando em sua direção tropeçando como se o próprio corpo fosse um fardo.
Cris
Eu disse pra parar!
O corpo avançou de súbito. Cris apertou o gatilho e atirou
Cris
MERDA!
Um tiro certeiro no peito. Nada.
Mais um no ombro e a criatura não parou.
Cris
Merda é essa?
Ele atirou de novo desta vez direto no meio da testa.
A criatura tombou no chão, tremendo por alguns segundos.
Cris
O que aconteceu aqui?
Cris não tem muito tempo pra pensar nisso, ele logo escuta um barulho alto.
Cris
Eu vejo isso depois.
Ele segue o barulho até dar onde ele mais queria encontrar
Cris
O vilarejo!
Ele viu o vilarejo. As cercas estavam erguidas às pressas, feitas de tabus irregulares, correntes ferragens improvisadas e placas de aviso em letras vermelhas.
Cris
"PERIGO, ZONA DE CONTENÇÃO, NÃO ENTRE!"
Por trás das barreiras, casas de madeiras precárias estavam amontoadas como corpos em um campo de batalha.
Mas não era isso que chamava atenção, era o som, batidas, várias.
Cris
Porra....
Cris se encostou em uma árvore pegou o rádio preso ao peito.
Cris
Lobo um para eclipse...encontrei o vilarejo. Repito:vilarejo localizado. Zona ativa.
Silêncio....
Ele apertou novamente mais forte.
Cris
Lara, Carlos, me escutam?
Silêncio
Cris
Droga...
Ele olhou para trás, o corpo que havia matado se mexia mesmo com o buraco na testa.
Cris
Isso não pode ser humano...
Foi então que o portão do vilarejo rangeu muito devagar. Uma corrente caiu no chão com um som seco a porta se abriu sozinha.
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