Protegida Pelo Meu Inimigo Cap 5

~continuando~

O sol mal tinha se levantado quando Damom foi acordado por uma notificação no celular. Era uma mensagem curta e objetiva de Celine: "Ela vai sair hoje. Prepare-se para acompanhá-la." Sem mais detalhes, como sempre. Ele desceu as escadas resmungando e encontrou Akira já pronta, sentada no sofá da sala, amarrando os cadarços com calma. Cabelo preso com tiara, óculos no rosto, moletom largo… o clássico disfarce da faculdade. Mas a saia que usava era curta demais pra ser ignorada. Damom cruzou os braços, franzindo a testa.

Damom Miler Vellaro

Você vai assim?

Akira ergueu uma sobrancelha, como se não tivesse notado nada.

Akira Müler

Assim como?

Damom Miler Vellaro

Com essa... saia. Curta.

Akira Müler

Ué, não sabia que agora meu guarda-costas era também meu consultor de moda.

Damom Miler Vellaro

Não sou. Só acho engraçado você sair disfarçada e ao mesmo tempo chamar atenção.

A roupa que ela estava usando

Nota da autora: A saia era um pouco menor que essa mais ou menos 3 dedos menor

Ela sorriu com os olhos.

Akira Müler

Talvez seja parte do plano.

Damom Miler Vellaro

Ou talvez você só goste de provocar.

Akira Müler

Talvez eu goste de ver você tentando não olhar.

Silêncio. Ele desviou o olhar imediatamente, irritado com ela e com ele mesmo.

Q.D.T

Na cafeteria

A cafeteria onde a mãe de Akira trabalhava era pequena, aconchegante e cheirava a café moído na hora. Charlotte sorria para os clientes com a doçura de quem tinha lutado muito pra merecer aquela tranquilidade.

Akira entrou com o capuz cobrindo seus cabelos, mas um cara no balcão — uns 20 e poucos anos — virou o pescoço inteiro só pra olhar pra ela. E não parou. Olhou como se ela fosse um milkshake num deserto.

Damom notou. E sentiu algo quente subir. Ele chegou mais perto de Akira e disse baixo:

Damom Miler Vellaro

Aquele cara tá te devorando com os olhos.

Akira Müler

Problema dele. Eu tô aqui pra ver minha mãe.

Damom Miler Vellaro

Posso tirar ele daqui.

Akira Müler

Pode tirar esse seu ciúme também.

Damom cruzou os braços, sem dizer mais nada. Mas por dentro, ele estava fervendo. E odiava o fato de não saber o porquê.

Charlotte veio receber Akira com um abraço apertado, sem reparar na tensão silenciosa entre a filha e Damom. Os dois ficaram de pé perto do balcão, enquanto Akira conversava animada com a mãe — e Damom mantinha os olhos nos arredores, tentando parecer que estava só fazendo seu trabalho.

Mas, vez ou outra, os olhos dele voltavam pro cara do balcão. E vez ou outra, o cara também olhava de novo. Até que Akira percebeu. E sorriu — não pro cara, mas pro Damom.

Akira Müler

Se você olhar pra ele mais uma vez, vai acabar atraindo atenção. E aí vai ter que bater em alguém. Vai mesmo querer isso logo no nosso primeiro dia?

Damom Miler Vellaro

Você podia se ajudar um pouco, né.

Akira Müler

Ué, pensei que o problema fosse o cara... agora o problema sou eu?

Damom Miler Vellaro

Os dois. Mas você é mais irritante, então ganha.

Akira riu, pegando o café que a mãe preparou. Quando Charlotte voltou pra dentro, ela se virou pra Damom com um sorriso travesso.

Akira Müler

Relaxa, protetor. Se eu quisesse provocar de verdade, teria vindo de vestido.

Damom engoliu seco. E detestou o calor que subiu pelo pescoço.

Na volta pra casa, o clima ficou mais silencioso. Ela mexia no celular com os fones no ouvido. Ele fingia olhar o caminho, mas observava o reflexo dela no vidro.

Um pensamento bobo escapou antes que ele pudesse conter: "Por que eu tô me importando tanto?"

Já de volta em casa, enquanto Akira subia as escadas com passos leves, ela parou no meio do caminho, sem olhar pra ele.

Akira Müler

Ah, e obrigada por não quebrar a cara do cara da cafeteria.

Damom arqueou uma sobrancelha, largado no sofá.

Damom Miler Vellaro

Você gostou que ele olhou, né?

Ela virou só um pouquinho o rosto, com aquele sorriso de canto

Akira Müler

Gostei mais de você olhando.

E subiu, deixando Damom com o coração batendo mais rápido do que ele queria admitir.

Damom Miler Vellaro