Fuga Sem Sabor

A noite caiu sobre a cidade como um cobertor grosso e abafado, escondendo o peso das horas e os pecados do dia. O céu parecia sujo, e as ruas refletiam a luz dos postes como se tudo estivesse coberto por suor.
Leon entrou em seu apartamento com o mesmo silêncio que deixava na prisão.
O lugar era grande, limpo e frio. Paredes cinza, móveis pretos, poucos quadros — todos abstratos e sem cor. O único som era o do refrigerador e do gelo caindo no copo de uísque que ele serviu com mãos firmes.
Ele andou descalço até a varanda, os músculos ainda tensos, o corpo tenso os pensamentos... contaminados.
Darian.
Aquela boca.
A forma como gemia com o pau na garganta como se aquilo fosse natural, como se gostasse.
Leon fechou os olhos com força, bufando. Depois jogou o resto do uísque garganta abaixo e foi tomar banho. Água fria. Muito fria.
Mais tarde, ele vestia jeans escuro, camisa preta justa e uma jaqueta de couro. O cabelo ainda úmido, o olhar escondido sob as sombras dos postes.
Foi parar na boate "Red Hollow", onde a música vibrava nos ossos e as luzes piscavam como memórias indesejadas.
Mulheres se esfregavam em homens. Homens em outros homens. O cheiro de álcool e luxúria no ar.
Leon bebia. Muito. Mas nada parecia forte o suficiente pra tirar Darian da cabeça.
Até que uma garota se aproximou. Morena, corpo curvilíneo, vestido colado, olhos maquiados demais.
Moça
Moça
— Sozinho, gostoso? — ela perguntou, passando a unha pelo braço dele.
Leon a olhou com tédio, mas não resistiu. Beber e foder. Era sempre o caminho mais fácil pra esquecer o que estava sentindo.
Eles saíram pela porta lateral da boate, indo parar num beco escuro, mal iluminado. Os dois encostados na parede suja de concreto, os gritos abafados pela batida da música distante.
Ela ajoelhou.
Abriu o zíper.
Pegou com a mão, sem hesitação, e começou a chupá-lo.
Leon encostou a cabeça na parede, os olhos fixos no céu escuro, tentando perder-se no prazer.
Mas…
Não era igual.
Os movimentos dela eram hábeis. Mas frios. Técnicos. Sem peso, sem intenção. Como se fosse algo mecânico. Um favor.
E tudo que ele conseguia pensar era:
"Darian fazia melhor."
"Ele me olhava enquanto fazia."
Leon fechou os olhos com força, a mandíbula tensa, os dedos cravando na parede.
O prazer vinha... mas era raso.
Insosso.
Insuficiente.
Quando gozou, nem gemeu. Apenas soltou o ar, decepcionado. E quando a garota se levantou, limpando a boca, esperando talvez um beijo ou um elogio...
Leon
Leon
— Valeu. — Leon disse, seco, e virou as costas.
Voltou sozinho pra casa. O cheiro dela já se perdendo no vento. Mas o gosto de Darian ainda preso na memória.
Deitou nu na cama fria, o braço sobre os olhos, o corpo pesado, a mente queimando.
Darian estava enraizado nele.
E isso… o deixava puto.
Manhã seguinte. O café na sala dos agentes era fraco, amargo e sem açúcar — como Leon gostava.
Ele se sentava de forma rígida, uniforme impecável, olhos baixos na caneca de metal enquanto o colega de ronda, Jake, puxava assunto como sempre. Jake era o típico policial que falava demais e transava pouco, mas ouvia tudo que rolava nos corredores.
Jake
Jake
— Dormiu mal, Schäfer? — perguntou, olhando o amigo de cima a baixo. — Tá com a cara de quem comeu e não gostou.
Leon apenas ergueu os olhos por um segundo e voltou ao café.
Jake riu.
Jake
Jake
— Deve ser o Darian. Aquele desgraçado já transou com mais guarda do que vagabundo de esquina. Tô te falando... esse cara é um problema
Silêncio.
Jake
Jake
— Um problema gostoso, né?
Leon respirou fundo, sem reagir. Apenas levou a caneca à boca e assentiu uma única vez.
Jake deu uma gargalhada.
Jake
Jake
— Sabia que ia concordar. Todo mundo aqui pensa que tá acima dele… até a primeira vez que dá mole.
Na solitária, Darian estava largado no canto da cela, de olhos fechados, até ouvir os passos do guarda.
???
???
— Levanta. Tem visita.
Darian
Darian
— Hm? — murmurou, sonolento. — Quem quer me ver nessa merda de lugar?
Ao chegar à sala de visitas, Darian parou. Por um instante, o rosto se suavizou. Um brilho diferente surgiu em seus olhos.
Darian
Darian
— Clara. — disse com a voz baixa, sem sarcasmo.
Sua irmã estava ali. Morena como ele, cabelo preso, roupas simples. Cansada, mas firme.
Clara
Clara
— Faz um tempo, hein? — ela disse, sentando do outro lado do vidro. — Já esqueci até como sua voz soava.
Darian
Darian
— A prisão faz bem pra minha voz — sorriu Darian, dessa vez sincero. — E você ainda tá linda... mesmo com esses olhos tristes.
Clara
Clara
— E você ainda se mete em confusão, né?
Darian
Darian
— Sempre. É onde eu me escondo melhor.
Clara respirou fundo.
Clara
Clara
— Tô cansada de ouvir seu nome em coisas erradas, Dari.
Ele olhou pra baixo por um instante. O cinismo esvaía-se aos poucos.
Darian
Darian
— Eu sei. Não tenho desculpa. Só... aqui dentro, ser bom é fraqueza. E eu nunca mais quis ser fraco
Clara
Clara
— Você não é fraco, porra. Você é meu irmão.
Os olhos de Darian marejaram por um segundo. Ele disfarçou com um sorriso torto.
Darian
Darian
— E você ainda acredita em mim. Isso é pior que prisão.
Ela sorriu triste.
Clara
Clara
— Se cuida, tá? E... tenta não quebrar mais ninguém essa semana.
Darian
Darian
— Só se ele não me provocar.
Enquanto isso, no vestiário, os presos tomavam banho. O vapor preenchia o ar, os corpos nus se movimentando entre o concreto frio e os chuveiros sujos. Gritos, brincadeiras, olhares furtivos. Sexo escondido não era raro. Era quase rotina.
Na sala de vigilância, Leon estava sentado. A tela mostrava os corredores. Mas seus olhos estavam embaçados.
O som do chuveiro distante, os gemidos abafados de algum canto do presídio, e aquele maldito rosto voltavam à mente.
Darian.
O cheiro. A boca. A língua.
Leon enfiou a mão por dentro do uniforme, o corpo já arrepiado de tanto resistir. A mente suja, o desejo incontrolável. Começou a se tocar ali mesmo, os dentes trincando, os quadris se movendo devagar. Imaginava Darian ajoelhado de novo. Imaginava o calor, o som, o olhar devasso.
Veio rápido. Quente. Frustrado. Incompleto.
Levantou, respirando pesado. Limpou-se e fechou a calça com raiva. Aquilo não era suficiente. Ele precisava mais.
Ele precisava dele.
Leon atravessou os corredores como uma bomba prestes a explodir. Entrou no bloco com passo firme. Passou direto por dois presos transando nos fundos e foi até a cela dos fundos, já imaginando.
Darian.
Claro que estava lá. Encostado na parede, o corpo nu, suado, metendo com força em outro preso contra a parede, uma mão nos quadris do outro, outra tapando a boca.
O som dos estalos, os gemidos abafados.
Leon nem hesitou.
Leon
Leon
— Sai. Agora. — ele disse, com a voz baixa, sombria.
Darian se virou, ainda dentro do cara, e soltou um risinho.
Darian
Darian
— Ah… chegou cedo. Tava só me aquecendo pra você.
Leon deu um passo pra dentro.
Leon
Leon
— Eu disse pra ele sair.
Darian tirou o pau de dentro do outro com estalo molhado, deu um tapa na bunda dele e falou:
Darian
Darian
— Vaza, otário. Agora o homem chegou.
O outro correu nu, assustado.
Agora, só eles dois. O cheiro no ar era de sexo, suor e feromônio puro. Leon trancou a porta atrás de si. Darian virou de frente, ainda excitado, o pau latejando, o corpo iluminado pela luz fraca.
Darian
Darian
— Vai fazer o quê, policial? Vai me algemar de novo?
Leon não respondeu.
Apenas avançou.
Empurrou Darian com força contra a parede.
Tirou o cinto, baixou a calça e entrou com brutalidade.
Sem aviso. Sem pausa.
Darian soltou um gemido alto, profundo, que ecoou pela cela.
Darian
Darian
— Caralho... — rosnou. — É assim que eu gosto...
Leon segurava seus quadris com força, os músculos explodindo, o corpo movendo como um animal no cio.
A boca dele roçava o ombro de Darian, os dentes cravando na pele, o grunhido preso na garganta.
Darian ria, gemia, mordia os próprios lábios.
Darian
Darian
— Vai me matar assim... porra... me quebra...
O barulho dos corpos se chocando enchia a cela, a cama batendo contra a parede, o prazer se transformando em fúria, desespero e vício.
E Leon só parou quando sentiu o gozo quente explodir de si, com a respiração falhando e a cabeça girando.
Ambos suados, ofegantes, colados. Por um momento, não eram policial e preso.
Eram dois homens fodidos.
Viciados.
Presa e predador.
Ou talvez os dois fossem as duas coisas.
Leon se afastou, ainda sem dizer nada, arrumou a calça, passou a mão no rosto e foi até a porta.
Darian ficou deitado, suado, sorrindo satisfeito.
Darian
Darian
— Vai fugir de novo?
Leon parou um segundo… mas não respondeu. Só saiu.
E deixou a cela... mais quente do que entrou
Fim do capítulo!!
Autor
Autor
Hoy... Iae? tá bom?.
Autor
Autor
0 a 10 quanto isso merece?
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Comments

Milena

Milena

SABIAAAAA(Q VC QUE IA DAR)

2025-07-02

3

✨ Sara li ✨

✨ Sara li ✨

gente oq foi isso sério de 0 a 10 se tá brincando eu do uns mil ou 10 milhões juro que fogo 🔥 🫦

2025-07-02

1

×M A R I A×

×M A R I A×

1 milhao kk mesmo com 5 capítuloa já tá maravilhoso ler 🫦 kkkkkkk

2025-07-02

2

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