CAROLINA .

Acordo cedo como de costume e vou tomar banho hoje tenho uma prova, espero que dê tudo certo, estudei muito, passei a noite toda lendo os livros e questões no caderno ai meu DEUS se não tirar nota boa vou ficar muito mas muito decepcionada comigo mesma sou bolsista e não quero me gabar sou muito mas muito inteligente . Quero ser alguém melhor na vida e poder dar aos meus pais uma vida melhor, uma condição melhor moramos em uma favela não que seja preconceituosa mas tem dias que fica intransitável aqui ainda com esses bandidos que ficam na porta da favela com aquelas armas grandes achando que é dono do mundo . Pois é moro aqui o morro do vidigal é um inferno confesso não tem um dia sequer que eles não trocam tiros com a policial e sempre fico torcendo para a policia ganhar .

A minha casa fica bem no alto da favela, é uma casa humilde com dois quartos, sala, um banheiro , cozinha e uma área de lavar é bem simples e dá para me esconder da chuva e me proteger do sol (riso) odeio sol não sei o porquê . O telhado é ternite então esquenta e faz muito calor em tempo quente, parece que estou fritando quando é verão aqui no rio e odeio essa sensação causada pelo calor dos infernos no nosso quarto porque divido o mesmo quarto com a minha irmã Carla é um quarto pequeno temos uma beliche e um guarda roupa com uma janela que permite a claridade do sol adentrar em nosso quarto a nossa casa é bem humilde graças a Deus e não tenho nenhuma vergonha de morar aqui nasci e cresci aqui nesse morro e conheço quase todo mundo exceto o dono do morro que já ouvi falar dele mas sou uma mulher desligada sobre fofocas então não sei como é a vida dele pessoal só sei que é o dono do morro é ruim e perverso isso são coisas que ouvi na boca do povo mas fora isso conheco e dou certo com todos aqui na favela a minha mãe é diarista e o meu pai é pedreiro .

São as pessoas mais importantes da minha vida e exemplos . Termino de tomar o meu banho e me arrumo, coloco uma calça preta, uma blusa branca e um terninho com uma sandália baixa faço uma maquiagem leve e deixo os meus cabelos soltos os meus cabelos são negros e lisos tenho 1 , 78 de altura sou um pouco baixinha não tirem sarro da minha cara a minha irmã tem 1, 80 e fica tirando sarro de mim dizendo que esqueci de crescer . Passo o meu perfume e sigo para a cozinha onde sinto o cheiro de café subindo pelas minhas narinas, dou um beijo na minha mãe e tomo um pouco de café e como um pedaço de bolo e corro para o ponto de ônibus para ir estudar . enquanto desço o morro escuto alguns estalos e sei que é tiro mas não me assusta nenhum pouco vivo com esse barulho todos os dias uma doninha se aproxima de mim com medo e buscando um esconderijo .

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— oh ! Minha menina abaixe - se eles vão te acertar — falou .

— calma vó Angela , eles só estão fazendo gracinha como sempre — digo .

- minha filha , eles vão matar alguém do coração qualquer dia desses — respondeu Angela .

[...]

Dou um sorriso e continuo o meu caminho chegando no ponto vejo um dos caras que passam em cima de uma moto e alguns vem a pé, conheço apenas um que se chama Flávio sempre me respeitou nunca mexeu comigo . Ele se aproxima e senta do meu lado rindo olhando para mim e logo balança a sua cabeça .

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— olha, quando tomar vergonha na minha cara vou seguir o seu caminho, estudar e me formar em direitos — falou flavio .

— sabe que ainda dá tempo né ? Nunca é tarde para recomeçar flavio — digo .

— gata , hoje é sexta - feira vai ter baile aqui no morro , cola com nois, mandei mensagem na sua irmã ela já disse que vai — falou Flávio .

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Antes que pudesse dar a resposta, o ônibus aparece dou sinal e solto um sorriso sincero para o Flávio que levantou as mãos e gritou pedindo a resposta rapidamente pego o meu celular e mando uma mensagem para a Carla porque não tenho whatsapp do Flávio e nem quero ter digo na mensagem que não vou ao baile hoje a noite . Claro que não irei até que preciso sair, mas tenho que trabalhar e malhar e estudar mais um pouco para segunda - feira estudar de novo . Não demora muito para Carla me ligar e começar a me questionar o motivo de não ir ao baile .

[...]

— mana , para com isso a sua vida é somente casa , faculdade e trabalho e academia vamos sair um pouco para nos divertir , Flávio disse que vamos ficar na área vip — falou Carla .

reviro os meus olhos e solto um sorriso mas logo penso na barulhada e na muvuca que não gosto muito solto um suspiro .

— sabe que não curto esse tipo de lugar Carla nem adianta insistir — digo .

— Carol , pelo amor de Deus sair um dia uma vez não vai te machucar , vamos irmã por favor — insistiu Carla .

— ta bom ! Eu vou ir , mas não vou demorar muito porque tenho que estudar — digo .

[....]

Ouço os gritos da Carla do outro lado da linha e sorrio de canto desligando a ligação e me lembro de colocar o celular no silencioso não quero ter problemas na hora que tiver fazendo a prova . Dou sinal e desco vou caminhando e me aproximo do campus me identifico na portaria e vou direto pra a sala sento na minha cadeira e pego o meu livro estudo um pouco e logo o professor adentrou na sala e todos guardaram celulares e objetos que tem costume de trazer a prova se inicia começo a fazer estou um pouco nervosa mas tento me manter cama . sempre fico nervosa quando se trata de prova e na maioria das vezes que estudo nunca cai o que estudei no livro e no caderno rara as vezes que isso acontece e quando acontece ficou mais cama e bem relaxada termino de fazer a prova e entrego para o professor que pega olha e sorrir me afasto voltando para o meu lugar e pego um livro começo a ler .

[...]

A parte da manhã passou rápido quando as aulas se encerram vou ao um restaurante que fica perto almoço e logo em seguida escovo os dentes e vou embora para casa daqui a pouco tenho que ir trabalhar . Quando chego em casa não tem ninguém como o de costume a minha mãe foi trabalhar o meu pai foi trabalhar e a Carla também tiro a minha roupa e deito na cama um pouco e acabo tirando um cochilo quando o meu celular toca levantou rapidamente e tomo um segundo banho coloco uma calça legging e uma blusa branca um tênis faço um coque no meu cabelo e vou trabalhar .nessa padaria onde trabalho sou caixa e o lado bom é que fica bem perto da minha casa vou andando nem preciso pegar ônibus . Chegando no meu trabalho coloco a blusa de uniforme e vou para o meu setor escuto as meninas falarem do baile que vai ter logo de noite e solto um suspiro me lembrando que concordei ir num lugar desses .

[.....]

O fluxo no caixa a tarde fica mais intensa e mal tenho tempo para tomar uma água o povo parece que saiu da prisão pois sempre estão com fome vejo muita gente aqui pela tarde e durante a noite também! Mas como alguém que quer e procura algo melhor sei que vou conseguir procurar um bom estagio numa advocacia grande e renomada . No meu setor escuto um homem falando alto com uma atendente que abaixou a sua cabeça e ficou calada curiosa e preocupada saio do meu lugar e vou tentar ajudar o homem é alto olhos azuis bem azuis e me pareceu um pouco nervoso .

[.....]

— Ana clara , esta tudo bem ? Posso ajudar em alguma coisa ? — pergunto .

— ai amiga , tenho certeza que agora o chefe me demite é a terceira vez que dou um pedido errado ele pediu uma coxinha e entreguei um kibe para ele — explicou Ana clara .

— mas amiga , é tão obvio ! Como conseguiu errar ? — pergunto .

— estava no celular amiga e não ouvi direito o que ele pediu — respondeu Ana clara .

[...]

Rapidamente o nosso patrão chegou com um olhar distante e frio escutou os berros que o homem havia dado na Ana clara e pediu que ficasse um pouco no galpão. Enquanto vi a Ana Clara se afastar com medo me senti um pouco culpada pelo ocorrido com ela então olho para o homem parado na minha frente e encaro ele seria .

[...]

— mas cadê a porra do caixa ? Já me deram um pedido errado e agora nem caixa tem aqui nessa merda de padaria — gritou .

— a porra do caixa esta aqui e já vou te atender se teve um dia ruim desconte em outra pessoa e não em mim — respondi .

— qual é o seu nome ? é muito atrevida para o meu gosto — respondeu .

— o meu nome não interessa ,o que interessa é ser cordial e educado algo que não é! Esta aqui o seu troco — respondi .

[...]

O homem saiu da padaria cuspindo fogo e subiu em sua moto e foi embora fiquei no meu setor o resto do dia trabalhando .

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