Uma lágrima quente finalmente escapou e desceu por seu rosto frio. Ela a limpou rapidamente, olhando ao redor. A praça estava quase vazia àquela hora da noite, algumas pessoas passavam apressadas, encolhidas sob seus guarda-chuvas, sem nem olhar para a figura encolhida no banco. Para eles, ela era invisível. Apenas mais uma pessoa desabrigada na cidade grande.
De repente uma contração, um alerta do que ela temia acontecer nas condições em que estava, os seus pequenos iriam chegar. Ela respirou fundo, tentando controlar a dor e o pânico que ameaçava tomar conta de tudo, não podia se desesperar, não ali onde ninguém a via, encharcada pela chuva, precisava buscar ajuda.
Tentou caminhar, os passos lentos não indo muito longe, intercalando com a dor que sentia. Precisava ser forte por eles.
- Deus, por favor, o Senhor não nos abandonou, não é? Por favor, mostre-me um caminho. Me dê um Qualquer coisa! Ela murmurou, a voz chorosa, baixinha em meio ao barulho suave da chuva.
Apertou a foto dos pais dentro do bolso do casaco. Imaginou o que eles diriam se a vissem naquela situação. Sua mãe, com seu abraço quente, diria que tudo ficaria bem. Seu pai, com seu jeito prático, já estaria traçando um. Mas eles se foram há muito tempo. E a única coisa que restava era a memória e a sensação avassaladora de abandono.
O vento frio soprou mais forte, trazendo consigo um cheiro de asfalto molhado e solidão. Lisandra se encolheu ainda mais, abraçando a barriga com toda a força que tinha. Os bebês se mexeram como se respondessem ao seu toque, ao seu desespero. E naquele pequeno movimento, ela encontrou um pingo de esperança, ela não estava totalmente sozinha. Tinha eles. E por eles, ela precisava sobreviver. Precisava enfrentar aquela tempestade, tanto a que caía do céu quanto a que devastava sua alma, e encontrar um novo amanhecer.
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Não muito longe dali, há alguns quarteirões da Praça da Sé, Luidi Tavares caminhava pelo largo São Francisco, afrouxando o nó da gravata italiana.
O ar da noite, pesado de umidade, era um alívio depois do ambiente abafado da recepção para investidores. O evento na cobertura de um prédio na Avenida Paulista tinha sido, como sempre, um sucesso Contratos fechados, apertos de mão firmes, sorrisos de milhões de reais.
Ele era bom naquilo. Aos 37 anos, construíra um império, a Tavares Holding, e possuía praticamente tudo que o dinheiro poderia comprar. Iates, carros de luxo, apartamentos em três continentes diferentes. Mas, enquanto caminhava pelas ruas de São Paulo, a cidade que o viu crescer sentia o mesmo vazio familiar no peito. Um vazio que nenhuma transação financeira conseguia preencher. Faltava propósito. Faltava algo real.
. E aí minha gente, como será esse encontro?
Confesso que estou ansiosa pelos próximos capítulos...
Me perdoem mas, esta será uma história curta, pois ainda estou me adaptando e aprendendo a escrever aqui!
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Se puder, me avalie e diga nos comentários como estou me saindo, será um grande incentivo pra eu continuar, ou não!
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Atualizado até capítulo 28
Comments
Franci Cruz
começando ler hoje dia 04/07/2025
2025-07-05
3
Benedita Marinho
até agora estou gostando da história, tá com um enredo bom
2025-07-09
1
Isabel De Fátima Jesus
Começando ler e ja estou gostando muito
2025-07-06
2