capítulo 03

“O Rugido que Rasgou a Noite”

A clareira virou um altar de horror.

Kael, imobilizado por correntes, urrava como uma besta ferida, os olhos presos na mulher que amava.

Ravena, de joelhos, ensanguentada, a cabeça pendendo para o lado, respirava com dificuldade, Depôs ser torturada.

Thorgan se aproximou dela devagar.

Com nojo.

Com desprezo.

— Você escolheu se deitar com a sujeira. Agora vai morrer como ela. — disse, a voz fria como lâmina.

— NÃO! FAZ COMIGO! ELA NÃO TEM CULPA! — Kael gritou, os olhos vibrando em vermelho e prata, o peito quase explodindo de desespero.

Mas Ravena virou o rosto, mesmo coberta de dor, e olhou pra ele.

— Kael… — a voz dela saiu fraca, mas cheia de verdade —

Eu te amei…

Eu amei nossa filha…

Lute por ela… nunca se arrependa do que vivemos…

E então... Thorgan se moveu.

Primeiro foi o braço esquerdo.

Um estalo.

Um rasgo.

O sangue jorrou como chuva negra.

Depois o outro.

Ravena gritou.

Mas não implorou.

Kael gritou por ela.

Implorou.

Uivou como uma criatura em pedaços.

— PÁRA! PÁRA, PELO AMOR DA NOITE!

— ELA NÃO TEM CULPA! FAZ COMIGO! COMIGO!!!

Mas Thorgan sorriu.

Cruel.

Sádico.

E com um último movimento…

Arrancou a cabeça dela.

Tudo parou.

O mundo... silenciou.

O corpo de Ravena caiu como boneca quebrada.

E o Alfa pegou a cabeça fria da loba e atirou aos pés de Kael.

Kael caiu de joelhos.

A dor travou sua garganta.

Ele esticou os dedos… como se ainda pudesse alcançar.

Mas então…

CRAC.

Thorgan pisou.

Estourou o crânio dela diante dos olhos do príncipe.

Como se fosse um lixo.

E naquele instante...

Kael rugiu.

Não foi um grito.

Não foi um som de dor qualquer.

Foi um chamado de sangue.

Um rugido tão ancestral, tão profundo, que atravessou florestas.

E os que ouviram... tremeram.

Do outro lado, vampiros próximos sentiram.

O cheiro de sangue.

O desespero de um príncipe.

E vieram.

Rápidos.

Mortalmente silenciosos.

O inferno vinha com eles.

E naquele chão encharcado de dor…

Nascia um novo Kael.

Algo que nem os vampiros... nem os Lycans… estavam prontos pra enfrentar.

“A Noite em que Tudo Morreu”

Thorgan, com o sangue de Ravena ainda nos dedos, virou os olhos animalescos para a criança.

Maysa.

Pequena, frágil… olhos de lua e trovão.

Tremia, ensopada em lágrimas.

Mas nem entendia o que perdia.

— Aberração maldita… — rosnou o alfa.

E ergueu a garra.

Kael tentou se mover. Gritou. Rasgou a garganta em desespero.

— NÃÃÃÃO!!

Mas antes que a lâmina viva descesse sobre a cabeça da criança…

Eles chegaram.

Vampiros.

Dez. Vinte.

Talvez mais.

Olhos vermelhos.

Presas à mostra.

Velocidade de sombras.

E o mundo virou uma carnificina.

As garras dos Lycans cruzaram o ar.

Os vampiros responderam com presas e magia antiga.

Cada um deles com a fúria de mil tempestades — porque viram seu príncipe de joelhos.

Derrotado.

Partido.

O sangue voava como chuva negra.

O chão virou barro de carne.

No meio do caos… Maysa desapareceu.

Ninguém viu quem a levou.

Não era Lycan.

Não era vampiro.

Só sumiu.

Como se o próprio destino a tivesse arrancado dali no último segundo.

E Kael…

Kael foi tirado à força pelos seus.

Coberto de sangue.

Olhos sem vida.

Não chorava mais.

Não gritava.

Ele só encarava o vazio onde Ravena esteve.

Onde Maysa sorriu pela última vez.

Naquela noite…

Kael perdeu tudo.

Sua fêmea.

Sua filha.

Sua alma.

E no lugar do príncipe sonhador,

nasceu uma criatura silenciosa, fria, imortal.

Um vampiro sem piedade.

Com o coração encharcado em luto.

E um único desejo gravado nas entranhas:

Vingança.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!