Café da manhã

Julie abriu os olhos devagar, piscando algumas vezes até conseguir reconhecer o ambiente ao redor. O teto... estranho. O sofá... desconhecido. O cheiro... diferente.

Demorou alguns segundos até a lembrança da noite anterior começar a se formar na mente dela como um filme mal editado: a balada, as bebidas, Caleb...

Ela se sentou de repente, levando a mão à cabeça ao sentir a dor latejante da ressaca.

— Bom dia, Bela Adormecida. — A voz de Caleb veio da cozinha, com um tom brincalhão.

Julie virou o rosto e o encontrou ali, mexendo algo numa frigideira, só de bermuda e... sem camisa.

Ela prendeu a respiração por um segundo. O peito dele era definido, com algumas tatuagens que ela nunca tinha reparado de verdade antes. A pele bronzeada contrastava com o cabelo bagunçado, ainda úmido do banho que ele provavelmente tinha tomado.

Ela desviou o olhar rapidamente, tentando ignorar o calor que subiu pelo rosto.

— Onde eu... — a voz dela saiu rouca e baixa — ...onde eu dormi?

— Aqui. No sofá. — Caleb respondeu, virando-se pra ela com um sorriso de canto. — Não te deixei sozinha em casa daquele jeito. Você tava... bem fora de si.

Julie passou as mãos pelo rosto, envergonhada. — Meu Deus... que vergonha.

— Relaxa. — Ele deu de ombros, como se fosse algo corriqueiro. — Não aconteceu nada demais. Eu fiquei de olho em você.

Ela respirou aliviada, mas ao mesmo tempo... havia uma parte dela que não sabia exatamente como se sentir com aquilo.

— Quer um café? — ele perguntou, apontando para a cafeteira.

— Quero... mas antes acho que preciso de um banho. — Ela disse, passando as mãos pelos cabelos desgrenhados.

Caleb sorriu, meio provocativo. — Banheiro é o primeiro à direita. Tem toalha limpa no armário.

Julie se levantou devagar, ainda um pouco zonza, e seguiu até o banheiro. Fechou a porta atrás de si e encostou a testa na madeira por alguns segundos, respirando fundo.

"Que situação...", pensou.

O banho de água quente trouxe um pouco de vida de volta ao corpo dela. Lavou o rosto, os cabelos, como se estivesse tentando tirar o peso emocional daquela noite inteira.

Vestiu uma das camisetas largas de Caleb que ele tinha deixado pendurada na porta pra ela. A barra da camiseta ia quase até o meio das coxas. Não tinha como evitar se olhar no espelho e pensar como aquilo parecia... íntimo demais.

Ao sair do banheiro, ela seguiu o cheiro de café e pão torrado até a cozinha.

Caleb estava encostado no balcão, ainda sem camisa, mexendo o açúcar na xícara.

— Olha só... — ele disse, cruzando os braços e encarando ela de cima a baixo com um sorriso torto. — A camiseta te caiu bem.

Julie corou na hora.

— Não tinha muita opção — ela rebateu, tentando parecer casual enquanto sentava à mesa.

Ele colocou uma xícara de café na frente dela, junto com algumas torradas e ovos mexidos.

— Não é um hotel cinco estrelas, mas quebra o galho — disse, rindo.

Ela pegou a xícara com as duas mãos, tentando não olhar demais pra ele... mas era impossível ignorar o jeito como os músculos dele se moviam a cada pequeno gesto. Ou como os olhos dele pareciam acompanhá-la, como se estivessem dizendo algo que ele ainda não tinha coragem de falar em voz alta.

O clima entre os dois oscilava entre o confortável e o perigosamente carregado.

Depois de alguns minutos em silêncio, Julie arriscou:

— Obrigada por ontem... Por... tudo.

Caleb apenas sorriu de leve e disse:

— Por você... sempre.

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