|鏡に映る彼女の運命]ִֶָ ،،̲ ᨨ 𓏔 "Her Reflection, Her Fate” ◗ ˊᯅˋ
//Her Reflection, Her Fate// Capítulo 4 – Sapato Torto, Laço Feito —
//Her Reflection, Her Fate//
Capítulo 4 – Sapato Torto, Laço Feito —
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Após terminar de lavar as roupas "junto" com as mulheres. O caminho de volta pra casa parecia mais longo do que nunca. Naryn andava em silêncio, a cabeça fervendo com tudo que ouvira naquele dia.
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Ela chutava pequenas pedras do caminho, o rosto sério, o olhar no chão.
Foi quando ouviu:
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???
— Ué, cadê sua enxada?
-ˋ🌼ˏ✄┈┈┈┈
Naryn parou de andar e ergueu os olhos devagar.
Na beira do caminho, sentada num tronco, estava Daya, com um sorriso debochado e uma for presa no cabelo.
꒦ˎˊ˗ ︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶ ꒦꒷꒦₊
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Perdeu o mato? Ou perdeu o avô?
*Rindo*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Daya...
*Suspiro*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Não tô com paciência.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Você nunca tá. É seu charme, linda.
*Levanto*
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Mas sério, o que tá fazendo sozinha por aqui? Sem enxada, sem avô, sem expressão de “vou te enterrar viva”?
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Tiraram meu posto. Me jogaram com as lavadeiras.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Ahhhh, então é por isso que tá com esse cheiro de sabão barato...
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Você não combina com roupa molhada. Combina mais com terra na cara.
*Faço careta e me aproximo*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— E você combina com o quê? Bagunça e falta de noção?
*Sorri forçado*
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Sim. ^^
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As duas andaram lado a lado por alguns metros. O silêncio voltou… mas não durou muito.
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𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Você não acha que a vila anda muito estranha esses dias...?
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Nós moramos no fim do mundo, vc quer o que?
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Não é isso que quero dizer...
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Ah, nada não… esquece.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Não. Agora fala.
*Paro de andar, curiosa*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— O que você ouviu?
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
*Dou de ombros, tentando disfarçar*
— Coisas.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Que tipo de coisas? -_-
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Ah, bem... são apenas coisas que eu ouvi e eu realmente não acredito nisso...
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Eles falaram umas coisas que eu não entendi direito. Tavam reclamando, que “as instruções estavam confusas” e que o chefe “não tava sendo claro”.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Instruções?
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Sobre o quê?
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Sei lá. Eu cheguei perto e eles pararam de falar. Mas ficou aquele clima tipo… sabe quando tem coisa que não é pra criança ouvir?
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Mas você não é mais criança.... (🌼💭 Tecnicamente temos 13...mesmo assim!!! 💭)
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Eles ainda me tratam como uma. Mas enfim, foi esquisito.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Me deu uma sensação ruim. Tipo quando o céu fecha do nada, mesmo sem previsão de chuva.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— É...eu também senti. Tem algo errado.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— E eu preciso descobrir o que tá acontecendo, se não, eu não vou conseguir dormir bem nunca mais...
*Olho para o cêu*
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— Sozinha?
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Sozinha é chato.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— E com você é perigoso.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Eu ouvi isso como um elogio, obrigada.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
*Suspiro, já se arrependendo de ter falado*
— Daya, não me segue. Eu tô falando sério.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— E eu também. Tô entediada, você tá determinada e tem um mistério. É o trio perfeito.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Você vai se meter em encrenca e ME METER EM ENCRENCA.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Não seria a primeira vez...
🍪🍥🍪🍥🍪🍥🍪🍥🍪🍥🍪
Daya sorriu e…
do nada se abaixou, puxou o sapato do pé esquerdo da Naryn e saiu correndo pela trilha.
🍪🍥🍪🍥🍪🍥🍪🍥🍪🍥🍪
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— DAYA!!!
*Grito, pulando com um pé só*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— DEVOLVE MEU SAPATO AGORA!
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— NÃOOOO, AGORA EU TÔ NO CASO! AOS SEUS SERVIÇOS!
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Gritou ela, rindo como uma criança endiabrada, sumindo entre as árvores.
Naryn parou, ficou olhando com um pé descalço, o rosto cheio de indignação…
e pela primeira vez naquele dia, deu uma risada.
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Naryn estava andando com o sapato esquerdo ainda nas mãos, secando o suor da testa com o dorso.
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‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Você é impossível, Daya.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Obrigada, eu me esforço muito pra manter o nível.
*Respondo, saltitando alguns passos à frente, como se fosse um passarinho sem rumo*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Por que você é assim, hein? Parece que vive num mundo paralelo.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— É meu talento.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
*Respondo, me virando de costas e andando ao contrário*
— Você vive com raiva do mundo, e eu vivo fugindo dele. Equilíbrio, sabe? Yin e Yang.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Haha, você é um problema.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— E você é a solução mais mal-humorada da vila. Olha a gente: perfeitas uma pra outra.
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As duas continuaram andando.
Passaram por uma árvore grande onde o vento batia gostoso. Daya parou de repente, tirou uma flor enorme do galho e colocou na cabeça da Naryn.
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𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Tá nomeada oficialmente como Rainha da Rejeição de Avôs. ✨
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Tira isso da minha cabeça.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Só se você sorrir.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Não vou sorrir.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Vai.
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Daya então começou a imitar a Naryn andando, fazendo cara fechada, braços cruzados:
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𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— “Eu sou a Naryn, odeio tudo e todos, especialmente diversão. Se vejo alguém feliz, eu estrago a felicidade dando uma pazada em sua cabeça". 🗣️
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Hahaha, você é ridícula.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— E você riu, ou seja, eu ganhei.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Não vou admitir.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Você já admitiu com essa sua risadinha toda sem graça.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— É o máximo de graça que você vai ter de mim hoje.
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Daya sorriu de canto e pegou o sapato da mão de Naryn, ajoelhando no chão.
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𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Dá aqui. Vamos oficializar a devolução do sapatinho perdido. Agora você é livre, Naryn.
*Digo teatralmente, calçando o sapato nela como se fosse uma princesa*
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— A donzela rebelde pode retornar à sua missão de salvar a vila.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Eu preferia que tivesse me deixado descalça. *Resmungo*
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As duas ficaram ali, debaixo da sombra da árvore, o vento balançando os galhos como se o mundo, só por um instante, tivesse parado de segurar a respiração.
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𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
*Pego uma pedrinha e jogou pra cima"
— Ei, Naryn…
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— Mesmo que você diga que não quer… você sabe que eu vou ajudar, né?
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Naryn olhou pra ela. Pensou em discutir. Mas dessa vez… só respondeu com um aceno de cabeça.
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‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
*Suspiro*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Você devia mesmo ser presa.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Mas você me visitaria na cadeia?
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Talvez. Só pra te ver reclamando do uniforme.
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Por um momento, o silêncio foi confortável.
O vento soprava devagar, levantando poeira e folhas secas.
Naryn abaixou o olhar para o sapato recém-calçado, pensativa.
Depois respirou fundo e disse, num tom mais baixo:
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‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Amanhã.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— O quê?
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Depois do trabalho... aqui mesmo. Quero conversar sobre o que vamos fazer. Sobre a situação da vila...
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
*Me levanto, com a voz firme, quase militar, e levo a mão à testa, imitando um juramento*
— MISSÃO CONFIRMADA.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Levarei meu caderninho. Vai ter anotações, setas e talvez até desenhos feios.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Não faz escândalo, por favor.
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— Escândalo? Eu sou a definição de descrição.
𐔌 . ⋮ Dåya .ᐟ ֹ🍪 ₊ ꒱
— Mas talvez leve um biscoitinho. Investigar de barriga vazia é contra meus princípios.
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Naryn ficou ali mais um instante, observando a amiga se afastar andando de modo desajeitado e a mesma energia de sempre — barulhenta, caótica.
Ela não disse nada em voz alta.
Mas pela primeira vez... ela queria mesmo que alguém voltasse no dia seguinte.
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Daya já tinha ido.
Sozinha de novo, Naryn ficou parada por um instante, olhando o chão. Depois suspirou, ajeitou o sapato e se levantou.
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Sem pressa, virou-se na direção de casa e começou a andar. O caminho era familiar, e os pensamentos vinham e iam como o vento.
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Depois de alguns minutos caminhando em silêncio, Naryn chegou em casa.
O portão de madeira estava entreaberto, rangendo levemente com o vento. Ela empurrou devagar e entrou, sentindo o chão de terra já conhecido sob os pés.
A casa estava quieta.
Nenhum sinal do avô.
Ela passou direto pela sala, tirando o sapato com um leve suspiro, e entrou no quarto.
Sentou-se na beira da cama por um instante, olhando pro vazio.
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Depois se deitou de lado, puxando a coberta até o ombro.
Os olhos ficaram abertos por alguns segundos…
até que, enfim, se permitiu fechar.
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A brisa da noite tinha gosto de poeira e despedida.
Naryn via tudo como se estivesse dentro de outra pele, outro tempo — mas sabia que não era ela ali. Era ele.
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O homem caminhava com dificuldade por uma floresta escura, árvores retorcidas como mãos implorando ao céu. A lua era um fio de prata pálido, e o som dos seus passos era engolido pelo silêncio da terra.
Suas roupas estavam rasgadas. O corpo coberto por cicatrizes antigas e feridas recentes. Os olhos... tão cansados quanto um mundo prestes a ruir.
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Ele carregava uma espada enrolada em panos e correntes, como se fosse uma maldição.
Parou à beira de um lago escuro. A água não refletia o céu — refletia apenas ele mesmo, distorcido. Curvou-se de joelhos, tirou a espada das costas e a fincou no chão com força.
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🌱💭 O guerreiro fechou os olhos e colocou uma das mãos no peito. Em voz baixa, como uma prece, murmurou: 🌱💭
???
— Se for preciso carregar essa dor para que outros não o façam… então que assim seja.
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O vento parou. Tudo ficou imóvel por um instante.
E então… algo brilhou levemente nas costas dele. Uma luz branca, que parecia queimar e curar ao mesmo tempo.
Ele não gritou. Apenas apertou os punhos, aceitando aquilo como parte de si.
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Quando Naryn tentou se aproximar, o mundo se desfez em poeira dourada…
E ela acordou.....
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