|鏡に映る彼女の運命]ִֶָ ،،̲ ᨨ 𓏔 "Her Reflection, Her Fate” ◗ ˊᯅˋ
//Her Reflection, Her Fate// Capítulo 1 – A Última Manhã Que Parecia Comum
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//Her Reflection, Her Fate//
Capítulo 1 – “A Última Manhã Que Parecia Comum”
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O corpo da garota se sobressaltou de repente. Ela se sentou na cama, ofegante, com a mão apertando o peito, enquanto tentava controlar a respiração descompassada. Seu coração parecia prestes a explodir.
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Mais uma vez.
O mesmo pesadelo.
De novo.
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Ela passou as mãos pelo rosto, apertando os olhos como se pudesse apagar as imagens que insistiam em rondar sua mente. Mas não… ela não queria pensar naquilo. Nem agora. Nem nunca.
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O quarto estava quieto, iluminado pela luz suave do amanhecer que entrava pela janela. As paredes simples de madeira, levemente desgastadas pelo tempo, carregavam aquele cheiro característico de vida no campo — uma mistura de natureza, terra e memórias antigas.
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Respirou fundo e, ao abrir os olhos, sua visão se encontrou, mais uma vez, com aquele espelho no canto do quarto. Alto, antigo, com uma moldura lascada e uma rachadura que cruzava o canto superior, descendo como uma cicatriz.
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Levantou-se devagar, caminhou até ele e ficou alguns segundos encarando seu próprio reflexo.
Cabelos bagunçados, algumas mechas caindo no rosto, olheiras profundas e uma expressão de puro cansaço. Não o cansaço físico… mas aquele que parece morar na alma, que nenhum sono é capaz de curar.
Ela soltou um suspiro pesado, deixando o corpo relaxar.
꒦ˎˊ˗ ︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶ ꒦꒷꒦₊
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Mais um dia...
*Murmuro, quase como se dissesse pra si mesma, sem tirar os olhos do espelho*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Mais um maldito dia.
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O som de passos pesados no chão de madeira cortou seus pensamentos. O rangido das tábuas, já velhas, veio acompanhado de uma voz firme, rouca e alta, que ecoou pela casa com a força de quem estava acostumado a ser ouvido:
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𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— NARYN!!
*Bradou o avô*
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— VAMO, MENINA! ACHA QUE A VIDA É SÓ DORMIR, É?!
Naryn fechou os olhos, respirou fundo e revirou-os com força, segurando a vontade de responder algo atravessado.
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‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Velho rabugento...
*Resmungo baixinho, só pra mim mesma, enquanto puxava uma blusa larga e um short meio surrado que estavam jogados na cadeira*
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Saiu do quarto ajeitando o cabelo com as mãos, andando meio preguiçosa pelo corredor. As paredes da casa, feitas de madeira antiga, traziam aquela energia de simplicidade, de rotina, de vida dura… mas também de aconchego.
Quando virou para o cômodo principal, lá estava ele.
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O avô, sentado na cadeira de madeira já torta pelo tempo, chapéu amassado na cabeça, uma xícara de café numa mão e aquela expressão clássica de quem já estava preparado pra despejar todo o sermão possível.
Ele a olhou de cima a baixo, arqueando uma sobrancelha com aquele olhar afiado que só ele sabia fazer.
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𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Olha só... a bela adormecida resolveu acordar.
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Vai querer que eu bata palma pra você também, hein?
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Nem é tão tarde assim, vô...
*Cruzo os braços e suspiro rebatendo sua resposta*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— E nem começa, tá? Acordei agora, deixa meu cérebro ligar primeiro.
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Cérebro? Desde quando você tem um?
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Naryn segurou uma risada, mesmo que quisesse muito parecer indignada. Aquilo era rotina entre os dois. Discussões engraçadas, que mais pareciam provocação mútua do que qualquer outra coisa.
Ela respirou fundo, cruzando os braços.
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‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Tá... fala logo. Qual a missão de hoje?
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*Ajeito o chapéu, levantando com aquele jeito meio pesado, e respondo como quem estava decretando uma sentença*
— Hoje é dia de capinar terra.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Sério, vô?! De novo? A gente capinou semana passada, lembra?
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Hahaha, e a terra parou de crescer, foi? Hein? Se parou, me avisa, que aí a gente fica rico vendendo esse milagre.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
*Levo a mão à testa, dramatizando, como se o peso do mundo tivesse acabado de cair sobre seus ombros*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Ai... minhas costas nem se recuperaram da última vez...
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Bora, bora. Antes que o sol esquente. E olha... para de reclamar, menina.
*Pegando minha enxada*
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— Você quer comer, não quer? Então tem que trabalhar.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Buff, Tá, tá... mas ó, tô registrando: isso é trabalho escravo.
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Trabalho escravo é sua cara de sono.
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Vamo, preguiça não enche barriga, não.
*Respondo, seco, saindo pela porta dos fundos*
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Naryn ficou alguns segundos parada, olhando a porta aberta, enquanto a brisa fresca da manhã batia em seu rosto. Ela respirou fundo, amarrou o cabelo num coque bagunçado, ajeitou a roupa e seguiu.
꒦ˎˊ˗ ︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶ ꒦꒷꒦₊
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O caminho até a plantação era sempre o mesmo. Um trilho de terra batida que cortava o campo, cercado por árvores altas de um lado e uma pequena cerca de madeira do outro. O vento fazia as folhas dançarem, e o cheiro da terra úmida subia, preenchendo cada pedaço do ar.
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Naryn caminhava alguns passos atrás do avô, arrastando os pés de propósito, quase como se aquilo fosse atrasar o inevitável. Suas mãos seguravam a enxada, e, de tempos em tempos, ela bufava alto, o que só fazia o velho lançar olhares de canto, segurando uma risada.
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— Anda, menina. Se continuar nesse passo aí, a terra cresce mais rápido do que você chega pra capinar.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Se a terra crescesse tão rápido assim... a gente devia plantar mais pé de preguiça, né? Ia ficar rico.
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— Ah... se falatório rendesse dinheiro, você já tava milionária.
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Quando chegaram na área da plantação, a cena era a de sempre. Fileiras longas de terra, alguns pés de milho crescendo, plantas daninhas espalhadas, e aquele tapete marrom que parecia não ter fim. O som dos grilos misturava-se com o canto dos pássaros, e vez ou outra uma brisa refrescante passava, aliviando o calor que começava a se formar.
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𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Tá vendo aí? Tudo crescendo. Menos você, que cresce só pra dormir e comer.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Isso aí tá crescendo é pra me dar trabalho, isso sim...
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— Bora, bora. Começa por esse lado aqui. Eu vou ali na beirada.
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— Não enrola, Naryn.
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Ela respirou fundo, segurou firme a enxada e, com aquele suspiro dramático que só ela sabia fazer, fincou a lâmina na terra.
O som do ferro cortando o chão ecoou, seco, forte. E, assim, começou.
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A cada batida, subia aquele cheiro forte de barro. A terra soltava pedaços grandes, pesada, grudenta. As mãos já começavam a doer depois dos primeiros minutos, e o calor fazia os fios de cabelo grudarem na testa.
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‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— ... Isso aqui devia ser proibido, sério... trabalho desumano.
*Resmungo, limpando o suor com as costas da mão*
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— Hahaha.
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— Desumano é esse teu drama todo. Fosse pra novela, ganhava prêmio.
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Eles ficaram assim por um tempo. O som das enxadas batendo, dos passarinhos cantando, e do vento soprando era a trilha daquele cenário. Só que... Tinha algo.
O campo tava igual. O mesmo cheiro, as mesmas árvores, o mesmo som. Mas... tinha algo no ar. Uma sensação difícil de explicar. Um peso no peito, uma inquietação.
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𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Tá esperando o mato se arrancar sozinho, é?
*Quebrando o silêncio*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Tô só... descansando a coluna, tá?
*Levo um susto*
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— Descansar do quê, criatura? Mal começou. A vida no campo não espera, Naryn.
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— Nem mato, nem fome. Se quer colher, tem que plantar. Se quer comer, tem que trabalhar.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— E se eu quiser... sei lá... ir embora daqui?
*Falo sem pensar*
O avô parou por alguns segundos. O olhar dele ficou diferente. Mais sério. Mais pesado.
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— Ir embora...?
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— E ir pra onde, menina? O mundo lá fora não é fácil, não. Aqui pode não ser vida de princesa... mas é vida de verdade.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— É... eu sei.
*Respondo, voltando a bater a enxada na terra*
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O som das enxadas batendo na terra preenchia todo o campo. A cada movimento, subia aquele cheiro forte de barro, misturado com o calor do sol que, mesmo sem ser escaldante, fazia o suor escorrer pela nuca e pelas têmporas.
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Naryn já tinha perdido a conta de quantas vezes levantou a enxada, fincou na terra, puxou erva, virou pedaço de chão... Era um ciclo infinito. A cada canto limpo, parecia que mais mato surgia, como se a terra se divertisse assistindo ela se cansar.
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‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Isso aqui não acaba nunca, não?
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— E desde quando terra tem fim, menina? A única coisa que tem fim aqui é tua paciência... e olha lá.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— A minha paciência, minha coluna... e meu humor.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Devia ganhar um prêmio por isso aqui. Melhor capinadora do ano.
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Prêmio? Vai ganhar um prato de sopa quando chegar em casa. E olha lá se não for só o caldo.
O tempo parecia escorrer. O sol ia descendo devagarzinho, pintando o céu de tons dourados e alaranjados. O canto dos passarinhos foi diminuindo, dando espaço pros sons típicos de fim de tarde: o barulho do vento mais frio, o cricrilar dos grilos começando e aquele cheiro... aquele cheiro inconfundível de campo no entardecer.
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‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Cê percebe, vô?
*Pergunto de repente, olhando pro horizonte*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Que mesmo todo dia sendo igual... tem um pedaço do dia que é diferente? Tipo... agora. Quando o sol tá indo embora. Fica tudo mais... sei lá... bonito.
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— É, menina... isso aí é coisa que quem vive no reino nunca vai entender.
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— Aqui a gente vê o tempo passar. Sente ele no cheiro, no vento, no barulho. Não precisa de relógio, não.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Queria que todo mundo enxergasse isso.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Mas, ao mesmo tempo... acho que se todo mundo enxergasse, não ia ter espaço pra gente aqui, né?
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— É... tem coisa que é pra quem sabe olhar.
*Riu*
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Quando o céu já começava a ficar mais escuro, tingido de lilás e azul, os dois finalmente pararam. As mãos doíam, os braços pesavam, as pernas pareciam de chumbo.
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— Chega por hoje. — decretou o velho, fincando a enxada no chão.
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— Se continuar, quem vai ser capinado sou eu, que vou cair duro aqui.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Nossa... glória a Deus!
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— A senhora terra tá feliz. E minha coluna tá pedindo socorro.
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— Bora pra casa. Banho e comida... que é isso que mantém a gente vivo.
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Naryn agarrou a enxada, colocou no ombro e começou a andar ao lado dele. O caminho de volta parecia mais tranquilo, mais fresco, com aquele vento geladinho de fim de tarde batendo no rosto, levantando as folhas secas do chão.
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O som dos grilos agora dominava tudo. As primeiras estrelas começavam a piscar no céu escurecendo, e as luzes da casinha simples deles já brilhavam lá na frente, como um convite pra um abraço quentinho.
Assim que chegaram, o avô colocou as ferramentas encostadas no canto, tirou o chapéu, bateu a poeira das roupas e falou, firme, como se fosse uma ordem da mais alta patente:
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— Vai, menina. Direto pro banho. Tá parecendo uma árvore ambulante, cheia de terra até na testa.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— E o senhor acha que tá melhor? Tá parecendo um espantalho aposentado.
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— Espantalho, mas cheiroso. Porque vou tomar banho AGORA.
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— Vai logo, que eu vou fazer sopa. E olha... capricha nesse banho. Se tiver lama no pescoço, não come, hein.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
*Riu, levanto as mãos em rendição*
— Tá, tá... já entendi, comandante do sabão.
*Respondo, indo pro banheiro*
☁️🫧☁️🫧☁️🫧☁️🫧☁️🫧☁️
O banho foi quase uma benção. A água escorrendo levou junto o barro, o suor, o peso do trabalho. E quando Naryn terminou, vestindo uma roupa limpinha e confortável, sentiu até o corpo mais leve.
☁️🫧☁️🫧☁️🫧☁️🫧☁️🫧☁️
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Quando voltou pra cozinha, o cheiro da sopa já preenchia cada canto da casa. Era aquele cheiro que parecia abraçar a alma... alho, cheiro-verde, batata, cenoura, aquele temperinho que só avô sabe fazer.
O velho mexia a panela, assoviando baixinho.
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— Senta aí, menina. Já tá quase pronto.
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Naryn se sentou, apoiando o queixo na mão, olhando pro fogo, pro cheiro, praquela cena tão simples... mas tão cheia de amor, de aconchego, de lar.
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— Hum?
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Você gosta da sua vida assim? Tipo... aqui, no campo... nesse ritmo... nessa simplicidade?
Ele colocou a tigela na frente dela, se sentou, respirou fundo e respondeu, olhando direto nos olhos da neta:
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— Gosto sim, menina. Porque aqui...
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*Demoro um pouco para responder*
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— ... Cada colher que a gente leva à boca tem um pedaço da nossa luta. Da nossa história. Aqui é difícil... mas é real. E é nosso.
Naryn ficou em silêncio por alguns segundos. Depois sorriu, segurando a colher, olhando pro prato fumegante.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— É... acho que entendo.
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Chega de conversa e vê se come logo, se não vai esfriar!!!
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
*Sorri, voltando a comer*
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Depois da sopa, do papo gostoso, das risadas e até de umas implicâncias bobas que ela e o avô trocavam, Naryn finalmente levantou da mesa, levando a tigela vazia até a pia.
O corpo pesava. Cada músculo doía. E, por mais que aquele banho tivesse tirado o barro, parecia que a fadiga ainda grudava nela igual cola.
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‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Boa noite, vô.
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— Vai descansar, menina. Amanhã tem mais.
𖦁ׅ ࣪ ׂ Velho ōm៵ 🥥 ࣪ ִֶָ ⋆
— E ó... sonha com coisa boa. Nada de bicho papão, hein.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Bicho papão... quem me dera se fosse só isso.
🫐🍊🫐🍊🫐🍊🫐🍊🫐🍊🫐
Naryn entrou no quarto quase se arrastando, empurrando a porta só com o pé. Nem precisou acender a luz... já conhecia aquele espaço de olhos fechados. Sem pensar duas vezes, se jogou na cama com tudo.
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‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Aaaahhhh...
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Minha caminhaaa... te amo.
*Murmuro, abraçando o travesseiro*
╭────── · · ୨୧ · · ──────╮
Se largou de barriga pra baixo primeiro, depois virou pro lado, puxou o lençol de qualquer jeito, se embolando toda nele, igual um rolinho preguiçoso. No meio daquela luta com o lençol, ajeita daqui, ajeita dali... veio aquele incômodo clássico.
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‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Ai...
*Faço uma careta, levando automaticamente a mão pras costas, bem no meio da região da costela*
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Que saco...
*Resmungo, passando os dedos por cima, fazendo aquela coçadinha rápida, meio apertando, meio arranhando, só pra aliviar*
Era uma sensação estranha... meio ardência, meio coceirinha chata, meio como se tivesse algo irritando a pele.
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
— Deve ter sido mato... ou formiga... sei lá..
‧₊☘️˚ ⋅Naryn ₊˚ෆ
*Coço de novo, meio irritada, mas ao mesmo tempo morrendo de preguiça*
— Ai que coisa chata..... amanhã eu vejo isso.
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Bufou, largando a mão, se ajeitando de barriga pra cima. Puxou o lençol até o queixo, fechou os olhos e soltou aquele suspiro de alívio. O corpo inteiro relaxou, as pálpebras ficaram pesadas... e, aos poucos, o sono foi chegando, tomando conta, levando ela embora, mergulhada naquele silêncio confortável do quarto.
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