O purgatório
Dentro do avião — já havia várias pessoas acordadas muitas delas não sabia o que estava acontecendo, pois simplesmente apareceram em um avião
Tori
(Acordando) Hã… que lugar é esse?
Reo
(Sorrindo) olá princesa!
Tori
(Faz uma careta dramática) Eca, qual seu nome?
Reo
Eu me chamo Reo! E você?
Tori
Reo? Nome feio, parece ser de oReo?
Então do nada uma voz feminina ecoa pelo avião — é de Zoe a assistente.
Zoe
(Pelo auto-falante) Vocês estão aqui para participar de um experimento, chamado… “O Purgatório”. Neste avião há 150 pessoas ao todo! Vocês podem fazer alianças… ou jogar sozinho. Mas há apenas uma regra: “matar para sobreviver”
Um silêncio pesado toma conta da cabine. Alguns começam a gritar. Outros tentam se soltar. A câmera corta para uma garota sentada calmamente na fileira 8A: Akali. Com os olhos semicerrados, observa tudo em silêncio, como se já estivesse preparada.
Akali
(sussurrando para si mesma) Claro… típico. Armaram isso.
Ao lado dela, Nagi acorda confuso, ainda com a marca de um sedativo no pescoço.
Nagi
(olhando em volta) Isso não é um pesadelo, né? Porque se for… tem uma morena muito gata ali discutindo com um maluco de cabelo dourado.
Akali vira o rosto lentamente e observa Tori pela primeira vez.
Akali
(seca) Aquela ali vai morrer na primeira hora… com essa cara de boneca de luxo.
Mas seus olhos lingeram por um segundo a mais do que deveriam. Tori nota e lança um olhar direto, desafiador.
Tori
(encarando Akali de longe) Tá olhando o quê, mafiosa genérica?
Akali
(com um sorrisinho de canto) O rosto da primeira pessoa que eu vou matar.
BAM! As luzes piscam e uma sirene começa a tocar. As algemas se soltam. As portas do avião se abrem com violência, revelando a queda brutal até a ilha abaixo.
Riel
(se levantando e gritando) EITA, VÃO JOGAR A GENTE DE UM AVIÃO AGORA?
Zoe
(Auto-Falante) Paraquedas automáticos serão ativados aos 500 metros. Boa queda.
Todos são sugados para fora com gritos, vento e confusão. Tori é a última a sair, sendo empurrada por Reo com um sorriso sádico.
Tori
(gritando enquanto cai) VAI TOMAR NO SEU CU “OREO”
No ar, quatro paraquedas se abrem próximos: Tori, Akali, Nagi e Riel. Olhares trocados. Um destino incerto.
O vento grita nos ouvidos. As nuvens cortam como navalhas. Tori está despencando como um meteoro, cabelo voando em todas as direções, braços agitados como uma borboleta desesperada.
Tori
(Gritando desesperada) EU ESQUECI QUE TENHO MEDO DE ALTURA!
Homem
HAHAHA APROVEITA E MORRE LOGO, PRINCESINHA!
Tori
(grita de volta com puro ódio) VOU CUSPIR NO SEU CAIXÃO SE EU SOBREVIVER!
Enquanto isso, Riel vem caindo não muito longe. Mesmo na queda livre, ele tenta manter a compostura, olhando pra ela com os olhos arregalados e voz trêmula.
Riel
FICA CALMA! O PARAQUEDAS VAI ABRIR!
(sussurra pra si mesmo) eu espero…
Akali desce silenciosamente, como se estivesse em um clipe de filme de ação. Um olho em Tori, o outro analisando a ilha que se aproxima. Mas até ela não resiste a comentar quando ouve os gritos desesperados no ar.
Akali
(suspira) Que drama… já tô com dor de cabeça.
Nagi
ISSOOO AQUI É QUE É VIDA!!! VEM TRANQUILOOOOO!
De repente, a sirene apita no ouvido de todos.
Zoe
(Auto-Falante) 500 metros. Ativando paraquedas… agora.
Os paraquedas disparam automaticamente com um BOOM, o impacto puxa o corpo de cada um com força. Tori solta um grito abafado enquanto é puxada violentamente pro alto.
Tori
AAAH— MINHA COLUNAAAAAA! EU VOU PROCESSAR ESSA GENTE!
Akali aterrissa primeiro, rola no chão com precisão militar e já saca uma faca escondida na bota. Olha ao redor. Nenhum som. Só o canto distante de pássaros e o rugido do mar ao longe.
Logo em seguida, Tori cai de cara na areia — literalmente. Se levanta tossindo e com o batom todo borrado.
Tori
(olhando pro céu) Tô viva. Por que eu tô viva?
Akali
(se aproximando, apontando a faca) Porque eu ainda não te matei.
Tori
(Assustada) Calma aí… isso é muita sacanagem!
Akali
(Sorrindo de canto) Quem liga pra isso?
Antes que possam dizer mais algo Riel aterrissa de mau jeito, rolando no chão e batendo a bunda numa pedra
Riel
AÍ MEU COCCIX!!! Eu não vim aqui pra morrer por topada não!
Nagi é o último a descer, pousa com classe e já começa a organizar as mochilas e checar o rádio que estava preso à cintura.
Nagi
Alguém precisa assumir o controle disso aqui. Temos quatro pessoas e um jogo mortal. Se formarmos uma aliança, podemos—
Akali
(interrompendo) Quem disse que quero fazer time com vocês.
Tori
Eu também não! Principalmente com essa assassina de peruca vermelha.
Akali
(sorri sarcástica) Repete isso de novo e eu te deixo com uma peruca definitiva… de grama.
Riel se mete entre elas, levantando as mãos.
Riel
Calma! Calma! Vamos respirar, ver se tem comida… e depois a gente se mata, pode ser?
Tori
Eu não confio em vocês.
Nagi
Ninguém confia em ninguém aqui!
Nagi
Mas antes da gente se matar, vamos sei lá, procurar comida?
Riel
Finalmente uma ideia boa!
Akali
A floresta parece mais segura por enquanto… mas vamos em dupla. Assim a gente reduz o risco de traição.
Tori
(desconfiada) E quem disse que eu quero ficar de dupla com alguém?
Akali
(desafiadora) Você quer morrer sozinha então? Vai lá, branquinha Chanel. A selva é sua.
Nagi
Calma! Vamos se apresentar! E depois fazer as duplas!
Akali
(Revira os olhos) Akali!
Nagi
Certo! (Pausa) muito prazer
Akali
Sério que eu vou ter que ir com ela?
Akali
(Revira os olhos) que seja!
Nagi
Certo! As duplas formadas!
Akali
Vamos logo procurar comida branquinha…
Tori
Eu tenho nome! E é Tori!
Ambas partem para floresta, chegando lá havia muitos barulhos de diferentes animais.
Tori
(Com medo) Ai meu Deus será que tem uma aranha enorme aqui? Ou pior? UMA COBRA?
Akali
(Com tédio) Se tiver a gente mata ué…
Tori
(Indignada) EU? matar algo? Eu sou uma gracinha, uma graça para matar esses animais grotescos!
Akali
(parando, se virando devagar) Ah é? E nasceu pra quê? Pra morrer bonita?
Tori
(erguendo o queixo) Sim. Se for pra morrer, que seja com dignidade. Sem cobra no meio.
Akali dá uma risada baixa, quase imperceptível, mas visível. Um sorriso de canto surge, mesmo que ela tente disfarçar.
Akali
Você é um completo desastre ambulante. Mas pelo menos é um desastre… estiloso.
Tori
(sorri com orgulho) Obrigada, eu sei.
Um barulho repentino vem do arbusto ao lado. As duas congelam.
Tori
(agarrando o braço da Akali) AI MEU DEUS É A COBRA—
Akali
(calma) Shh. Fica atrás de mim.
Akali saca a faca, se abaixa lentamente… e do arbusto pula um…
Coelho.
As duas ficam paradas olhando o bichinho correr para longe.
Tori
(com a mão no peito) Eu já tava me despedindo da vida…
Akali
(guardando a faca) Eu percebi.
Tori
Se eu morrer aqui, quero que saiba que vou voltar pra te assombrar. Toda vez que você estiver sozinha no banho, vou sussurrar “tem uma cobra no seu ralo”.
Akali
(se virando pra andar de novo, rindo baixinho) Pode assombrar… mas só se me deixar em paz enquanto eu durmo.
Nagi
(erguendo o coco) De fome a gente não morre! Tá vendo, Riel? Sobrevivência é meu segundo nome.
Riel
(ajoelhado entre umas pedras) Eu achei umas melancias! Ali daquele lado! Parecem boas.
(pausa) Quer dizer, espero que sejam melancias. Vai que explode.
Nagi
(rindo) Se explodir, pelo menos morre doce, né?
Os dois se sentam na areia, começando a quebrar o coco com uma pedra. Nagi olha pro horizonte, pensativo, o sorriso sumindo aos poucos.
Nagi
Será que as meninas estão bem?
Nagi
Mas elas pareciam que ia se matar!
Nagi
Bom… vamos acreditar que está tudo bem!
Riel
(Sorrindo) Sim! Foco!
De repente, um bip bip bip começa a soar do relógio preso ao pulso de Nagi.
Nagi
(Tenso) Alerta de proximidade!
Nagi
Alguém está vindo nessa direção!
Ambos se levantam e ficam em posição de ataque!
Riel
(Ficando em posição de lutador) hora da sobremesa… ou da porrada!
Nagi
(Com uma pedra na mão) Pois é!
O barulho da floresta se mistura ao das ondas. De repente, um homem surge correndo entre as árvores, tropeçando na areia, com o rosto machucado e a camisa rasgada. Ele cai de joelhos na frente de Nagi e Riel.
Niko
(gritando) Me ajudem! Eles querem me matar! Tão armados, são três, eu fugi— por favor!!
Riel fica ao lado de Nagi e sussurra algo só para ele ouvir
Riel
(Sussurrando) E aí, a gente ajuda?
Nagi
(olhando o homem, analítico) Feridas superficiais. Respiração acelerada, mas sem sangramento grave… pode ser real. Ou pode ser fingimento.
Riel
(sério) Ele tá suando igual porco. Mas não quer dizer que não seja um porco armado
Niko
(implorando) Eu juro! Me prenderam, queriam me obrigar a matar um garoto mais novo. Eu consegui fugir, mas eles tão vindo! A qualquer momento!
Riel olha nos olhos do homem. Há um silêncio tenso entre eles. O som das folhas se movendo ao fundo acelera a decisão
Riel
Se for mentira eu acabo com ele!
Nagi
encarando o cara) Beleza… mas se me der um susto, eu enfio esse coco inteiro na tua cabeça.
Eles puxam o homem pra trás de uma pedra e o escondem. Riel pega um pano e começa a limpar o sangue do rosto dele.
Riel
(murmurando) Tá com sorte que ainda temos melancia. Se fosse mais tarde, eu te entregava com laço pros caras.
Niko
(quase chorando) Obrigado… obrigado…
Mas enquanto o homem se deita, algo brilha rapidamente debaixo da camisa dele. Um reflexo metálico. Riel estreita os olhos. Ele viu.
Riel
(voz baixa, fria) Nagi…(pausa)
Você viu isso?
Nagi
(já apertando os dedos na pedra) Vi.
Enquanto isso de volta a floresta. Akali escuta uma voz masculina logo a frente!
Tori
(Sorrindo) Será que é os meninos? Que sorte nossa! Eu to morrendo de fome
Tori da um passo a frente mas Akali segura ela e tapa sua boca
As duas ficam coladas, ofegantes. Akali mantém Tori escondida atrás de uma árvore grossa, observando de onde vêm as vozes. O coração de Tori bate tão forte que parece que vai explodir no peito dela — e não é só pelo medo.
Três homens aparecem entre as árvores. Roupas camufladas improvisadas. Um deles carrega uma besta. Outro segura um facão ensanguentado. O terceiro está de olhos atentos, analisando o chão.
Homem
Os rastros vêm daqui… alguém passou por aqui há poucos minutos.
Homem 2
Se for mulher, a gente não mata ainda… leva pro chefe. Ele quer “material útil”.
Akali
(sussurrando no ouvido de Tori) Se eu disser “corre”, você corre. Não olha pra trás.
Tori balança a cabeça devagar, os olhos arregalados, encostada contra o peito de Akali. Por um segundo, o calor daquela proteção faz o medo sumir um pouco.
Tori
(sussurrando de volta, com voz fraca) E você?
Akali
Eu vou distrair eles. Depois eu te acho.
Tori pega a mão de Akali e corre pro lado oposto.
Akali
(Surpresa) o que tá fazendo?
Tori
Temos que encontrar os meninos, e eu to com fome, não quero morrer aqui!
Elas disparam pela floresta como um raio, fugindo das vozes que agora aumentam de volume. Os caras notam a movimentação e disparam atrás delas. Flechas e pedras voam, passando raspando. Uma flecha acerta uma árvore a centímetros da cabeça da Tori
Akali
(gritando) AGORA A GENTE VAI MORRER JUNTAS, SUA IDIOTA CHIQUE!!!
Tori
(choramingando) MAS PELO MENOS TEM QUE SER COM O ESTÔMAGO CHEIO!
Elas saltam por cima de um tronco, derrapam numa ladeira de terra e caem direto… NA PRAIA. Nagi, Riel e o homem misterioso se viram assustados quando veem duas figuras surgirem do mato com gritos.
Tori
(gritando) AAAAIIIIIIIIIIIIIIII ME SEGURAAAAAAA!!!
Tori cai em cima de Nagi, derrubando o coco que ele tava segurando como se fosse ouro.
Riel
(erguendo uma pedra) QUE ISSO— ah, são elas!!
Akali
(caindo do lado, ofegante, xingando) Se eu morrer, eu vou te puxar pro inferno junto comigo, branquinha dos infernos!
Tori
(Rindo) a gente já tá no inferno!
Tori
(colocando as mãos na cintura) Eu sou um milagre da sobrevivência.
Nagi
(olhando pro céu) Senhor, por favor, faz o Purgatório reiniciar. Eu não aguento mais.
Akali
(seca, com a faca ainda na mão) Quem é ele?
Niko
(Cansado) eu me chamo Niko…
Niko
Eu… eu não sou uma ameaça. Juro. Eu fugi de outro grupo, eles tavam me obrigando a matar um garoto. Consegui escapar.
Tori
(Tirando uma folha do cabelo) Muito prazer Niko! Eu sou a Tori!
Niko
(Sorri suave) Muito prazer Tori!
Nagi olha pra Akali, tentando manter a paz.
Nagi
Ele tava pedindo ajuda. Apareceu todo ferrado, desesperado. A gente decidiu esconder ele até entender melhor.
Riel
(frio) Mas ele tá com algo escondido. Um reflexo metálico apareceu debaixo da camisa. Pode ser uma arma. Ou um comunicador.
Akali
(olhos estreitos) Mostra o que tem aí, Niko. Agora.
O clima pesa. Todos ficam em silêncio. Niko hesita, o que faz Akali dar um passo à frente com a faca brilhando.
Niko
(engolindo seco) Tá… calma.
Ele levanta a camisa. Preso à cintura, um pequeno dispositivo preto com luzes verdes piscando.
Riel
(assustado) Isso não é um rastreador comum… isso é da organização?
Akali
(imediatamente) ELE É UM INFILTRADO.
Tori
(chocada) O quê??? Tipo um espião? Um BBB espião reverso?
Nagi
(ergue o punho) Ele enganou a gente…
Niko
NÃO! EU NÃO TRABALHO PRA ELES! EU— EU ROUBEI ISSO DE UM CARA! PRA SABER COMO SAIR DAQUI!
Akali
(encarando firme) Prova. Agora.
Akali
Sinto muito mas eu não confio em ninguém…
Akali arranca o dispositivo com a sua faca e joga na água
Niko
(Desesperado) NÃO ME MATA POR FAVOR!
Riel
(Olhando para Akali) Calma aí ruivinha!
Akali
(Encarando Riel, Fria) meu nome é Akali!
Riel
(Nervoso) E-Eu sou o Riel e eu pedi para ter calma!
Riel
(Encarando Niko) se quiser ficar vivo é melhor se explicar!
Jon
Sobre o projeto “O Purgatório”? Está aprovado os VIPs querem ver algo interessante para ver, se mostrarmos algo interessante ganharemos dinheiro!
Niko
(Nervoso) mas senhor isso é muito brutal!
Jon
(Sorrindo) Você acha? Que tal você participar também? Vai ser interessante!
Jon
(Bebendo vinho) Levem ele daqui!
Está a noite e o grupo está ao redor de uma fogueira recém criada por Nagi e Riel
Nagi
Nossa, mas o que exatamente eles querem com esse projeto?
Niko
(encarando o fogo) Entretenimento. A elite quer ver gente real lutando, morrendo, sofrendo… se matando. Eles apostam em cada um de nós. Como se fosse um jogo. Quanto mais dramático, mais dinheiro eles ganham.
Tori
(horrorizada) Então isso aqui… é tipo um Pay-per-view do inferno?
Akali
(fria) Com apostas. E sangue.
Riel
(murmura) Isso explica tudo… o rastreador… as câmeras escondidas… a voz do avião. A gente é só um reality show pros podres de ricos.
Tori
(Inquieta) gente eu não quero atrapalhar vocês aí pensando… mas já atrapalhando, mas no avião não pediram para fazermos alianças?
Nagi
(Pensativo) concordo! E se for como nos jogos de tiro que eu joguei, um time é no máximo formado por 4 jogadores
Então do nada, do auto-falante de um poste ali perto diz algo
Zoe
(Pelo auto-falante) Exatamente! Um time no máximo aqui no purgatório é composto por apenas 4 jogadores!
Todos imediatamente ficam em posição de ataque! (Ninguém quer ser o quinto)
Akali
(Com a faca na mão) Ai ai…
Tori
(Com medo) Calma pessoal…
Riel
(Rindo de nervoso) Ninguém aqui quer ser o quinto!
Niko
Pessoal… não façam isso. Eu contei tudo que sei! Eu ajudei vocês!
Akali
(Seca) mas você ainda é o quinto
Riel
(interrompendo) Regras são regras. E essa ilha não perdoa sentimentalismo.
Nagi
(olhando em volta) Mas… a gente também não precisa matar ele agora, né?
Akali
(encarando cada um, com os olhos cerrados) Eu não confio em nenhum de vocês.
Niko
Eu também não. E mesmo assim… eu contei tudo que sei pra vocês. Porque eu sabia que sozinho eu não ia durar.
Riel
(andando em círculo devagar) Aposto que muitos jogadores por aí estão exatamente assim. Desconfiando de todo mundo, com medo de morrer… e fingindo coragem.
Tori
E o que a gente faz agora…?
(pausa)
Eu não quero morrer.
Todos se viram pra ela. A sinceridade pura na voz da garota faz até Akali hesitar por um segundo. Tori está à beira das lágrimas, mas não perde o olhar firme.
Tori
Eu tenho uma vida inteira fora daqui. Eu não pedi por isso. E eu não sou igual a vocês… Eu não sou boa com armas, ou estratégias, ou socos.
(pausa)
Mas eu sou boa com gente. Com alianças. E mesmo que o sistema diga que a gente só pode ter quatro…
(ela olha pra Akali)
…quem disse que a gente precisa jogar pelas regras deles?
Akali
(abrindo os olhos lentamente) Você quer que a gente arrisque tudo por um desconhecido?
Tori
Eu quero que a gente faça o que ninguém mais aqui vai fazer: quebrar o ciclo.
Riel
(finalmente falando) Então você tá propondo o quê? Que a gente forme um time falso? E mantenha ele escondido?
Nagi
Tipo um “clã sombra”… só que emocionalmente disfuncional.
Tori
Exatamente. A gente esconde o Niko. Não como membro oficial. Mas como aliado secreto.
(pausa)
E se em algum momento a gente precisar… ele pode salvar a gente.
Todos ficam em silêncio. O fogo ilumina os rostos cansados e marcados. Finalmente, Akali guarda a faca e olha para Tori com aquele olhar felino e enigmático.
Akali
…se ele trair a gente, eu mato você primeiro.
Tori
(sorrindo nervosa) Justo. Mas posso pedir um último desejo antes?
Paredes escuras. Telões exibem cada canto da ilha: praia, floresta, cavernas. Técnicos com fones digitam sem parar. Câmeras de calor, drones, registros cardíacos. Tudo é monitorado.
No centro da sala, o Líder observa com as mãos cruzadas nas costas. Frio. Preciso. Um tubarão de terno!
Zoe
(nervosa, com tablet na mão) Chefe… o que a gente faz? Um novo time foi confirmado. Cinco membros. Quebraram a regra.
Jon
(sem virar o rosto) Time de cinco pessoas confirmado?
Zoe
Sim senhor. Eles esconderam o quinto jogador… mas o sistema reconheceu a formação.
(pausa)
E não são os únicos. Outros grupos fizeram o mesmo.
O Líder gira lentamente, o rosto calmo e cínico. Ele dá um leve sorriso. O tipo de sorriso que precede a morte
Jon
Faça o que tem que ser feito.
(pausa)
Explodam as bombas implantadas neles.
Ela toca na tela. Nomes e coordenadas aparecem. Botões vermelhos. Ela hesita por um segundo…
NA ILHA – DIVERSOS PONTOS
Três grupos espalhados em diferentes pontos da ilha estão juntos, rindo, confiantes com seus times de cinco. De repente, um por um, eles congelam. Um apito suave soa de seus relógios.
Homem
(olhando o pulso) O que é isso?
Homem 2
(confuso) Eu nem ativei nada…
Explosões localizadas. Cabeças. Peitos. Silhuetas desabando. Sangue e areia voam. Gritos. Desespero.
Corpos caem. Os sobreviventes fogem gritando. O terror se espalha.
DE VOLTA À PRAIA – GRUPO PRINCIPAL
Todos estão reunidos, em silêncio, até que Riel sente o pulso vibrar.
Riel
(olhando pro relógio) Hã… isso tá apitando?
Nagi pega o dele. Akali também. Tori congela.
Tori
Não, não, não… isso não é normal.
Niko
(gritando) CAIAM FORA DE PERTO DE MIM! AGORA!
Akali
(erguendo a faca) TIRA O RELÓGIO! TIRA ESSA PORRA AGORA!
Todos começam a arrancar os dispositivos do pulso com desespero. Nagi morde o dele, Tori chora, Riel tenta desativar com uma pedra. Akali FINCA a lâmina no próprio pulso com precisão, arrancando o dispositivo ensanguentado.
E…
Silêncio.
Os relógios param de apitar. Nada explode. Mas agora eles sabem. As regras são reais. E cada passo fora da linha… pode ser mortal.
Tori
(Chorando) Meu Deus o que é isso?
Nagi vai até Tori e olha uma marca com pontos fechados
Nagi
Filhos da puta… implantaram bombas na gente!
Riel
OK… ISSO É REAL, TEMOS QUE SEGUIR AS REGRAS!
Akali
PRA GENTE SOBREVIVER TEMOS QUE SEGUIR AS REGRAS DESSA GENTE MALUCA?
Tori
(chorando) E-eu… eu não consigo… eles colocaram uma bomba no meu corpo… Akali… eu— eu vou explodir!
Akali
(segurando seu rosto com as duas mãos) Olha pra mim.
(mais firme) OLHA PRA MIM.
Tori obedece, os olhos marejados encontrando os da Akali. Por um segundo… o mundo parece parar.
Akali
Enquanto você estiver comigo… ninguém vai te explodir.
(pausa)
Nem eles… nem eu.
(pausa mais longa)
Eu prometo.
Tori segura as mãos de Akali com força. Uma lágrima escorre. Mas seu choro começa a acalmar.
Nagi
(sério) A gente vai ter que reformular tudo. Só quatro pessoas por time. Nenhuma exceção. E sem tentar hackear ou burlar o sistema… por enquanto.
Riel
(amargo) Isso não é mais um jogo. É um sequestro disfarçado de reality.
Niko
(embaixo de uma árvore, ainda amarrado) Eu avisei. Eles não têm limites.
Tori
(voz baixa, dolorida) Mas o que vamos fazer…?
(pausa)
Estamos entre cinco…
Todos se entreolham. Ninguém quer dizer. Mas todos sabem.
Riel
(encarando o chão) Verdade.
(suspiro)
Quem vai sair?
Niko levanta um pouco, com expressão esperançosa e desesperada ao mesmo tempo.
Niko
Podemos ser um time. Eles não precisam saber…
Mas antes que termine a frase, a explosão emocional de Tori vem com tudo.
Tori
(gritando) POR SUA CULPA a gente tá com cinco, CONTANDO COM VOCÊ!!
O grito dela ecoa pela praia, assustando até as ondas. Tori avança um passo, os punhos cerrados, a voz falhando entre soluços e fúria.
Tori
(chorando) Você mentiu, você escondeu o rastreador, você se infiltrou e quase matou a gente…
(e olhando pra Akali) Ela arrancou o próprio braço PRA NÃO EXPLODIR.
(volta o olhar pro Niko)
E agora você quer “formar um time”? Como se não tivesse quase nos matado!?
Riel
(tenso, desviando o olhar) Ela não tá errada.
Nagi
A regra é clara. Quatro por grupo. O sistema já identificou a formação com cinco. Se insistirmos… vamos todos morrer.
Akali se aproxima devagar, coloca a mão no ombro de Tori e a puxa pra trás suavemente.
Akali
(voz baixa e cortante) Se eu pudesse… teria matado ele naquela hora.
Tori
(olhando nos olhos dela) E por que não matou?
Silêncio. A fogueira emite um último estalo antes de apagar. A noite parece engolir tudo.
Niko
(ajoelhado agora) Se for pra salvar vocês… eu posso ir embora.
(pausa)
Mas deixem uma chance. Me deixem fugir. Não me entreguem a eles.
Nagi
(irritado) A gente não pode ficar nessa briga pra sempre! Isso aqui tá virando novela!
(pausa, firme)
Se for como nos jogos que eu joguei… a gente tem que encontrar armamentos. Base. Suprimento. Território. Já era pra termos nos mexido!
Todos se viram pra ele. Akali respira fundo. A testa suada. Ela caminha em direção à fogueira apagada… e com um chute seco, espalha as cinzas com raiva.
Akali
(mão na testa, exausta) Merda…
(olhando pro horizonte) A gente ficou aqui parados. Como se o perigo tivesse acabado.
Riel
A gente nem sequer saiu dessa praia desde que a gente pulou de paraquedas.
(pausa)
Não mapeamos o terreno. Não procuramos abrigo. Tamo agindo como se fosse férias com ex… e não um massacre programado.
Tori
Então vamos sair. Agora.
(pausa)
Antes que as regras explodam a gente ou os próximos cheguem pra terminar o serviço.
Akali observa Tori por um momento em seguida olha para o grupo
Akali
Em linha. Atrás de mim.
(pausa)
Nagi, você faz mapa mental. Riel, vigia lateral. Tori… você fica no meio.
(olha pra Niko)
E você vai na frente. Qualquer passo suspeito… você não termina o caminho.
Niko
(engole seco) Entendido…
Todos se preparam. Pegam mochilas improvisadas, pedaços de madeira, pedras afiadas, e se colocam em marcha pela mata fechada que cerca a praia.
O céu começa a clarear. O sol está nascendo.
Mas no fundo da selva… algo está esperando.
Minutos depois eles encontram uma base militar!
Niko
Eu acho que vi alguma coisa!
Tori
(Curiosa) o que é isso?
Tori
(olhando com receio) Ou armadilha.
Nagi
A gente não tem escolha. Se for funcional, pode ter munição, abrigo… e talvez resposta.
Riel
Bora entrar. Mas devagar.
Eles avançam. O portão se abre com um rangido lento e agoniante. Por dentro, o pátio está vazio, mas marcas de sangue seco e trincheiras ainda estão ali. Há um posto de comunicação quebrado, caixotes de metal e portas trancadas.
Akali entra primeiro, conferindo cada canto com a faca em mãos. Nagi segue, pronto pra qualquer coisa. Riel examina os sistemas antigos.
Riel
Os computadores estão destruídos. Mas talvez…
(ele mexe em uma caixa de energia)
…alguma coisa aqui ainda funcione.
Niko
(vasculhando caixas) Isso aqui é munição… está trancado. Mas tá pesado. Deve estar cheio.
Tori
(abrindo uma gaveta) Achei uma… barra de proteína. De 2018.
(pausa)
Ainda vale?
Nagi
Se você sobreviver, me conta depois.
Akali para em frente a uma grande porta de aço com o símbolo da organização riscado com sangue. Ela esfrega a mão sobre a tinta ressecada, e embaixo do símbolo há uma palavra entalhada: “OBSERVADOS”
Akali
(sussurrando) Isso aqui era uma base de segurança…
(pausa)
Mas virou uma base de controle.
O ambiente é abafado, empoeirado e cheio de caixas metálicas, estantes quebradas e armamentos esquecidos pelo tempo. Tori está de joelhos, vasculhando uma caixa enferrujada. Quando abre, seus olhos brilham.
Tori
(erguendo uma AK-47 com esforço) Eu achei essa coisa!
Nagi se vira imediatamente, os olhos brilhando como um gamer vendo loot lendário.
Nagi
Boa, Tori! Essa arma é muito boa. Estável, dano alto, alcance excelente.
Riel
(se aproximando com um sorriso maroto) Eu posso ficar com ela, se quiser.
(piscando) Prometo não atirar nas costas de ninguém… ainda.
Tori
(olhos semicerrados, encarando ele) Não confio em você o suficiente.
Riel
(rindo) Eu sei! Nem eu confio em você. A gente se entende.
Mesmo assim, com um suspiro e um leve revirar de olhos, Tori estende a arma com cuidado. Riel pega a AK-47 e a beija, como se tivesse reencontrado o amor perdido.
Riel
Eu te batizo de Carla. A partir de agora, somos um só.
Tori
(virando os olhos) Socorro.
Mais ao fundo, Akali encontra outra caixa entre sacos de areia. Ela força a tranca com a faca e a tampa se abre, revelando mais armas. Sem cerimônia, ela pega uma UMP9 e se vira
Nagi, que está tentando ativar um painel de energia, se vira a tempo de receber a arma que Akali joga com precisão cirúrgica.
Nagi
(pegando no ar) UMP9, Curto alcance. Boa pra combate em interiores.
Akali
(séria) Perfeita pra quando invadirem de surpresa. Use bem.
Niko aparece do fundo com um colete tático furado na mão.
Niko
Achei isso aqui. Tá meio arrebentado, mas ainda serve.
Akali
(fria) Melhor você vestir. Se eu errar a mira, vai amortecer.
Niko
(forçando um sorrisinho nervoso) É… legal, obrigado?
O grupo começa a se equipar.
Riel
(concentrado) Consegui ligar o painel. Tem registros aqui…
(pausa)
Mas estão bloqueados por senha.
Akali
(já olhando pros cantos) Essa senha deve estar em algum lugar aqui. Marcações, documentos, cadernos velhos… procurem tudo.
Tori
(murmurando) Se tiver senha, aposto que é o nome da ex do criador. Homem adora guardar trauma em número
O grupo está espalhado pelo interior da base. As luzes são fracas, o cheiro é de mofo e pólvora velha. De repente, um som seco ecoa. Passos. Pesados. Rítmicos.
Akali
(erguendo a mão em sinal) Shh…
Todos congelam. Riel engatilha a AK lentamente. Tori se aproxima de Akali com os olhos arregalados.
Tori
(baixinho) O que foi?
Akali
(voz quase inaudível) Ouvi barulhos… passos. Pesados. Não são nossos.
Riel
(sussurrando empolgado) Nossa primeira troca de ação…
(pisca) Finalmente!
Niko
(trêmulo) Você tá feliz com isso!? Tem gente armada vindo atrás da gente, seu doente!
Riel
(calmo demais) Melhor do que chorar, né?
Tori
(olhando feio) Eii! Respeita, idiota. Tem gente aqui surtando de verdade.
Riel
(meio envergonhado, levantando as mãos) Foi mal aí, princesa.
(pausa)
Não era pessoal.
Os passos ecoam, e de repente… ele entra. Camiseta rasgada, cabelo bagunçado, sorriso aliviado como se tivesse chegado em casa.
Reo
(suspirando alto) Ufa… graças a Deus. Eu posso ficar aqui, né?
CLIC CLIC CLIC CLIC CLIC.
Cinco armas apontadas diretamente pra cabeça dele
Akali
(fria) Movimenta um dedo e você morre.
Nagi
(baixo) Não temos vaga pra sexto jogador.
Riel
(tenso) Esse aí parece NPC de tutorial, mas vai que é um boss disfarçado…
Reo
(erguendo as mãos, suando) CALMA! Gente! Tô desarmado! Juro! Eu só… eu vi luz, ouvi vozes, e pensei: “ufa, vida!”
De trás de Akali, uma voz familiar e sarcástica ressurge.
Tori
(com um meio sorriso debochado) O cara do avião… o do nome feio.
Reo
(ofendido e aliviado ao mesmo tempo) Ainda me chama assim, é?
Riel
(confuso) Pera… vocês se conhecem?
Tori
(revira os olhos) Ele tava sentado atrás de mim no avião. Queria fazer amizade no meio do pânico. Eu chamei o nome dele da marca OREO!
Reo
(indignado) E eu ainda tentei ser educado!
Akali
(ainda apontando a arma) E por que você tá aqui, Oreozinho?
Reo
Eu… sobrevivi. Me escondi. Vi um grupo explodir. Tô sozinho desde então. Eu vi vocês entrarem nessa base e… pensei que podia tentar, sei lá… não morrer hoje.
Riel
(baixando a arma um pouco) Pelo menos é honesto.
Nagi
(frio) Ainda é um sexto jogador.
Tori olha pra ele. Depois olha pro grupo. Seus olhos passeiam por Akali que observa tudo com frieza. Uma nova decisão precisa ser feita… de novo.
Reo continua com as mãos erguidas, suando frio, enquanto observa os olhares hostis ao redor. Silêncio. A tensão corta o ar… até que Akali ri. Seca. Sarcástica. E perigosa
Akali
(cruzando os braços, com um sorriso torto)
Ótimo. Por que você e o Niko não formam uma dupla e deixam a gente em paz… por enquanto?
Um silêncio pesado paira.
Niko vira lentamente o rosto em direção a Reo com a expressão mais “sério que sobrou pra mim?” do mundo.
Reo
(desesperado) Quê? Eu nem conheço ele! Ele parece um vilão de dorama!
Nagi
(dando risada)
É uma ótima ideia!
Assim seguimos as regras e ninguém vira purê explosivo!
Riel
(calculando tudo mentalmente)
Faz sentido. Dois jogadores formam um time separado. Nosso grupo continua com quatro.
E se eles ficarem por perto, ainda podem ajudar… sem acionar o sistema.
Tori
(cruzando os braços)
Mas eu quero distância deles. Um fala demais, o outro é bom demais em parecer culpado.
Reo
(ofendido)
Ei! Isso foi pessoal.
Akali
(andando até Reo e apontando com o dedo no peito dele)
Ou você vira útil… ou vira o próximo saco de carne que a ilha explode.
Simples assim.
Reo
(engole seco)
Entendido. 100%. Sem pressão, né?
Niko
(irônico)
Vai ser ótimo ter companhia pra sofrer em silêncio.
Reo e Niko se afastam, armados com armas leves, coletes remendados e egos feridos. Eles montam um mini acampamento improvisado a uns 50 metros dali, visíveis, mas longe o bastante pra não contar como “mesmo time”.
Riel
(limpando a AK-47)
Beleza… dois palhaços isolados. Agora, voltamos pro plano: torre central, documentos e quebrar esse sistema.
Nagi
(mexendo no painel de novo)
Com sorte… a senha tá aqui em algum lugar.
Tori
(pegando o diário velho de uma gaveta)
Ou com azar… tem uma armadilha esperando a gente virar a página.
Akali
(sorrindo de canto)
Então vamo virar a página juntos.
O grupo está terminando de organizar suprimentos, cada um focado em seu canto. De repente, Tori levanta o dedo como quem vai fazer uma declaração importante.
Tori
Gente! Eu tô com vontade de fazer xixi!
Todos se viram lentamente pra ela com cara de “sério que é isso agora?”
Nagi
(desacreditado)
Sério?
Riel
(sem nem olhar pra ela)
Faz ué.
Tori
(cruzando os braços)
Ninguém olha, tá bom?
Akali
(revirando os olhos, exausta)
Faz logo, mulher. Antes que a gente morra e vire adubo.
Tori se esconde atrás de um caixote com cara de quem tá fazendo algo proibido. Ajeita a roupa, agacha com cuidado e começa a aliviar a bexiga…
…10 segundos se passam.
Nagi
(olhando pro Riel, segurando a risada)
Tá porra KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Riel
(gritando)
Vai com calma aí, princesa! Tá mijando dois litros e meio??
Tori
(lá de trás, indignada)
NÃO ME DEIXA NERVOSA, SE NÃO EU TRAVO!!!
Nagi
Se travar agora, a bexiga explode e a bomba vai atrás!
Akali
(segurando o riso, balançando a cabeça)
Nunca pensei que ia morrer numa ilha ouvindo alguém mijar por três episódios seguidos.
Tori
(ainda de costas)
QUEM FALAR MAIS UMA COISA EU JOGO O XIXI EM VOCÊS!
Nagi
(sussurrando pra Riel)
Se ela tivesse uma granada na mão, tava todo mundo morto.
Finalmente, Tori termina. Levanta como se tivesse feito uma maratona e anda com a dignidade de uma princesa
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