05

Não consegui desviar o olhar. Ela era perfeita,o contorno dos lábios, o brilho dos olhos, o perfume discreto que a envolvia. Eu estava caidinho, e aquela mulher que eu tinha subestimado me devastava.

A voz dela, suave, cortou o silêncio carregado.

— Está quente, senhor. Cuidado para não se queimar.

Meu sorriso se alargou.

— Nem sei se é o chá que está me esquentando — murmurei, sentindo o desejo crescendo.

Mel desviou o olhar, uma leve corada subindo pelo rosto. Eu sentia a tensão no ar, um convite silencioso que mexia com tudo que eu tinha aprendido a controlar.

Levantei-me lentamente, ficando perto demais, tão perto que podia sentir o calor do corpo dela, o cheiro que me deixava tonto.

— Você não faz ideia do que esse simples momento está fazendo comigo — confessei, a voz rouca.

Ela prendeu a respiração, os olhos verdes fixos nos meus, tão intensos que quase me desarmavam.

— Levi... — sussurrou, hesitante, mas sem recuar.

O silêncio era espesso, como se até o mar lá fora tivesse parado para ouvir o que não era dito.

Ela estava tão perto. Tão real. E tão diferente de todas.

Eu me levantei, sem pensar. Só sentindo. Me aproximei devagar, olhando dentro dos olhos dela. Aqueles olhos verdes que me desafiavam e me desarmavam ao mesmo tempo.

O cheiro do chá se misturava ao perfume leve da pele dela — algo fresco, doce, inebriante. Me inclinei, respirando fundo… e foi aí que senti. O cheiro dela. De sal, de sol, de liberdade. Quente. Intenso. Viciante.

Minha mão se ergueu por vontade própria. Toquei uma mecha do cabelo dela, rebelde e ainda úmida da praia. Enrosquei entre os dedos devagar, puxando-a suavemente para mais perto.

Ela não recuou.

— Você tem cheiro de mar e caos — sussurrei, com a voz rouca de desejo.

Ela estremeceu. Eu vi. Vi o arrepio subir pela pele do pescoço, vi os lábios se entreabrirem. Vi o medo e o desejo duelando nos olhos dela.

Minha mão foi para a cintura, puxando com delicadeza. O corpo dela encontrou o meu como se pertencesse ali. Ela não disse nada. Nem eu. Não precisava.

Meu rosto desceu, o nariz roçando de leve a bochecha dela, depois a curva do pescoço. Fechei os olhos. Era como tocar fogo com os dedos.

Ela virou o rosto, e nossos lábios ficaram perigosamente perto. Um suspiro escapou dela. Um gemido rouco escapou de mim.

Nossos lábios quase se tocaram.

Quase.

Foi quando ela se afastou de repente, como se tivesse acordado de um transe.

— Eu... é você precisa ir — murmurou, com a voz trêmula.

— gracinha— chamei, mas ela já recuava, as mãos trêmulas .

— Boa noite, senhor — disse, antes de eu sair porta afora, deixando só o cheiro, o calor... e o caos dentro de mim.

Fiquei ali, parado perto do carro respirando o que ela deixou. A ausência dela queimava mais do que sua presença no meio do desejo que me consumia.

— Eu estou ferrado — murmurei. — Completamente ferrado,eu não posso não posso me apaixonar .

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Comments

Arilene Vicente

Arilene Vicente

Não pode, mas já está apaixonado kkk

2025-07-02

0

Dulci Oliveira

Dulci Oliveira

já tá apegado 🤭

2025-06-13

0

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Atualizado até capítulo 79

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