Jhosh esperou todos irem embora e encarou o pai, exigindo uma explicação pelo que ele disse.
- Como assim, pai?- Pergunta ele com certa raiva- já tem uma noiva para mim?
- Eu acho melhor conversarmos em casa. A sua mãe tem um compromisso agora.
- Não tenho nada. Isso foi ideia sua. Mas vamos conversar depois, meu filho.
- Não. Quero saber e sei que tenho direito. Eu pensei que tivéssemos chegado a um acordo que eu participaria da escolha da noiva.
- Jhosh, eu vou adiantar-lhe que é um trato feito há muito tempo. A história é longa e agora estou cansado. E ainda tenho reuniões. E acabei de receber um telefonema que a sua presença está sendo solicitada na organização agora.
- Está bem. Mas a noite não pense que vai fugir de me dar as respostas.
Enrico sorriu, deu um beijo no alto da cabeça da esposa e acenou para o filho. Ele era responsável e nunca deixaria de cumprir o combinado que ele fizera com o seu amigo.
Jhosh chegou à sede da organização, um prédio imponente que ninguém imaginava a natureza das transações feitas. Aparentemente era uma filial da empresa de Jhosh. Mas ali, era onde ele resolvia as questões da organização. E Jhosh admitia que era onde mais gostava de atuar.
Desde os seus sete anos de idade, já sabia que a família fazia parte da máfia inglesa. Uma das mais fortes e poderosas. Fora treinado com rigor, em locais próprios que o tornaram exímio atirador a longa distância. Era muito habilidoso também em entrar e sair sem ser notado.
Quando completara seus dezoito anos, começou a ser o braço direito do pai, Don Enrico, conhecido como um chefe impiedoso, mas justo. Com ele, Jhosh aprendeu cedo a ser leal e como tratar um traidor. As regras principais da organização consistiam em lealdade, honra e confidencialidade. O Don era o chefe, que executava e ordenava o que precisava ser feito. Mas antes ele devia se reunir com o Conselho, composto por homens de confiança e sábios. Qualquer assunto relacionado à organização, desde casamento de membros a punições, era discutido pelo Conselho e quando o Conselheiro chefe, depois de ponderar as posições, julgava o mais acertado e apresentava ao Don a decisão do Conselho. O Don tinha o poder de acatar fielmente a decisão ou mudar certos termos, ou até mesmo não aceitar a decisão.
Quando Jhosh alcançou a idade de 24 anos, Enrico se afastou e o nomeou novo Don. Foi muito bem aceito pela organização. Era ainda mais rígido em alguns aspectos que o pai. Mas também era justo.
A única regra que Jhosh tentou mudar desde que assumira era a bendita regra do casamento. Mas o Conselho, junto com o pai, que mesmo afastado, ainda era considerado chefe, não deu permissão. Ele sabia que se quisesse ser o Don teria que se casar.
A relutância em se casar se devia à outra regra. Não era permitido adultério. E ele não estava totalmente convencido que seria capaz de suportar um relacionamento sério com a mesma mulher. O divórcio não era aceito. A organização seguia fielmente a doutrina da Igreja Católica.
Jhosh sorriu ironicamente. Os mafiosos podiam matar, torturar. Só não podiam dar uma pulada de cerca. A traição era tratada com a morte.
Ele suspirou e sentou-se na cadeira. Tomara que o pai tivesse pelo menos arrumado uma mulher interessante.
Resolveu as pendências urgentes. Assinou papéis que autorizava a entrada de três carretas no galpão. As negociações do dia eram basicamente cargas valiosas de drogas, que seriam vendidas para países da América do Sul e México.
Ao fim do dia, Jhosh estava exausto e resolveu tomar um drinque no bar predileto. Por um momento pensou em chamar Lis, mas desistiu, mesmo sabendo que um sexo selvagem aliviaria o seu stress. Ela se mostrara pegajosa e ele estava muito impaciente.
Foi para a casa dos pais, num condomínio elegante em Chelsea, onde ele também tinha a sua cobertura. Sabia que poderia esperar até o dia seguinte, mas não queria adiar a conversa com o pai.
Eles estavam jantando e Jhosh aproveitou para se deliciar com a comida de Henrieta.
- Achei que não viria mais. Muitos problemas na organização?
- Não. Apenas muita burocracia para tentar legalidade. Eu não viria mesmo. Mas estava com saudades da comida de Henrieta.
- Ah, meu menino!- Ela fala emocionada- obrigada. Você precisa comer mais. Está muito magro.
- Concordo com a Henrieta, meu filho. Está se alimentando direito?
- Estou mamãe. O que vocês estão vendo não é magreza. É um belo exemplar de músculos.
- Convencido hein?
- Aprendi com o melhor, não é papai? Onde está a minha pequena?
- Elisa está um pouco resfriada. Tomou uma sopa e já dormiu.
- Ela está bem?
- Está sim. Ela é forte. Amanhã mesmo estará ótima.
Depois do jantar, foram tomar um licor.
- Então, papai. Que história é essa de já ter uma noiva para mim?
- Temos que conversar hoje mesmo?
- Sim senhor. Nos combinamos que eu faria parte na escolha da noiva.
- Eu disse isso a Enrico, meu filho. O mais apropriado é fazer como um concurso. Onde você escolhe a vencedora.
- E o prêmio da vencedora sou eu- ele diz divertido com a ideia da mãe- ah dona Maya, a senhora não existe.
- Meu filho, ouça bem. Eu sei que tivemos essa conversa. E não fujo aos meus combinados. No entanto, com tantas coisas acontecendo, eu havia me esquecido de um detalhe.
- Que detalhe?
- Quando o seu avô era o Don, eu assim como você fui criado para herdar a organização. E na época, o Conselheiro chefe era muito amigo do meu pai e para a minha sorte, tinha um filho na mesma idade. Crescemos juntos, como irmãos, o que me alegrava muito, pois sendo filho único, muitas vezes me sentia só. Crescemos juntos. Eu segui os passos do seu avô e ele do pai. Foi para o conselho. A nossa amizade se fortaleceu. Infelizmente, o pai dele teve um infarto fulminante. Olivier assumiu o lugar dele. Na mesma época que eu me casei, Mike também se casou. Ele era muito feliz com a esposa. E Maya e Esther ficaram grávidas juntas. Mas Esther teve um aborto espontâneo e complicações a tornaram estéril. O que amenizou a dor de Mike era que iria ter uma sobrinha. Mas MiKe começou a desconfiar do casamento da sua irmã gêmea. Quando ela foi dada em casamento, ele foi contra, mas quem decidia, era o pai. Mike nunca gostou do cunhado, muito menos quando ele decidiu morar mais afastado. Restringia as visitas. Um dia, quando Mike foi visitar a irmã, ela estava toda machucada, mesmo grávida. Ele relatou para o pai, mas o cunhado disse que foi um acidente. Para tristeza de Mike, o bebê nasceu morto. Mike gastou uma fortuna para provar que não foi acidente. E a situação piorou. Ele conseguiu provar as surras que a irmã levava, e a pior causou a morte do bebê. Mas o cunhado reverteu a situação e mostrou provas que foi tomado pela fúria ao saber que o bebê não era seu. Que a esposa o traíra. Ele sabia que deveria apresentar as provas para o Conselho e ela seria punida pela organização. Mas se adiantou e a matou, sabendo que traição era punida com a morte. No entanto, meses depois, o seu avô descobriu a verdade. A irmã de Mike era inocente. E o Conselho matou o infeliz.
- Sinto muito pela vida trágica do seu amigo papai. Mas como entra a parte da noiva?
- Acontece que o bebê não morreu. E era uma menina.
...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...
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Atualizado até capítulo 24
Comments
Erlete Rodrigues
vai ser a menina do orfanato
2025-08-03
0
Marilena Yuriko Nishiyama
casamento arranjado AFF 🙄🙄
2025-06-13
0