Anne
Meus dedos tremiam.
A caneta escorregou da minha mão pela terceira vez em menos de uma hora, e o relatório de desempenho que eu deveria revisar estava intacto. As letras dançavam diante dos meus olhos, e tudo o que eu conseguia ver era ele.
Logan Gray.
Pecado.
O CEO.
O stripper.
O homem que me jogou contra a parede e me marcou com palavras como se tivesse deixado um hematoma invisível no meio das minhas pernas.
Desde o dia em que o vi naquele palco, nada mais fazia sentido. Nem a lógica. Nem minha promessa. Muito menos meu corpo. Principalmente meu corpo.
Cada vez que ele passava por mim no escritório, e Deus do céu, por que ele andava tanto agora? Eu sentia aquele calor subir pelas minhas coxas. O cheiro dele me assombrava. As palavras dele se repetiam como um feitiço.
— “Você me pertence, Anne Hall.”
Fechei os olhos por um segundo. Um erro.
A lembrança veio como uma onda quente: a mão dele na minha cintura. O quadril roçando no meu. A voz grave no meu ouvido.
Arfei.
Levantei de repente, determinada a sair da minha sala. Respirar. Fugir. Me esconder num banheiro, talvez, ou num convento. Mas dei de cara com o próprio pecado. Literalmente.
— Vai a algum lugar, senhorita Hall? — ele perguntou, a voz baixa, a gravata frouxa, as mangas da camisa dobradas. Um Logan descomposto era ainda mais perigoso.
— Eu… precisava de café. — respondi, desviando o olhar. Mentira. Eu precisava de um exorcismo.
Ele deu um passo.
— A sala de reuniões está vazia. Traga os relatórios e venha. — ordenou.
— Eu… claro.
Corri de volta, peguei as pastas com as mãos suadas e me direcionei para a maldita sala onde, dias atrás, ele me encurralou com palavras que ainda me deixavam molhada.
Entrei e fechei a porta. Ele já estava à cabeceira da mesa, como se fosse o dono do mundo. E era.
— Sente-se aqui. — disse, apontando para a cadeira ao lado da dele.
Não à frente. Não em frente. Ao lado.
Mordi o lábio, mas obedeci.
A proximidade era absurda. O perfume dele invadiu meus sentidos. Sentei com o máximo de rigidez possível, tentando parecer profissional, mas meu coração batia como um alarme prestes a explodir.
— Vamos revisar isso juntos. — ele disse, puxando a pasta da minha mão, seus dedos roçando nos meus.
Um toque. Tão simples. Tão devastador.
Engoli em seco, tentando focar nas palavras.
— Aqui está a análise de fluxo… — comecei, mas parei ao sentir algo.
O joelho dele encostou no meu. Só isso. Mas meu corpo inteiro acendeu. Não me afastei. Ele também não.
O calor subiu pelas minhas pernas, invadiu meu ventre, arrepiou minha nuca.
— Está com calor, Anne? — ele perguntou, sem me olhar.
— O ar-condicionado deve estar fraco. — respondi, com a voz fina.
Ele virou o rosto em minha direção. Os olhos estavam… mortais. Como se soubessem exatamente o que estavam fazendo comigo.
— Está com medo de mim?
— Não. — menti.
Ele inclinou a cabeça, os lábios se curvando num meio sorriso que gritava desafio.
— Então, por que está com as pernas apertadas e as bochechas vermelhas?
Tive que virar o rosto. Odiava que ele fosse tão bom em me ler.
Ele virou um pouco a cadeira, ficando mais de frente pra mim.
— Sabe qual é o problema de querer controlar tudo, Anne? — sussurrou — Uma hora, o corpo toma as rédeas. E o seu corpo está gritando por mim.
— Não está. — retruquei, fraca.
— Está. E se eu passar a mão por essa sua coxa agora… — ele aproximou o rosto — … você vai tremer.
Fechei os olhos. E tremi. Maldito. Ele se aproximou mais. Devagar. Como se saboreasse cada segundo da minha resistência se desfazendo.
O joelho dele pressionava o meu com mais firmeza agora, e o calor irradiava por toda a lateral do meu corpo. O cheiro amadeirado misturado com algo único, aquele perfume dele, estava me enlouquecendo.
— Relaxa, Anne. — ele sussurrou — Você não está na frente de um Ceo agora. Está diante de um homem que quer te fazer esquecer todas as regras idiotas que você segue.
Meu coração disparou. Minhas mãos se agarraram aos braços da cadeira como se aquilo pudesse me salvar de mim mesma.
Ele ergueu uma das mãos e, sem pedir permissão, roçou as costas dos dedos pela minha coxa, de forma lenta, subindo até onde a saia começava a levantar com minha respiração alterada.
— Você está tremendo. — ele disse, com a voz carregada de satisfação.
Tentei responder. Mas quando ele apertou a parte interna da minha coxa, a única coisa que consegui fazer foi ofegar.
— Você tem ideia do que eu quero fazer com você agora?
— Não… — minha voz saiu falha.
Ele se inclinou até que sua boca roçasse meu ouvido, seus dedos ainda perigosamente próximos da minha calcinha, que já estava encharcada.
— Quero te colocar de bruços nessa mesa… e te mostrar, lentamente, como um homem de verdade toca uma mulher de verdade. — sussurrou.
Gemi. Baixo, vergonhoso… mas ele ouviu.
Senti seu sorriso contra a minha pele.
— Aposto que sua calcinha está molhada, Anne. E você nem sabe o quanto quer que eu descubra isso com a língua.
Meu corpo todo se incendiou. Estava respirando com dificuldade, apertando as coxas uma contra a outra como se isso pudesse conter o vulcão que explodia entre elas.
A mão dele subiu mais um centímetro. Um único centímetro… E então, a porta se abriu.
— Senhor Gray, desculpe. — disse Verônica, a secretária, entrando com uma prancheta — Mas o investidor do Catar está na linha, disse que é urgente…
Logan se afastou sem se abalar. Como se não tivesse quase me tocado de verdade. Como se o fogo que ele provocava não estivesse explodindo no meu corpo.
— Diga que retornarei em cinco minutos. — ele disse, frio e calmo.
Verônica assentiu e saiu. E eu continuei ali… paralisada. Com a calcinha colada no sexo e a alma em pedaços.
— Viu, Anne? — Logan se virou para mim com aquele maldito olhar de quem comanda tudo — Isso é só o começo. Só um toque… e você já está derretendo.
Me levantei de súbito, sem coragem de encará-lo.
— Isso não vai se repetir. — murmurei, desorientada.
— Vai. — ele respondeu, com a certeza de quem já venceu — Porque você quer. E eu nunca deixo uma mulher como você escapar.
Meus olhos encontraram os dele. E por um segundo, houve silêncio.
Mas naquele silêncio… meu corpo já tinha respondido por mim. Saí da sala como quem foge de um incêndio.
Mas era tarde. Porque o fogo já tinha se alastrado por dentro de mim. E o incendiário… tinha nome.
Logan Gray.
Ou, como ele mesmo me ensinou a chamar:
Pecado.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
vilma assis
Logan está ganhando na sedução e Anne não está aguentando mais atenção do pecado 😋😋😋
2025-06-07
1
Leda
KKK. Estou me divertindo com esse jogo de sedução. Anne está em um beco sem saída e o pecado está no final.
2025-06-26
0
Graça Oliveira
Eita que o Logan é demais !!! Ela está louca pra ser tocada por ele.
2025-06-11
1