Anne
O som dos meus saltos ecoava pelos corredores da Pulse Technologies como tiros em câmera lenta. Cada passo era uma tortura, não só pelo silêncio constrangedor que vinha desde a recepção, mas principalmente pela memória recente que queimava sob minha pele.
Logan Gray.
Meu chefe.
O homem frio, impecável, controlador… era Pecado.
Parei diante da porta espelhada da sala de reuniões, tentando parecer normal. A cabeça ainda girava. Dormi mal, sonhei demais. A cena dele me empurrando contra a parede, murmurando que eu era dele, ainda se repetia atrás das pálpebras. E o pior? Eu acordava molhada.
Abri a porta. A sala de reuniões estava vazia, ainda. Suspirei, agradecendo aos céus pelo pequeno intervalo de sanidade. Meus dedos estavam tremendo enquanto organizava os papéis da reunião da manhã. Meu coração disparava a cada som do elevador.
— Bom dia, senhorita Hall. — a voz veio por trás de mim, grave, arrastada. Familiar demais. Ardente demais.
Virei devagar.
Lá estava ele.
O Ceo.
Terno escuro, cabelo perfeitamente bagunçado, aquele olhar impassível. Mas agora, eu via o fogo por trás da fachada. Eu sabia o que havia debaixo daquela camisa social. As tatuagens. A pele quente. A boca suja.
— Senhor Gray. — minha voz saiu mais rouca do que eu queria.
Ele caminhou até a cadeira da cabeceira como se fosse dono do mundo. E era. Seus olhos pararam em mim, demorando um segundo a mais do que o necessário. Um canto de sua boca se ergueu, quase imperceptível. Mas eu vi.
Ele sabia o que estava fazendo comigo.
— Dormiu bem? — ele perguntou, ajustando os punhos da camisa.
— Perfeitamente. — menti — E o senhor?
— Sonhei com você. — disse baixo, como se fosse um comentário casual.
Meus joelhos fraquejaram. Fingi não ouvir.
— A pauta de hoje inclui o lançamento do novo aplicativo e a auditoria dos investidores de Dubai. — gaguejei, apontando para os documentos.
— Claro. — ele pegou os papéis, mas os olhos ainda estavam em mim — Você está diferente hoje, Anne.
— Diferente?
— Mais... desperta.
Não respondi. Tinha medo do que sairia da minha boca. Um “vá se danar” ou um “me beija agora”? Porque meu corpo oscilava entre os dois.
Ele se inclinou para frente, os cotovelos sobre a mesa, e disse:
— Gosto de ver esse fogo em você. Deixa tudo mais... interessante.
— Isso é assédio, senhor Gray. — disparei, tentando manter a sanidade.
Ele riu. Uma risada baixa, deliciosa.
— Não quando é recíproco.
A porta se abriu de repente, trazendo os outros diretores. A tensão evaporou como perfume caro. Logan virou o Ceo de novo. Frio. Calmo. Inatingível.
Mas eu sabia. Abaixo da máscara, o stripper ainda me olhava.
O resto da reunião foi um borrão. Eu mal conseguia me concentrar. A cada vez que ele passava os dedos pelo cabelo, lembrava das mãos dele tocando meu quadril. A cada vez que ele falava "análise", meu cérebro escutava “domine”.
Quando todos foram embora, ele se levantou devagar e caminhou até minha cadeira. A poucos centímetros de distância, abaixou-se, como se fosse me passar alguma instrução.
— Preciso de você na minha sala, agora. — sussurrou ao pé do meu ouvido.
Minha pele se arrepiou até o último fio de cabelo. Assenti com a cabeça, muda. Ele virou as costas e saiu, sem esperar. Sabia que eu iria.
Como se eu fosse dele.
Como se ele já tivesse vencido.
E o pior? Parte de mim queria que tivesse.
Peguei meus papéis e segui até o andar de cima. A segunda assistente dele sorriu, sem saber do caos que vivia dentro de mim. Bati à porta.
— Entre. — disse a voz que me atormentava há horas.
Abri. Entrei.
Logan estava de pé, junto à parede de vidro que dava vista para a cidade. A luz do fim da manhã recortava seu corpo como uma obra de arte viva. Ele se virou, devagar.
— Feche a porta, Anne.
Fechei.
— Tranque.
Tranquei.
Meus olhos se fixaram nos dele. Estavam mais escuros agora. Como se o Ceo tivesse ido embora, e só o Pecado restasse ali.
— Agora, me diga... — ele se aproximou, parando a um sopro do meu corpo — Vai continuar fugindo de mim? Ou vai aceitar o que a gente sente?
Eu não tinha resposta.
Só o coração batendo alto.
E a calcinha, outra vez, molhada.
O ar da sala parecia mais denso. Quente. E não era por causa do sol que atravessava os vidros.
Era ele.
Logan Gray.
Ou melhor… Pecado.
Meu chefe.
Meu desejo.
Meu limite.
Ele deu um passo. Depois outro. Parou tão perto que seu perfume me envolveu por completo. Um cheiro amadeirado, masculino, perigoso.
— Sabe o que me irrita? — ele disse, a voz baixa como um trovão prestes a cair.
— Sua arrogância? — rebati, num sussurro quase corajoso.
Ele sorriu com a boca, mas não com os olhos.
— Isso também. Mas o que me irrita de verdade… é você fingir que nada mudou entre nós.
— Eu não estou fingindo. — menti, pela milésima vez em vinte e quatro horas.
Logan inclinou a cabeça, como se me estudasse. Seus olhos baixaram para minha boca. Depois para meu pescoço. Quando voltaram aos meus olhos, estavam escuros. Famintos.
— Você sonhou comigo, Anne?
Engoli em seco.
— Isso não é apropriado, senhor Gray.
— E você acha que eu sou apropriado? — ele chegou mais perto, até que sua respiração roçasse meu rosto — Eu sou a maldita tentação em carne e osso. E você está se queimando por dentro tentando negar isso.
Fechei os olhos, tentando resistir.
Mas a voz dele me envolvia. Me derretia. Me desarmava.
— Me diz que não pensa em mim quando fecha os olhos à noite. Que não toca entre as pernas imaginando minha boca na sua. — ele parou, o rosto tão perto que eu podia sentir o calor — Me diz, Anne. Mente pra mim.
Meu corpo inteiro reagia a cada palavra dele. Meu coração batia como um tambor. Minha respiração estava entrecortada, e meu sexo pulsava com umidade vergonhosa.
Mas eu ainda tinha um fiapo de dignidade. Um restinho.
— Eu não sou como as mulheres que sobem naquele palco. Eu não sou parte do seu jogo.
Ele aproximou a boca do meu ouvido.
— Você tem razão. — sussurrou — Você é a única mulher que eu não consigo controlar.
A frase me pegou de jeito. Era verdadeira. Era confissão. Era tudo que ele nunca tinha dito no escritório, mas que agora explodia na minha frente.
Minhas mãos tremiam.
— Logan…
— Sim? — ele encostou o nariz no meu pescoço, aspirando meu cheiro.
— Se você me tocar agora… eu não respondo por mim.
Ele riu baixinho.
— Ótimo. Porque eu quero que você perca o controle.
Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, ele encostou uma das mãos na parede, prendendo meu corpo entre o vidro e o dele. A outra foi para minha cintura, apertando com firmeza. Seu quadril roçou no meu, e eu gemi baixinho, envergonhada pela reação.
— A sua indecisão… — ele começou, com os lábios perigosamente perto dos meus — … eu vou te fazer esquecer. Com cada toque, cada beijo. Até que você implore por mim. De joelhos, se for preciso.
— Eu odeio você. — falei com a boca colada na dele.
— Ótimo. — ele sorriu — Ódio é o outro lado do desejo. E eu sou bom em provocar os dois.
Ele quase me beijou.
Quase.
Sua boca roçou na minha, mas ele se afastou no último segundo. Como um demônio que sabia exatamente como torturar a alma de alguém.
— Isso é só o começo, Anne. — disse, com aquele maldito sorriso arrogante — Vai continuar fugindo… até que esteja implorando pra que eu te faça minha.
Ele soltou minha cintura devagar, os dedos deslizando como uma promessa indecente. Ele destranca a porta.
— Pode voltar pra sua sala. Agora. Antes que eu tranque essa porta e mostre o que um Ceo realmente sabe fazer com a própria assistente.
Meu corpo inteiro gritava para ficar.
Mas minha cabeça dizia que correr era o mais seguro.
Saí da sala sem olhar pra trás. Meus joelhos ameaçaram ceder no caminho, e eu precisei respirar fundo várias vezes antes de alcançar minha mesa. Sentei, tremendo, com o coração explodindo no peito.
Alyssa passou por mim e sussurrou, com uma sobrancelha arqueada:
— Tá pálida… ou apaixonada.
Eu ri.
Mas era verdade.
Talvez eu estivesse os dois.
Ou talvez eu estivesse apenas fodida.
Porque agora eu conhecia o outro lado do meu chefe.
E o nome dele era Pecado.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
vilma assis
com essa tentação só falta um pouquinho pra Anne perder o juízo a calcinha e a virgindade 😂😂😂😂😂
2025-06-06
1
Tatiani Monteiro
Nossa que capítulo foi esse agora quero vê se ela vai conseguir fugir por muito tempo kkk
2025-06-05
1
Amélia Rabelo
aí minha nossa senhora das calcinhas molhada kkkkkkkkkkkk
2025-06-05
2