O despertador tocou às 6h30 da manhã com uma música suave de piano.
Noah já estava acordado sentado na beira da cama olhando para o chão como se estivesse voltando de um sonho.
Talvez de certa forma estivesse mesmo.
Ele se levantou com um suspiro passou a mão pelos cabelos desgrenhados e foi até o closet.
As portas se abriram automaticamente revelando fileiras de roupas de marca perfeitamente organizadas.
Camisas sociais alinhadas tênis caríssimos por cor e tipo e até perfumes raros organizados por intensidade.
Mas Noah não era exibido.
Nunca foi escolheu uma camiseta preta justa uma jaqueta de couro leve e uma calça jeans escura. Estilo casual mas com classe.
Passou perfume com um toque de lavanda amadeirada colocou um colar discreto no pescoço e prendeu o cabelo parcialmente para trás com um elástico preto.
Ele olhou seu reflexo no espelho. Bonito.
Mas os olhos carregavam algo diferente desde que tirou o óculos ultrarrealista na noite anterior. Como se soubesse demais… sobre sentimentos que viveu sobre dores que nem aconteceram ali.
Noah Valente
(É estranho como o corpo está aqui mas tem uma parte de mim que ainda não voltou completamente)
Desceu as escadas de sua casa moderna e sofisticada.
A cozinha já estava sendo organizada por empregados e o motorista o aguardava na entrada com o carro importado pronto.
Mas Noah educado como sempre preparou o próprio café rápido pão na chapa um suco de frutas vermelhas e algumas castanhas.
Motorista: Sérgio
Senhor Noah o colégio está a quinze minutos informou o motorista.
Noah Valente
Obrigado Sérgio. Podemos ir.
O colégio era um dos melhores do país. Frequentado por filhos de empresários políticos e celebridades.
Noah era conhecido por ser o garoto estranho que não é estranho.
Tinha uma inteligência afiada gabaritava quase todas as provas mas não se envolvia com clubes nerds nem com os populares.
Era uma presença constante mas misteriosa.
A maioria das pessoas só sabia três coisas sobre ele era muito rico muito inteligente e muito bonito.
Ao chegar todos o notaram como sempre.
Mas ele caminhava em silêncio os fones de ouvido colocados ouvindo música instrumental.
Ele entrou na sala e sentou na fileira do meio.
Nem no fundo nem na frente.
Um ponto estratégico como ele sempre fazia
A professora entrou e começou a aula de Literatura.
Mas Noah estava distraído olhando para fora da janela.
O mundo real era bonito… mas será que era suficiente?
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