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Sua presença online quase não existia.

O artigo inteiro estava em italiano, e eu não era fluente. Eu só sabia as palavras importantes.

Apertei os lábios e torci para que tudo desse certo enquanto apertava o botão "Traduzir" na parte inferior da tela. O nome dele só apareceu no final. Ele tinha recebido uma frase inteira.

Alessandro Russo, de 26 anos, da Sicília — supostamente ligado à Máfia Sicília — foi libertado da prisão após cumprir apenas treze meses de sua sentença de 56 meses por tráfico de drogas.

O artigo tinha mais de dois anos, mas isso não importava. Eu tinha informações podres sobre o homem e pretendia descobrir mais.

...CLARA...

Cheguei exatamente vinte e cinco minutos adiantada ao endereço, só para irritar o Alessandro. Ele ia se arrepender de ter me mandado ficar longe dos negócios da minha família. Ninguém ousara falar comigo daquele jeito, e eu odiava a facilidade com que ele fez isso.

Alessandro era rude, até arrogante. Ele provavelmente pensava que eu seria um inútil, mas eu provaria que ele, o papai e todos os outros homens estavam errados. Isso correria tão bem quanto o resto dos negócios do papai.

Ainda não havia ninguém no cais, então tive tempo de repassar o plano mentalmente. Abri a bolsa e tirei minha pequena — uma 9 mm — com minhas iniciais gravadas na alça. Papai tinha me dado de presente de aniversário de quinze anos.

A arma estava carregada, com todos os dezessete cartuchos prontos para disparar, caso alguém que não estivesse envolvido no negócio decidisse aparecer. Papai tinha dito que gangues tentariam levar algumas das remessas quando estivessem sendo transportadas.

Depois de guardar a arma na bolsa, apliquei mais uma camada de batom vermelho e desabotoei os dois primeiros botões da minha camisa bege de seda Misha Nonoo. Quem disse que uma mulher precisa se vestir de forma conservadora para chamar a atenção de um homem respeitado obviamente não conhecia o poder de lábios vermelhos e uma 9mm.

Quando deu duas e cinquenta, o estacionamento ainda estava vazio. Suspirei, apoiando a cabeça no banco e agarrei o volante. Se o Alessandro não aparecesse, eu faria isso sozinha. Não faria besteira como ele esperava.

Papai estava me dando uma chance, e ele já não acreditava em mim.

3:00 da manhã

3h01 da manhã

3h14 da manhã

Vazio.

Apertei a mão no volante. Aquele trovão provavelmente tinha me dado o endereço errado para que eu não aparecesse, me fazendo passar por mau. Aí, ele poderia me dedurar para o papai.

Nas três horas seguintes, corri para todos os cais de Nova York. Meus pneus cantavam em cada esquina. Mandei mensagem para o Alessandro. Mandei mensagem para todos os caras que eu conhecia que estariam no cais naquela manhã. Até pensei em mandar mensagem para o papai, mas não queria que ele pensasse que eu não tinha tudo sob controle.

Todo mundo parecia querer me ferrar hoje.

O céu cobalto desbotou para um azul-claro sobre alguns dos prédios no horizonte. Em menos de uma hora, raios de luz começariam a abrir caminho entre os arranha-céus, e eu não tinha feito nada. Absolutamente nada.

Eu verifiquei todas as docas, exceto uma.

Rua 79 Oeste.

Os carros saíam, um por um, por diferentes saídas. Um caminhão de carga passou por mim enquanto eu entrava em alta velocidade no estacionamento. Um dos homens do papai estava sentado no banco do motorista. Ele teve a audácia de acenar para mim.

Pisei fundo no acelerador. Alessandro ia se arrepender!

Ele estava caminhando em direção ao carro com o celular encostado no ouvido. Pisei no freio bruscamente, quase levando uma chicotada, e saltei do meu Benz.

"Passo aí mais tarde", disse ele, olhando para mim. Desligou o telefone e o guardou no bolso. "Reginetta." Um sorriso irônico se formou em seus lábios. "Finalmente decidi aparecer."

Encostei as mãos no peito dele. "Seu stronzo! Tive que dar uma volta por Nova York inteira porque você me deu o endereço errado."

Ele riu baixinho. "Eu não fiz nada disso."

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