Silêncio na mesa

-Silêncios à mesa A lâmpada pendurada sobre a mesa lançava uma luz fraca e amarelada, oscilando ligeiramente com o vento frio que passava pelas frestas da velha casa. O cheiro de comida recém-feita pairava no ar, mas ninguém parecia muito interessado em comer. Lishua empurrava o arroz pelo prato com o garfo, o olhar perdido na janela embaçada, onde a noite se estendia espessa, como uma cortina viva.
Levi (pai do Lishua)
Levi (pai do Lishua)
Não vai comer? — perguntou o pai, com aquela voz grave que parecia sempre esconder uma crítica.
Lishua deu de ombros, sem encarar o homem.
Lishua
Lishua
Não estou com muita fome…
O pai soltou um suspiro pesado, largando os talheres com força suficiente para ecoar pela cozinha silenciosa.
Mateus (irmão do Lishua)
Mateus (irmão do Lishua)
De novo? Desde que começamos o ano, você está assim… estranho.
O irmão mais velho, Mateus, limitou-se a erguer os olhos do prato, lançando um olhar indiferente, e voltou a mastigar em silêncio.
Lishua apertou o garfo com força, as unhas cravando o metal. Ele não queria falar… como poderia explicar o que nem ele entendia?
Como poderia dizer que passara o dia inteiro com o coração acelerado, a cabeça cheia da imagem de um homem pálido, de olhos ocultos, cuja presença parecia atravessar sua pele, seu peito, sua alma? O pai limpou a boca com o guardanapo, inclinando-se sobre a mesa, a expressão endurecida pelo cansaço e pela frustração
Levi (pai do Lishua)
Levi (pai do Lishua)
O que está acontecendo com você, Lishua? É… algum problema na escola?
Lishua respirou fundo, forçando um sorriso, sem olhar para ele:
Lishua
Lishua
Nada, pai. Só estou… cansado.
O homem o analisou por um longo segundo, como se soubesse que era mentira, mas acabou se recostando na cadeira, exalando a mesma distância de sempre.
Levi (pai do Lishua)
Levi (pai do Lishua)
Você sempre foi diferente… — murmurou, quase como se falasse para si mesmo.
O comentário ficou pairando no ar, frio e denso como a noite lá fora. Lishua apertou ainda mais o garfo, sentindo que o metal poderia entortar a qualquer momento. Levantou-se, sem terminar a comida.
Lishua
Lishua
Não estou com fome… vou pro quarto.
Sem esperar resposta, atravessou a cozinha, sentindo o olhar do pai cravado em suas costas, misto de preocupação e incompreensão. Ao subir os degraus rangentes da escada, Lishua parou por um segundo diante da janela do corredor. Lá fora, além das luzes da rua, apenas a floresta silenciosa, escura e inalcançável… E mesmo sem vê-lo, Lishua sentiu, de algum modo estranho e inexplicável, que ele estava lá. Em algum lugar, naquela noite fria… Yoon.

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