Sabrina
Acordo na cama da Vivian. O sol entra pelas frestas da cortina do loft. Me levantei em silêncio, ainda com o corpo marcado pela noite anterior. Vou até o banheiro, lavo o rosto e tento domar o cabelo desgrenhado. Me visto depressa, mas quando estou prestes a sair, escuto sua voz rouca atrás de mim.
— Ei... vai embora sem se despedir?
Viro o rosto, sem saber se rio ou reviro os olhos.
— Não precisa fingir que lembra o meu nome.
Saio antes que ela possa responder. Corro até o ponto de ônibus, o ar frio da manhã me fazendo lembrar que tenho um estágio me esperando — e que estou absurdamente atrasada. Chego em casa na ponta dos pés e vou direto pro banho. A água gelada me desperta de vez, mas também me irrita. Não posso pagar um táxi todo dia. Odeio depender do ônibus. Odeio ainda mais não ter tempo de respirar.
A semana passa no automático: estágio, faculdade, estudos. Um ciclo repetitivo e cansativo que só não me enlouquece por completo porque existe uma pequena fagulha dentro de mim que ainda sonha em continuar naquela cidade. Que ainda quer alguma coisa além da sobrevivência.
No sábado, Marília bate na porta do meu quarto:
— Ei, hoje vamos num bar que só fecha quando o sol nasce. Fica meio longe, mas a gente vai de carro. Bora?
Minha primeira vontade é recusar. Mas a segunda... é lembrar que eu preciso me distrair — mesmo que o saldo bancário diga o contrário.
— Aceito. — Sorrio, pegando o celular.
— Saímos às vinte e duas. — Ela responde, animada.
Chegamos no bar por volta das onze da noite. Está cheio, vibrante, com aquele tipo de energia que só os lugares decadentes e cheios de promessas carregam. Converso com Tâmara e Marília, tento puxar assunto com alguns desconhecidos, mas nenhum deles me interessa de verdade. Meu corpo quer, mas minha cabeça não colabora.
Já passa da uma da manhã quando uma banda começa a tocar um cover de Joan Jett. É nesse instante que a vejo.
Vivian.
Parada no meio da multidão, com uma garrafa de cerveja na mão, sorriso de canto, olhar de quem sabe exatamente o estrago que pode causar. Ela me vê, ergue a bebida em um brinde silencioso. Eu sorrio de volta, sentindo meu estômago virar com o impacto da presença dela.
Ela se aproxima. O barulho nos engole, mas ela sussurra perto do meu ouvido:
— Eu lembro do seu nome, Sabrina.
— Foi tão inesquecível assim, que mesmo depois de cinco dias você não esqueceu?
Ela ri. Uma risada gostosa, sem pressa.
— Acho que quem não esqueceu foi você.
— You don’t own me( Você Não Me Possui) — respondo com um sorriso desafiador.
Ela se aproxima ainda mais. O calor do seu corpo se mistura ao meu. Sinto o cheiro dela — cigarro, perfume amadeirado, noite. Quero o cigarro. Quero o jogo.
— Me dá um cigarro — peço, encarando sua boca.
Ela segura minha mão com firmeza.
— Vamos fumar em outro lugar.
A sigo, como se fosse o destino me puxando pela ponta dos dedos. Paramos em uma área mais isolada. Ela acende o cigarro e me entrega. Nossos olhos não se desgrudam. Puxo a fumaça devagar, tentando manter o controle que já estou perdendo.
Ela sorri e, do nada, tira um bombom de menta do bolso. Me entrega. Coloco na boca, surpresa e curiosa.
— Agora quero meu pagamento pelo cigarro — ela diz.
Dou uma gargalhada.
— Eu não sabia que ele tinha um preço.
— Tem. — Ela se aproxima com calma, como se já soubesse o final daquela dança.
E então, me beija.
Um beijo cheio de fome e promessas. Um beijo que explode entre a fumaça, tem gosto de menta quente, um contraste viciante. A língua dela dança dentro da minha boca, explora, provoca, brinca com a minha. Sua boca suga a minha língua com uma fome que me faz esquecer o ar. Quase perco o fôlego. Quase esqueço quem sou.
Ela se afasta devagar, como quem sabe exatamente o efeito que causou. Me encara com aquele olhar escuro que arde.
— Podemos ir pra minha casa? — pergunta com a voz rouca, carregada de promessas.
Apenas balanço a cabeça, incapaz de dizer não. Seguimos juntas até o estacionamento. Subo na garupa da moto dela, sinto seu corpo colado ao meu, suas mãos firmes controlando a direção enquanto o vento nos engole.
Quando chegamos ao loft, nem precisamos falar. Os corpos sabem. As mãos sabem. As bocas também.
Estamos transando novamente, e eu tento me convencer de que é só mais uma noite. Só mais um sexo casual.
Mas nada nesse toque é simples. Nada nesse desejo é só corpo. Ainda assim, me repito como um mantra silencioso:
“É só mais uma transa, só mais um corpo, só mais uma fuga.”
Mas será?
Ela me empurra levemente contra a porta assim que entramos no loft. Seus lábios colam nos meus outra vez com urgência, e eu correspondo como se estivesse esperando por isso desde o último beijo.
Suas mãos deslizam pela minha cintura, sobem por dentro da minha blusa, tocando minha pele como se quisessem mapear cada arrepio que desperto. Eu gemo baixinho quando seus dedos alcançam meus seios, seus toques são firmes, mas delicados — como se ela soubesse exatamente o que fazer para me deixar entregue.
Vamos nos despindo entre beijos e risos abafados, tropeçando entre as roupas que caem pelo chão. Ela me guia até o sofá, e quando me deito, sinto seu corpo cobrir o meu com uma intensidade que me faz esquecer o mundo.
Sua boca desce pelo meu pescoço, morde de leve meu ombro e lambe cada pedaço de pele exposta. Fecho os olhos, me rendo ao calor que cresce dentro de mim. Suas mãos me exploram com uma segurança que me excita. Ela me toca com desejo e calma, como se tivesse todo o tempo do mundo pra me devorar.
Gemo seu nome. Ela sorri contra minha pele.
Então ela me olha nos olhos enquanto seus dedos deslizam entre minhas pernas, e me toca com precisão, com prazer. Minhas pernas tremem, meus dedos cravam em suas costas e meu corpo inteiro vibra em uma onda quente, pulsante, inevitável.
Gozo com ela dentro de mim, sentindo seu nome preso na minha garganta.
Depois, me aninho no peito dela, ofegante. Ela acende um cigarro e me passa o cigarro como se fôssemos apenas duas garotas rindo da vida. Mas no fundo, algo dentro de mim sabe:
Ela não é só mais uma noite.
...Gostou do fogo entre Sabrina e Vivian? Pois segura esse calor e me ajuda a continuar escrevendo!...
...Curte o capítulo, deixa um comentário contando o que achou (sério, quero saber se você também perdeu o fôlego com esse beijo!)...
...Ah! Clica em “presentear” e, se puder, assiste um videozinho — isso ajuda MUITO essa autora surtada e apaixonada por romance proibido!...
...Até o próximo capítulo... ou próxima transa, quem sabe?...
...Beijos da Gabs Oliver!...
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Maria Andrade
mais um casal lindo se formando ❤️😍
2025-05-30
1
Barbara Coveteiraples
tô adorando ,/Drool/
elas são muito intensas
2025-05-22
0
Luciana Santos
nossa que história maravilhosa
2025-06-05
0