Khalid

As mulheres olham para mim como se eu fosse um demônio oferecendo um bom pacto, porém com consequências. Não estou acostumado a ser recusado, entretanto, estou estranhando esse meu impulso repentino.

Não sou o tipo egoísta ou malvado, mas essa mulher ligou algo dentro de mim que está impossível de desligar. Como uma insanidade temporária. Volto a focar nas duas mulheres.

— Suponho que esse valor é suficiente para que as duas nunca mais precisem trabalhar. Apenas curtir a vida que merecem. — instigo como se estivesse segurando uma garrafa d’água gelada na frente delas em um deserto escaldante.

— M-mas o que vai fazer com ela? — a loira pergunta com um tremor na voz.

— N-não vai matar nossa amiga, vai? — a morena pergunta.

— Ela terá uma vida digna de uma princesa ao meu lado! O tempo de vocês está acabando.

Balanço o drink na frente delas, as mulheres se olham mais uma vez e cochicham algo no ouvido uma da outra, consigo ouvir uma parte:

— Sarah, pensa bem, por um lado ela não vai mais precisar se matar para provar que merece aquele cargo na empresa. — a loira sussurra.

— Eu sei… Mas ela vai nos odiar. Contudo, quando alguém vai nos oferecer um bilhão de dólares novamente? — a morena fala e olha para mim, até que estica a mão e pega a bebida — Voltaremos logo.

A morena fala e segura firme na mão da loira antes de sair de onde estamos. Faço um sinal para que um dos seguranças siga elas, não quero sair daqui sem a mulher que me rejeitou. Caminho até a enorme janela de vidro que mostra o ambiente lá embaixo e meus olhos vão para a mulher que eu desejo.

— Khalid, o que está achando da nossa boate? — Ethan aparece chamando a minha atenção para ele.

— Posso dizer que encontrei alguém bem interessante!

— Mas e a boate, Khalid?

— Tem seu charme! — respondo olhando para a minha mulher misteriosa e ela está bebendo o drink todo sem exitar, um sorriso brinca nos meus lábios.

— Você está falando da boate ou de alguém lá embaixo? Estou confuso. — Ethan franze o cenho ao me questionar.

— Eu acabei de encurtar minha estadia no seu país. Voltarei hoje para Dubai, todavia daremos início logo ao nosso projeto. Quero ver se a Beach Night vai fazer sucesso em Dubai como faz aqui.

Meus olhos voltam para o meu alvo da noite e observo que as duas mulheres estão trazendo para mim o que mais desejo. Olho para Ethan, não quero explicar para ele o que está acontecendo então faço um pedido.

— Quero um pouco de privacidade, poderia me deixar sozinho?

— Oh, claro, sócio! Nos vemos depois.

Ethan sai e dois minutos depois as mulheres entram carregando o que desejo. Elas colocam amarati(minha princesa) no sofá ao meu lado e a morena fala:

— O nome dela é Luna Hernan, tem vinte e cinco anos e é desenvolvedora de jogos virtuais. — ela olha para a amiga e depois para mim — Estou começando a pensar que isso não é certo.

— É uma proposta muito tentadora e… — a frase da loira morre no meio quando me escuta perguntar:

— Qual é a conta bancária de vocês?

Ambas me entregam e quando o celular delas apitou seus olhos se arregalam com o valor que ambas tem agora.

— Obrigado as duas. Agora preciso ir.

Me levanto e pego Luna no colo, seu rosto sereno chama a minha atenção e seus lábios me convidam para um beijo. As duas mulheres se posicionam na minha frente como uma barreira, é até engraçado vê-las assim já que sou bem mais alto.

— O que estão fazendo?

— Não sei se isso é certo! Ela vai acordar nos odiando. — a loira fala.

— Isso não é da minha conta.

— Claro que é. — a morena fala — Você está levando ela contra a vontade com a nossa ajuda.

— E eu suponho que ganhou muito bem pela ajuda. Sou alguém muito poderoso e sei que vocês já perceberam isso, sugiro que saiam da minha frente e não conte sobre isso pra ninguém.

Lanço meu olhar intimidador, elas se entreolham e em seguida abrem passagem. Vejo algumas lágrimas rolarem pelos rostos delas, mas não são sinceras.

Sigo para o carro que me espera com Luna em meus braços. Zayd já deixou tudo pronto pra mim então sigo para o aeroporto onde meu avião me espera. Chegando lá os olhos de Zayd vão para a mulher adormecida em meus braços.

— Senhor, tem certeza que vai fazer isso? — ele pergunta apreensivo — Essa mulher sabe que está sendo levada para fora do país dela?

— Não me faça perguntas! Apenas mantenha tudo do jeito que eu gosto, vou levá-la para o quarto.

Caminho para o pequeno quarto que tem dentro da aeronave feito para que eu descanse em voos muito longos. Deito Luna na cama e se eu dosei bem o calmante ela só vai despertar quando estiver no meu quarto.

Não consigo fechar meus olhos, fico às catorze horas admirando ela que se move uma vez ou outra, mas não desperta completamente. Quando chegamos na mansão depois de tantas horas de voo ouso deitar ao seu lado e dormir um pouco.

Porém não dura muito, ela dá sinais que vai despertar e o dia já amanheceu aqui. Me levanto e sento no sofá que tem encostado na outra parede de frente para os pés da cama.

Luna passa as mãos no rosto algumas vezes até que se pergunta onde está em voz alta, ela também chamou pelas amigas. Sua reação a minha voz foi interessante até que ela se senta mesmo com uma certa dificuldade e pergunta:

— Você? — ela me reconheceu, seu olhar está colado ao meu. Também vejo o espanto e cepticismo.

— Bem vinda a sua nova vida, habibti. (Minha querida)

Abro um enorme sorriso enquanto Luna tenta a todo custo se pôr de pé procurando por algo incansavelmente. Vejo seu rosto se virar para várias direções como se procurasse por algo avidamente.

— Luna… — ela olha para mim cética — Sou Khalid Al-Mansour, e nós teremos longos dias um ao lado do outro para nos conhecer melhor e aceitar nosso novo status.

— Como assim? Que status? Enlouqueceu?

— Talvez! Mas o que importa é que você é minha, habibti.

Ela cai sentada no chão e seus olhos não deixam os meus.

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