O frio da manhã traz o cheiro de lenha queimada e pão recém- assado.
dentro da cabana edric esta ajoelhado diante de uma tina, lavando batatas com as mangas arregacadas. O sol filtra-se pela janela em finos feixes dourados.
lyana
(encostada na soleira da porta)
nunca vi um forasteiro lavar batatas com tanta seriedade.
Edric
nunca vi batatas que parecessem tão determinadas a continuar sujas.
lyana
(sorrindo)
tens mãos de quem nasceu pra empunhar espada... não enxada.
Edric
(olha de relance, com um sorriso breve)
E tu tens olhos de quem nasceu pra enxergar o que outros não veem.
ela o encara por um momento, como se quisesse decifra-lo.
lyana
vó diz que o silêncio das pessoas e mais barulhento que qualquer confissão.
Edric
E o que escutas no meu silêncio?
lyana
medo....tristeza....e um peso que nem o corpo inteiro carrega.
antes que ele possa responder a porta se abre. sir aldred entra com a capa úmida o rosto tenso.
sir Aldred
edric preciso de uma palavra la fora.
...
próximo ao estábulo. O vento sopra mais frio.
sir Aldred
(em voz baixa)
um cavaleiro com estandarte negro foi visto ao sul. esta perguntando por um jovem.... descrevendo-te, mesmo sem usar teu nome.
Edric
então encontraram meu rastro.
sir Aldred
ainda não. mas estão perto demais se descobrirem Brenna.....
Edric
....levarão tudo.
sir Aldred
minha mãe.... Lyana ....
Edric
eu jamais os colocaria em risco, sir aldred. se preciso for partirei.
sir Aldred
não quero que partas. não enquanto posso mantê-los a salvo. mas se o perigo se aproximar,prometes que fugiras - mesmo contra tua vontade.
Edric
prometo..
.....
mais tarde, edric caminha sozinho ate o poço Lyana ja esta ali puxando água com esforço. O balde escorrega e quase cai. edric corre e segura a corda
Edric
(sorrindo)
não posso deixar que perca a água.... ou os braços.
lyana
(resmunga recuperando o fôlego)
estas sempre por perto forasteiro.... estranho como isso pode ser confortável.
Edric
talvez porque eu não me sinta forasteiro... aqui. com você.
ela o encara por um instante surpresa. depois, baixa o olhar.
lyana
fala como alguém que não tem pra onde voltar.
Edric
talvez não tenha mesmo
silêncio...
lyana
vamos. se atrasarmos vó vai por os dois pra dormir no estábulo.
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