Capítulo 5 - Noite de gala

— Me diz que você vai com esse vestido — disse Isabela, de pé na porta do quarto, observando Lívia com admiração. — Porque se você aparecer assim no evento da Azevedo Enterprises, Dante vai surtar.

Lívia se virou diante do espelho. Vestia um elegante vestido preto de cetim com fenda lateral, decote discreto e costas nuas. Era elegante, nada vulgar, mas definitivamente causava impacto.

— Tá demais?

— Tá perfeita. Sexy sem esforço, poderosa. Ele vai engasgar com o champanhe.

Lívia riu, mas sua expressão estava pensativa.

— Não é por ele, Isa. É uma noite importante, e quero representar bem o jurídico. Mas, sim… talvez eu queira ver a reação dele.

— Sabia! — Isabela a abraçou de lado. — Só cuida desse coração, tá?

Lívia sorriu, tocando levemente o colar que usava. A noite prometia.

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O evento da empresa acontecia no salão de um hotel cinco estrelas no centro de Londres. Era uma celebração dos resultados do semestre e um desfile de figurões do mundo corporativo.

Quando Lívia chegou, sentiu olhares se virarem em sua direção. Estava deslumbrante, e ela sabia disso — não por vaidade, mas porque pela primeira vez em muito tempo, se sentia confiante.

Do outro lado do salão, Dante Azevedo estava com um copo de whisky nas mãos e olhos atentos ao redor. Vestia um terno preto impecável, gravata de cetim e o olhar calculado de sempre.

Até que a viu.

Seu corpo reagiu antes mesmo que pudesse controlar: o ar ficou mais rarefeito, os dedos se fecharam ao redor do copo e o coração acelerou levemente — coisa que ele achava que não acontecia mais.

Lívia caminhava com elegância, os olhos encontrando os dele por um breve instante, e naquele olhar havia algo perigoso: consciência. Ela sabia exatamente o que causava nele.

Enzo se aproximou, sorrindo.

— Nossa nova advogada chegou com tudo.

— Cuidado com o que diz — respondeu Dante, sem tirar os olhos dela.

Enzo riu.

— Aconteceu alguma coisa e você não me contou?

— Não aconteceu nada.

— Ainda — disse Enzo, dando um gole no próprio copo.

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Lívia conversava com alguns diretores quando Dante se aproximou. Sua presença era como um campo magnético, e ela sentiu o ar mudar quando ele ficou ao seu lado.

— Senhorita Bernardes — ele disse, com a voz baixa e mais rouca do que o habitual. — Representou muito bem o jurídico hoje.

— Obrigada, senhor Azevedo. — Ela virou-se para ele com um sorriso. — Você também representa bem… o gelo.

Ele sorriu de lado, surpreso com a ousadia.

— Gelo?

— É. Todo mundo se aproxima e recua. Você impõe respeito, mas também intimidação. E tem aquele olhar… gélido.

Dante a encarou por um instante. Depois se aproximou levemente, o suficiente para que só ela ouvisse:

— Talvez você só não tenha me visto derreter ainda.

Lívia sentiu um arrepio subir pela espinha.

— Estou começando a achar que há mais camadas aí do que o mundo vê.

— Talvez.

— E vai me deixar descobrir?

Os olhos dele brilharam com desafio.

— Depende do quanto você está disposta a arriscar.

Antes que ela respondesse, Isabela apareceu, sorrindo.

— Desculpa interromper, mas me perdi do Enzo.

— Ele foi até o terraço — disse Dante, recuando.

Isabela puxou Lívia de leve pelo braço, e as duas se afastaram.

— Amiga… você viu o que acabou de acontecer? A tensão ali dava pra cortar com uma faca!

— Isa… — Lívia sorriu, mas havia algo nos olhos dela. Um brilho, uma centelha de algo novo.

— E você gosta dele — completou Isabela. — Tá na cara. Mas também dá pra ver que ele tá lutando contra isso com todas as forças.

— E se ele não for alguém pra mim?

— Então você descobre com o tempo. Mas se for… vale o risco, não acha?

Lívia não respondeu. Seus olhos voltaram para Dante do outro lado do salão.

Ele a observava de longe.

E no fundo, ela sabia: aquele jogo silencioso estava só começando.

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No terraço, Isabela encontrou Enzo com o paletó jogado sobre o parapeito e a camisa desabotoada no colarinho.

— Fugindo do calor lá dentro?

— Ou da tensão entre seu chefe e sua amiga — disse ele, rindo. — Aquilo tava quase explodindo.

—Você reparou também?

— Até os garçons repararam. — Ele olhou para ela, sorrindo. — E você… é sempre tão espirituosa assim ou só quando está tentando me provocar?

Isabela se aproximou, pegando uma taça de champanhe da bandeja de um garçom.

— Eu nem comecei a provocar ainda.

Os dois sorriram. A conexão começava a se formar — sutil, mas intensa.

A festa foi um sucesso e correu bem.

Vestido de Lívia

Terno de Dante

Vestido de Isabela

Terno de Enzo

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