mansão dos valken.
Hanna Kanzaki.
Que lugar estranho pra morar...
Murmurou, vendo o portão de ferro surgir ao longe quando desceu do táxi que pegou da última estação até lá.
O carro foi embora. E, agora, só havia ela e aquele portão imponente, com o brasão da família Valken gravado no centro.
Ela respirou fundo, apertou o crachá contra o peito e caminhou até a campainha.
Hanna Kanzaki.
Tá tudo bem, Hanna... é só um emprego..
Sussurrou para si mesma. Mas algo, dentro de seu peito, gritava que aquele portão era uma fronteira. E ao cruzá-lo... não haveria volta.
Ao tocar a campainha, Hanna foi surpreendida por um homem de aparência tranquila que abriu a porta com um sorriso caloroso nos lábios.
Kenji.
Olá, senhorita. O que deseja?
Hanna Kanzaki.
Ah, meu nome é Hanna Kanzaki. Fui contratada pelo senhor Leonhardt Valken para trabalhar aqui como empregada doméstica.
Kenji.
Claro, claro. Mas no momento o senhor Leonhardt está em uma reunião. Se desejar, posso avisá-lo assim que ele estiver disponível.
Kenji.
Por favor, entre. Vou lhe mostrar a casa e explicar suas tarefas com calma.
Hanna cruzou o portão lentamente, seguindo os passos do kenji. Ao atravessar a porta principal, foi recebida por um saguão amplo, iluminado por uma clarabóia imponente que deixava a luz natural escorrer pelos degraus da escadaria curva.
As paredes tinham detalhes dourados e quadros antigos que pareciam observar cada visitante. O chão de mármore reluzia, limpo como um espelho, e o silêncio dentro da mansão era tão presente que quase podia ser ouvido.
Kenji.
A Mansão Valken é antiga, mas foi renovada algumas vezes
Comentou o kenji, caminhando calmamente.
Kenji.
Este é o saguão principal. Você vai limpá-lo pela manhã, mas o polimento do piso é feito por uma equipe especializada.
Hanna apenas assentiu, os olhos atentos a cada detalhe. Aquilo era mais do que uma casa. Era quase como um mundo à parte, silencioso... e um pouco sombrio.
Kenji.
Os quartos dos funcionários ficam no segundo andar, ala leste. E a cozinha principal, por onde começaremos seu treinamento, é logo ali.
Ele apontou para um longo corredor à direita.
Hanna Kanzaki.
Tudo bem, e muito obrigada.
Kenji sorri e logo se retira.
Hanna caminhou pelo corredor indicado até chegar à ala dos funcionários. Para sua surpresa, uma das portas já exibia uma pequena plaquinha com seu nome: Hanna Kanzaki.
Com um leve sorriso de surpresa, ela girou a maçaneta e entrou. O quarto era simples, mas acolhedor — uma cama bem arrumada, um armário modesto e uma pequena escrivaninha perto da janela.
Sobre a colcha branca, repousava seu uniforme de trabalho, cuidadosamente dobrado. Hanna deixou sua bolsa ao lado da cama, tirou os sapatos e, sem pressa, começou a se trocar.
Hanna Kanzaki.
Bom, até que não é tão ruim assim.
Hanna soltou uma risadinha baixa enquanto terminava de ajustar o uniforme no corpo. Ainda era difícil acreditar que tudo aquilo estava realmente acontecendo.
Hanna Kanzaki.
Parece cena de filme.
Murmurou, divertida, ajeitando uma mecha rebelde do cabelo.
Assim que terminou de se arrumar, deixou o quarto e seguiu pelo longo corredor até encontrar a cozinha. O ambiente era espaçoso, com balcões de mármore e prateleiras organizadas com precisão quase militar.
Sem esperar instruções, Hanna arregaçou as mangas e se posicionou diante da pia, onde uma pilha de louça a aguardava. Ligou a torneira e começou a trabalhar, concentrando-se nos movimentos ritmados das mãos.
Mesmo ali, no silêncio da cozinha, ela sentia algo... como se estivesse sendo observada.
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