A Primeira Escolha
A música fluía com suavidade, mas cada nota parecia arranhar a pele de Carolina como um sussurro perigoso. Enquanto dançava com Damian, seus corpos se moviam num compasso quase coreografado, como se já tivessem se conhecido em outras vidas. Mas havia algo naquela dança que não era só movimento — era um convite não verbal, uma provocação controlada.
Ela se sentia observada, sensação estranha. E não era imaginação. Os olhos mascarados seguiam seus passos com uma curiosidade quase predatória. Em outro contexto, teria se sentido exposta. Ali, no entanto, era como se a exposição fosse o objetivo.
— Por que me trouxe aqui de verdade? — ela perguntou, os lábios próximos ao ouvido dele, provocante e sensual.
— Porque você está prestes a despertar algo que adormeceu em você. E este lugar... é o início.
— Início de quê?
— De um novo enredo. Mas, desta vez, você não é a autora principal.
Ele sorriu com ironia e a girou com leveza seus cabelos lindos grandes e conduzindo-a até a beira de uma escadaria de madeira escura, ladeada por velas altas acessa e um silêncio reverente. No topo, havia uma porta vermelha entreaberta. Damian apontou com o queixo avisando a.
— Lá em cima você encontrará duas pessoas. Uma te fará perguntas. A outra te mostrará coisas. Você só poderá escolher uma delas. E, dependendo da sua escolha, o rumo da sua noite... e talvez da sua vida, mudará para sempre.
— Isso é um jogo? — perguntou Carolina, sentindo a pulsação acelerar e ofegante.
— É uma escolha. Como todas as que importam.
Sem responder, ela se virou e subiu os degraus, o som do salto ecoando como um aviso bem suave. Ao chegar no topo, empurrou a porta devagar com um rangido ao fundo. A sala era pequena, iluminada por luz âmbar, com dois sofás separados por um biombo de renda negra e detalhes em bordado creme de flores aparente.. De um lado, um homem de terno branco e olhos verdes misteriosos mais tranquilo. Do outro, uma mulher com um vestido carmesim, reclinada como uma escultura viva, sensual, desafiadora e maravilhosa.
A mulher falou primeiro:
— Se você me escolher, verá o que deseja, o que sente falta, o que poderia ter. Mas cuidado... o prazer revela, mas também consome.
O homem, com uma voz serena, disse:
— Se me escolher, enfrentará perguntas. Vai cavar fundo em suas verdades, talvez em suas dores. A resposta traz liberdade, mas exige coragem, muita coragem.
Carolina ficou parada entre os dois, como um pêndulo. Havia algo fascinante em ambos. A mulher evocava tudo que sua pele desejava. O homem, tudo que sua alma parecia querer entender.
Ela fechou os olhos por um instante.
Pensando em tudo que acontecera em sua vida.
Por toda a vida, escrevera sobre escolhas. Criaram personagens que enfrentavam dilemas, paixões, abismos. Mas agora, ela era o enredo.
Respirou fundo e abriu os olhos.
Deu um passo.
Fez sua escolha.
E o mundo ao seu redor começou a mudar.
Linda e maravilhosa, Carolina nunca se abate.
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Atualizado até capítulo 52
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