Camila
Um frio estranho percorreu a minha espinha. Meu pai? O mesmo pai que abandonou uma criança sozinha com desconhecidos? O mesmo que não visitou a filha em coma nem uma vez se quer? Agora ele resolve dar o ar da sua graça? Pois é. Eu acabei abrindo a carta e o conteúdo me deixou ainda mais revoltada.
“ Camila,
Volte imediatamente para casa
Assinado,
Conde de Wilhenforth.”
Só isso? Nenhum “querida filha, que bom que você se recuperou”ou talvez “ Desculpa por te abandonar” Isso não devia ser considerado nem uma carta no máximo uma nota de rodapé.
—Ele sempre foi assim?
perguntei a Matilda, tentando esconder a minha indignação.
—O conde é um homem … reservado.
—Reservado? O homem escreve com a mesma ternura de um recibo de impostos.
Fiquei indignada que tipo de pai manda uma carta tão seca como essa para a sua filha que esteve em coma por um ano? Mas uma parte de mim se animou, talvez por ser o corpo da Camila “verdadeira” ele almejava o minimo de atenção dos pais, em fim pelo menos eu iria para a civilização, onde posso criar vínculos, talvez eu vire a “estrela da sociedade”
_ Cruzes!
Afastei essa ideia, o que eu quero mesmo é viver em paz, passar despercebida, não quero chamar atenção de ninguém e acabar morrendo. Passei a mão em meu pescoço e sorri por ele ainda tá inteiro, mas com a minha ida para a cidade quer dizer que o enredo da história original estava começando.
Matilda e os criados começaram a arrumar as minhas malas, ou melhor, os baús de vestidos, sapatos e chapéus absurdamente volumosos um tanto quanto chamativo para um lugar como aquele, talvez seja por isso que tudo esteja novo espero ter a oportunidade de usar essas coisas em breve ou seria um desperdiço de dinheiro. Bom, o importante já estava comigo o diário de Camila. Aproveite para me despedir de todos e novamente me desculpar querendo ou não essas pessoas criaram a Camila, eles foram a única família que ela conheceu, pelo menos a Matilda iria comigo, bom ela e minha mãe de crianção então faz todo o sentido.
A viagem começou ao amanhecer seguinte. Duas criadas, uma carruagem luxuosa, almofadas de penaS E Cortinas de veludo. AH, O GLAMOUR.
Mas dois dias… em um carruagem… sem wi-fi
_ Eu daria um rim por um podcast
Murmurei, encarando a janela
_ E o outro por um ar-condicionado
Matilda me olhou sem entender o que eu que eu tanto murmurava, a outra empregada nem ligava estava mais absorvida pelas lindas paisagens. Colinas verdes, bosques mágicos e até algumas criaturas esquisitas ao longe ( juro que vi uma cobra com chifres brilhantes) mas a falta do asfalto, de uma buzina bem dada e do cheiro duvidoso do metrô de manhã cedo bateu forte. A noite já estava quase caindo me disseram que a estrada era segura, mas agora nesse percurso da floresta estamos sendo atacados por criaturas monstruosas completamente estranhas, asquerosas para ser precisa. Os cavaleiros que faziam a minha segurança lutavam freneticamente enquanto eu e as criadas nos escondiam atrás de uma árvore, bom as coisas não estavam indo muito bem, os cavaleiros estavam feridos e o monstro cada vez mais vigoroso. Quando de repente o mostro se voltou em nossa direção seu interesse por nós era nítido. Nossa que surpresa, eu sou mesma cagada de sorte, Matilda quando percebeu que o monstro ia nos achar me entregou uma pequena faca.
— Minha senhora corra para bem longe e não olhe para trás.
—Matilda, que história é essa?
— Isso não e hora para ser teimosa, só Fassa o que disse.
Bancando a heróina ela não se importava com a sua própria vida? E como ela achava que eu conseguiria viver sabendo que ela morreu para me salvar? Enquanto a Matilda tentava chamar atenção do monstro, eu peguei pedras e comecei a jogar nele.
Aqui! Sua coisa grande e estúpida.
Aparentemente a burra que não liga para a sua vida sou eu, eu poderia só ter corrido mas não eu tinha que ser corajosa, tudo bem eu não me arrependo eu já estava me entregando quando uma figura grande entrou na minha frente erguendo uma grande espada, vários homens também apareceram e começou uma luta e o monstro foi derrotado.
O homem tinha cabelos compridos, pele levemente bronzeada, porte atlético e tinha uma aura extremamente misteriosa.
De alguma forma o que me espantava mas que o monstro era a névoa estranha que tinha atrás dele, como se algo o perturbasse ou algo do tipo, mas todos estavam vendo o mesmo que eu? Eu estava caída no chão, aquele homem se virou para mim e como uma ratinha assustada ergui a pequena faca em sua direção, eu não sabia quais as suas intenções ele pode ter nos ajudado com o interesses ocultos. Bom o homem sorriu para mim e se agachou e deu um pequeno tapa na minha mão.
—Você devia ter apontado isso para aquela coisa e não para mim.
— Desculpa! E … só.. minha primeira vez vendo …
— Aquele monstro?
Balancei a cabeça confirmando
— Você não deve sair muito pelo visto
— Não!
— Você ta bem?
A sua pergunta pareceu sincera, novamente eu confirmei com a cabeça.
—Ótimo então eu posso seguir viagem. Vamos pessoal. _ Ele gritava para o seu pessoal
Matilda me ajudou a levantar e eu ainda estava zonza pelo que tinha acabado de acontecer, notei também que mesmo o homem tendo saido vitorioso havia um machucado em sua mão, e obvio para agradecer eu de forma imprudente corri e segurei o seu braço.
— Ei!
Ele paralisou, por um instante senti algo quente saindo de mim, talvez troca de energia? Bom, seja como for, o homem me olhava de forma séria, parecia que iria arrancar a minha cabeça.
— Você se machucou.
— Ah! Isso? _ Ele falou com desdenho olhando para a sua mão
— Não é nada que mereça a preocupação da princesa.
Pude sentir uma pitada de sarcasmo saindo em sua voz
— Então isso faz de você um príncipe encantado?
— Am? _ Ele me encarava com o semblante de dúvida, tentando entender as minhas palavras, e eu tentava me manter calma.
Antes de falar qualquer coisa eu rasguei um pedaço da minha anágua, ele virou o rosto quando eu levantei uma pequena parte do meu vestido.
— Nos contos de fadas, quando a princesa está em perigo, sempre aparece um príncipe encantado e a salva.
Eu limpei o pequeno ferimento e com o pano que cortei fiz um curativo.
— E se eu fosse um a princesa e você um príncipe encantado essa história terminaria em um casamento feliz.
— Princesa, você está me propondo casamento?
Eu fiquei corada e logo cai na real talvez eu tenha exagerado na brincadeira.
— Eu.. quer dizer …
Bom, eu bem que queria ter explicado, mas eu acabei desmaiando, esse corpo ainda tá muito fraco.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 70
Comments
Edna César
um gato você quer dizer /Drool//Drool//Drool/
2025-05-31
5
Suelen Alves
ele é bonito.
será que vai rolar casal?❤️
2025-06-05
0
Antonia Silva
Parece uma belezura de homem 😍😍😍😍😍😍
2025-06-16
0