Hana passou os dias seguintes em modo “fantasma educado”: respondia com “uhum”, “pode ser”, “tanto faz”. E Minjae, que vivia reclamando do falatório dela, começou a odiar o silêncio.
Na quarta-feira, ele chegou mais cedo em casa. Comprou o bolo de morango favorito dela. Não porque queria agradar, claro. Só… porque sobrou dinheiro. E ela ia gostar. Talvez.
— Ei… trouxe uma coisinha, — ele disse, deixando a caixa em cima da mesa.
— Obrigada, — respondeu Hana, sem olhar pra ele.
Pronto. Acabou. A mulher que passava três horas debochando do preço do açúcar agora só dizia “obrigada”.
— Tá tudo bem com você? — ele soltou, depois de um tempo.
— Uhum.
— Você não parece bem.
— E você parece alguém que se importa?
Aquilo doeu mais do que deveria. Ele respirou fundo.
— Tô tentando conversar, Hana.
— Minjae, eu só tô cansada. Não precisa forçar nada.
E saiu da cozinha com o bolo nas mãos, sem comer.
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Na sexta-feira, Jiwon voltou. Com pizza.
— Essa casa sem briga perde metade da graça, — disse, olhando pro clima pesado. — Vocês terminaram sem começar, foi isso?
— Vai à merda, respondeu Minjae.
— Nossa, tá sensível. Já viu se é TPM?
Hana apareceu na sala. Cabelo preso, moletom largo, cara de poucos amigos.
— Boa noite, disse, seca.
— Boa noite, baixinha rancorosa, — Jiwon brincou.
Ela não riu.
Minjae se sentou no sofá, olhando pro celular como se fosse a solução de todos os seus problemas.
“Vamos sair hoje? Pra matar a saudade.”
A mensagem de Yerin ainda estava lá, sem resposta.
— Quem é Yerin? — Jiwon perguntou, espiando por cima do ombro.
— Uma ex. Nada demais.
— Nada demais tá te fazendo olhar pra tela igual adolescente carente. Vai sair com ela?
Minjae não respondeu. Hana, do corredor, escutou. E voltou pro quarto.
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No sábado, a bomba estourou.
Hana saiu cedo, pra respirar. Caminhou sem rumo, parou num café, pensou na vida — e quando voltou, deu de cara com Yerin, sentada no sofá da sala.
Alta, linda, com a maquiagem impecável e as pernas cruzadas com classe de dorameira vilã.
— Ah… você deve ser a colega de contrato, disse Yerin, com um sorriso frio.
— E você é o erro do passado, Hana respondeu sem pestanejar.
Minjae, entre as duas, sentia vontade de evaporar.
— A gente só tava conversando, ele explicou. — Ela veio devolver uns livros.
— Sei. Porque livros são urgentes.
Yerin se levantou. — Eu vou indo. Foi bom conhecer você, Hana.
— Aham. Dá tchau pros livros também.
Quando a porta bateu, o silêncio reinou.
— Você podia ter avisado, Hana disse, cruzando os braços.
— Ela apareceu do nada. Eu não achei que…
— Você nunca acha nada, Minjae. Só deixa tudo acontecer.
Ele bufou.
— Você tá com ciúmes?
— CIÚMES? De você? Eu teria ciúmes de um cacto antes disso.
— Então por que tá surtando?
— Porque… porque… esquece. Não vale a pena discutir com você.
Ela entrou no quarto, batendo a porta. Ele ficou ali, olhando pro sofá onde Yerin esteve. E a única coisa que conseguia pensar era:
“Droga. Eu realmente não devia ter deixado essa mulher entrar aqui.”
Continua.
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Atualizado até capítulo 27
Comments
Cheng Lin2194
Super emocionante! 😭
2025-05-05
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