Capítulo 2: Carruagens Partindo na Penumbra

A poeira tóxica do experimento vulcânico de Alalu ainda pairava na atmosfera rarefeita de Nibiru, um véu fúnebre sobre um mundo que já definhava. Nos grandes salões do palácio de Agade, o silêncio era denso, quebrado apenas pelos relatórios sombrios dos cientistas e pelos murmúrios de descontentamento que nem mesmo a guarda real conseguia abafar completamente. Alalu, o rei que prometera salvação através do fogo, encontrava-se isolado em seu trono, sua autoridade desmoronando como as encostas instáveis dos vulcões que ele despertara em vão. O calor artificial que suas erupções trouxeram fora breve e enganoso; o frio que se seguiu, intensificado pela mortalha de cinzas que obscurecia o sol distante, era mais profundo, mais desesperador.

Foi nesse cenário de fracasso e medo que Anu fez sua entrada. Não como um conquistador à frente de exércitos, pois sua legitimidade não precisava de armas para se anunciar, mas como a própria personificação da Lei Anunnaki, antiga e imutável. Sua chegada ao Grande Salão do Conselho, onde Alalu presidia uma reunião tensa e infrutífera, foi como a de uma estrela fria e distante que subitamente se materializa, irradiando uma autoridade que silenciava qualquer oposição. Os membros do Conselho, antes divididos entre o apoio relutante a Alalu e o temor do futuro, curvaram-se instintivamente diante da figura alta e ancestral de Anu, cuja barba branca como a neve dos pólos de Nibiru contrastava com a energia sombria que emanava de seus olhos profundos.

Alalu, em seu trono, enrijeceu. A chegada de Anu era o golpe de misericórdia em seu reinado já moribundo.

"Alalu, filho de Anshargal," a voz de Anu ecoou pelo salão, calma, mas com um poder que fazia os cristais de iluminação vibrarem sutilmente. "Você se sentou neste assento sagrado, o Trono de Nibiru, através de métodos que a Lei questiona e que a história julgará. Prometeu restaurar a glória de nosso mundo. Em vez disso, mergulhou-o em mais escuridão."

Anu caminhou lentamente em direção ao trono, cada passo ecoando a gravidade de eras. "Você ousou despertar os poderes primordiais da criação, usando as Armas de Terror que nossos ancestrais selaram com juramentos de sangue, para seus experimentos irresponsáveis. Olhe ao redor, Alalu! Olhe para o céu de Nibiru, envenenado por sua arrogância! Olhe para o desespero nos olhos de nosso povo! Você não apenas falhou; você profanou!"

Alalu tentou encontrar palavras, uma justificativa para suas ações desesperadas. "Eu agi pela sobrevivência de Nibiru! Lahma nos levaria à extinção com sua inércia!"

"Você, meu primo," – a forma de tratamento soou quase como um escárnio na boca de Anu, lembrando a todos da linhagem questionável de Alalu em comparação com a sua própria, descendente direta dos primeiros reis divinos – "quebrou a lei sagrada, desonrou a coroa com loucura e precipitação! Você fala em sobrevivência, mas trouxe apenas mais morte e desolação!" A voz de Anu elevou-se, não em fúria descontrolada, mas na indignação fria da autoridade incontestável. "Vou lhe mostrar que para ser o rei, é preciso conhecer a lei! A Lei que nos rege, a Lei que mantém o equilíbrio dos mundos! Eu, Anu, descendente de An, protetor da Lei Eterna de Nibiru, reclamo este trono que me é devido por direito ancestral e pela necessidade premente de nosso planeta!"

O desafio estava lançado. Alalu olhou para os rostos dos conselheiros, buscando um último vestígio de apoio. Encontrou apenas o vazio, o medo, a condenação silenciosa. Sua base de poder, construída sobre promessas vazias e medo, desmoronara sob o peso de seu próprio fracasso. Com um suspiro que pareceu carregar toda a amargura de sua ambição frustrada, ele se encolheu no trono. A luta, se alguma vez houve chance de uma, terminara.

O Conselho Anunnaki, com uma unanimidade que beirava o alívio, aclamou Anu como o novo Rei de Nibiru. Guardas leais a Anu, que surgiram como que por magia dos cantos sombrios do salão, avançaram. Alalu foi despojado de suas insígnias reais – a coroa, o cetro, o selo – e conduzido para fora, não para a morte imediata, pois Anu era um rei de leis, não de vingança cega, mas para um confinamento seguro em seus aposentos, onde aguardaria o julgamento formal do Conselho sobre seus crimes contra Nibiru.

Anu assumiu o trono, e uma sensação de ordem, ainda que sombria e frágil, começou a retornar a Agade. Sua primeira tarefa foi confrontar a realidade aterradora da crise atmosférica, agora agravada pela aventura vulcânica de Alalu. Convocou Enki, seu filho, cuja sabedoria científica era sua maior esperança.

"Pai," disse Enki, após apresentar os dados desoladores sobre o estado da atmosfera e as parcas reservas de energia do planeta, "a situação é mais grave do que quando Alalu tomou o poder. Suas ações selaram qualquer esperança de uma solução interna a curto prazo. Precisamos olhar para fora, e rapidamente."

Ele então reapresentou, com novos dados e uma urgência renovada, a antiga proposta – talvez baseada em fragmentos de pesquisa do próprio Alalu antes de sua ascensão, ou em conhecimentos mais profundos dos arquivos de Eridu em Nibiru – sobre o potencial aurífero de Ki, a Terra. O ouro, em quantidades massivas, pulverizado e espalhado na alta atmosfera, era a única tecnologia viável que os Anunnaki conheciam para criar um escudo térmico duradouro.

Anu ouviu, o rosto uma máscara de concentração. A ideia de uma missão interestelar para minerar um planeta primitivo era de uma complexidade e um risco assustadores. Mas os dados de Enki eram convincentes. As alternativas eram a morte lenta de Nibiru ou apostas ainda mais perigosas do que a de Alalu.

"Assim será feito," declarou Anu finalmente, sua voz ecoando com a autoridade de quem toma uma decisão que definirá o destino de sua raça. "A Grande Expedição a Ki será lançada! Enki, meu filho, você, com sua sabedoria e sua perícia, liderará a vanguarda. Vá à Terra. Estabeleça nossa base. Confirme as fontes de ouro. E inicie a extração que trará a salvação a Nibiru. Faça-o sob a Lei, com ordem, com propósito. Que esta missão seja o símbolo da restauração de nossa esperança e de nossa honra."

A notícia do decreto real espalhou-se por Nibiru. Uma nova e cautelosa esperança começou a substituir o desespero. As grandes docas espaciais subterrâneas, silenciosas por tanto tempo, voltaram à atividade. Naves de exploração e transporte, as "Carruagens Celestiais", começaram a ser preparadas, revisadas, equipadas para a longa e perigosa jornada. Cientistas, engenheiros, geólogos, pilotos e trabalhadores foram convocados, selecionados, preparados para a maior empreitada da história Anunnaki.

Enquanto Nibiru fervilhava com os preparativos da missão de Enki, Alalu, em sua reclusão vigiada, não se entregara ao desespero. Seu corpo podia estar preso, mas sua mente astuta ainda trabalhava. Sabia que seu tempo em Nibiru estava contado. Anu, embora justo, não poderia permitir que um usurpador que quase destruíra o planeta permanecesse impune ou como um foco de futuras conspirações. O exílio final, ou a morte, eram seus destinos mais prováveis.

Mas Alalu não era homem de aceitar o fim sem lutar. Ele ainda tinha alguns lealistas, aqueles que se beneficiaram de seu breve reinado ou que temiam represálias sob Anu. E ele tinha conhecimento de locais secretos, de arsenais esquecidos onde as Armas de Terror remanescentes – aquelas não usadas em seu plano vulcânico – ainda poderiam ser encontradas.

Numa noite escura, enquanto a maior parte da atenção de Agade estava voltada para os preparativos da partida da frota de Enki, Alalu pôs seu plano de fuga em ação. Os detalhes se perderam nas sombras, mas o resultado foi claro: ele escapou de sua prisão, conseguiu acesso a uma nave menor e mais rápida – talvez um antigo cruzador pessoal que mantivera escondido – e, crucialmente, carregou consigo um punhado daquelas armas proibidas, seu último e terrível trunfo.

“Ele partiu na calada da noite cósmica,” narrou Enki a Endubsar, a voz carregada de um pressentimento sombrio. “Um lobo solitário escapando do julgamento, uma sombra veloz e silenciosa cortando o negrume entre as estrelas. Seu destino: Ki. A Terra. O mesmo planeta para onde nossa frota se preparava para ir em missão de salvação. Mas Alalu não ia para salvar Nibiru. Ia talvez para salvar a si mesmo, ou para encontrar um novo reino onde pudesse ser rei, ou talvez, em sua amargura, para usar o poder que carregava para fins que nem mesmo eu ousava imaginar.”

E assim, enquanto as grandes Carruagens Celestiais de Enki, pesadas com equipamentos, pessoal e a esperança de um planeta inteiro, alinhavam-se nas rampas de lançamento, prontas para partir na penumbra da longa noite nibiruana, a pequena e rápida nave de Alalu já estava muito à frente, uma estrela cadente de ressentimento e poder proibido, rasgando o vazio em direção ao mesmo ponto azul e distante no firmamento.

A história dos Anunnaki na Terra, Endubsar compreendeu, não começaria com um único propósito, mas com dois. A missão oficial de Enki, ordenada por Anu para buscar a salvação através da ciência e da lei. E a jornada não oficial de Alalu, nascida do desespero, da ambição frustrada e do poder roubado. Duas carruagens partindo na mesma penumbra, carregando destinos que se entrelaçariam e colidiriam de formas trágicas e inesperadas no novo mundo que os aguardava.

Capítulos
1 Prólogo O Escriba e a Luz Silenciosa
2 Capítulo 1: O Suspiro do Planeta Vermelho
3 Capítulo 2: Carruagens Partindo na Penumbra
4 Capítulo 3: O Exílio e o Ouro Amargo
5 Capítulo 4: O Grito Através do Vazio
6 Capítulo 5: Pouso no Jardim das Águas
7 Capítulo 6: O Lar Longe de Casa
8 Capítulo 7: Elos de Um Trono Distante
9 Capítulo 8: A Promessa das Pedras
10 Capítulo 9: O Chamado do Abzu
11 Capítulo 10: Veias Abertas na Terra Negra
12 Capítulo 11: A Sombra da Rebelião
13 Capítulo 12: A Face que Contempla as Estrelas
14 Capítulo 13: Faróis na Poeira Vermelha
15 Capítulo 14: A Solidão dos Igigi
16 Capítulo 15: O Gosto de Terra e Fogo
17 Capítulo 16: A Lei Quebrada no Subsolo
18 Capítulo 17: A Argila e a Centelha
19 Capítulo 18: Os Primeiros Filhos de Ki
20 Capítulo 19: A Argila e a Centelha
21 Capítulo 20: Os Primeiros Filhos de Ki
22 Capítulo 21: O Jardim Vigiado
23 Capítulo 22: O Gosto Amargo do Conhecimento
24 Capítulo 23: O Convite Silencioso de Kingu
25 Capítulo 24: Olhando para o Berço Azul
26 Capítulo 25: O Mundo Fora dos Muros
27 Capítulo 26: Cicatrizes da Criação
28 Capítulo 27: O Peso da Terra, o Sopro do Céu
29 Capítulo 28: A Marca na Alma do Mundo
30 Capítulo 29: Quando os Deuses Caminhavam em Ki
31 Capítulo 30: Heróis de Barro e Estrelas
32 Capítulo 31: Presságios no Céu e na Terra
33 Capítulo 32: O Juramento e o Segredo
34 Capítulo 33: Uma Voz Além de Anu
35 Capítulo 34: A Arca da Memória Viva
36 Capítulo 35: A Montanha da Salvação e o Cheiro do Sacrifício
37 Capítulo 36: A Nova Aliança e o Destino dos Justos
38 Capítulo 37: A Difícil Arte de Recomeçar - Parte I (A Nova Margem e a Velha Ira)
39 Capítulo 38: A Difícil Arte de Recomeçar - Parte II (Novas Cidades, Velhas Divis
40 Capítulo 39: Inanna e Dumuzi - Parte I (A Primeira Geração Terrestre)
41 Capítulo 40: Inanna e Dumuzi - Parte II (A Descida e a Traição)
42 Capítulo 41: O Retorno de Anu - Parte I (A Vinda do Rei Celestial e a Nova Esper
43 Capítulo 42: O Retorno de Anu - Parte II (Decretos na Terra Lavada)
44 Capítulo 43: As quatro Regiões - Parte I (A Partilha do Mundo Devastado)
45 Capítulo 44: As quatro Regiões - Parte II (As Terras de Enki e os Reinos de Inan
46 Capítulo 45: As quatro Regiões - Parte III (O Mundo Dividido e o Olhar de Nibiru
47 Capítulo 46: Babel - Parte I (O Novo Tempo em Ki)
48 Capítulo 47: Babel - Parte II (A Ira dos Deuses e a Confusão)
49 Capítulo 48: Babel - Parte III (A Dispersão e o Medo)
50 Capítulo 49: A Ira de Marduk - Parte I (A Ascensão em Babilim)
51 Capítulo 50: A Ira de Marduk - Parte II (O Desafio a Nibiru e a Guerra na Terra)
52 Capítulo 51: A Ira de Marduk - Parte III (O Amargo Sabor do Poder)
53 Capítulo 52: É o Fim - Parte I (A Sombra das Armas de Terror)
54 Capítulo 53: É o Fim - Parte II (O Decreto da Aniquilação Seletiva)
55 Capítulo 54: É o Fim - Parte III (O Fogo dos Deuses e a Poeira da Morte)
56 Capítulo 55: O Vento Maligno - Parte I (A Nuvem da Morte e a Fuga dos Deuses)
57 Capítulo 56: O Vento Maligno - Parte II (A Desolação da Suméria)
58 Capítulo 57: O Vento Maligno - Parte III (Cinzas e Novos Começos)
59 Capítulo 58: Enuma Elish: O Princípio Celestial - Parte I (A Ascensão de Babilim
60 Capítulo 59: Enuma Elish: O Princípio Celestial - Parte II (A Nova Ordem e o Dis
61 Capítulo 60: Enuma Elish: O Princípio Celestial - Parte III (O Legado das Estrel
Capítulos

Atualizado até capítulo 61

1
Prólogo O Escriba e a Luz Silenciosa
2
Capítulo 1: O Suspiro do Planeta Vermelho
3
Capítulo 2: Carruagens Partindo na Penumbra
4
Capítulo 3: O Exílio e o Ouro Amargo
5
Capítulo 4: O Grito Através do Vazio
6
Capítulo 5: Pouso no Jardim das Águas
7
Capítulo 6: O Lar Longe de Casa
8
Capítulo 7: Elos de Um Trono Distante
9
Capítulo 8: A Promessa das Pedras
10
Capítulo 9: O Chamado do Abzu
11
Capítulo 10: Veias Abertas na Terra Negra
12
Capítulo 11: A Sombra da Rebelião
13
Capítulo 12: A Face que Contempla as Estrelas
14
Capítulo 13: Faróis na Poeira Vermelha
15
Capítulo 14: A Solidão dos Igigi
16
Capítulo 15: O Gosto de Terra e Fogo
17
Capítulo 16: A Lei Quebrada no Subsolo
18
Capítulo 17: A Argila e a Centelha
19
Capítulo 18: Os Primeiros Filhos de Ki
20
Capítulo 19: A Argila e a Centelha
21
Capítulo 20: Os Primeiros Filhos de Ki
22
Capítulo 21: O Jardim Vigiado
23
Capítulo 22: O Gosto Amargo do Conhecimento
24
Capítulo 23: O Convite Silencioso de Kingu
25
Capítulo 24: Olhando para o Berço Azul
26
Capítulo 25: O Mundo Fora dos Muros
27
Capítulo 26: Cicatrizes da Criação
28
Capítulo 27: O Peso da Terra, o Sopro do Céu
29
Capítulo 28: A Marca na Alma do Mundo
30
Capítulo 29: Quando os Deuses Caminhavam em Ki
31
Capítulo 30: Heróis de Barro e Estrelas
32
Capítulo 31: Presságios no Céu e na Terra
33
Capítulo 32: O Juramento e o Segredo
34
Capítulo 33: Uma Voz Além de Anu
35
Capítulo 34: A Arca da Memória Viva
36
Capítulo 35: A Montanha da Salvação e o Cheiro do Sacrifício
37
Capítulo 36: A Nova Aliança e o Destino dos Justos
38
Capítulo 37: A Difícil Arte de Recomeçar - Parte I (A Nova Margem e a Velha Ira)
39
Capítulo 38: A Difícil Arte de Recomeçar - Parte II (Novas Cidades, Velhas Divis
40
Capítulo 39: Inanna e Dumuzi - Parte I (A Primeira Geração Terrestre)
41
Capítulo 40: Inanna e Dumuzi - Parte II (A Descida e a Traição)
42
Capítulo 41: O Retorno de Anu - Parte I (A Vinda do Rei Celestial e a Nova Esper
43
Capítulo 42: O Retorno de Anu - Parte II (Decretos na Terra Lavada)
44
Capítulo 43: As quatro Regiões - Parte I (A Partilha do Mundo Devastado)
45
Capítulo 44: As quatro Regiões - Parte II (As Terras de Enki e os Reinos de Inan
46
Capítulo 45: As quatro Regiões - Parte III (O Mundo Dividido e o Olhar de Nibiru
47
Capítulo 46: Babel - Parte I (O Novo Tempo em Ki)
48
Capítulo 47: Babel - Parte II (A Ira dos Deuses e a Confusão)
49
Capítulo 48: Babel - Parte III (A Dispersão e o Medo)
50
Capítulo 49: A Ira de Marduk - Parte I (A Ascensão em Babilim)
51
Capítulo 50: A Ira de Marduk - Parte II (O Desafio a Nibiru e a Guerra na Terra)
52
Capítulo 51: A Ira de Marduk - Parte III (O Amargo Sabor do Poder)
53
Capítulo 52: É o Fim - Parte I (A Sombra das Armas de Terror)
54
Capítulo 53: É o Fim - Parte II (O Decreto da Aniquilação Seletiva)
55
Capítulo 54: É o Fim - Parte III (O Fogo dos Deuses e a Poeira da Morte)
56
Capítulo 55: O Vento Maligno - Parte I (A Nuvem da Morte e a Fuga dos Deuses)
57
Capítulo 56: O Vento Maligno - Parte II (A Desolação da Suméria)
58
Capítulo 57: O Vento Maligno - Parte III (Cinzas e Novos Começos)
59
Capítulo 58: Enuma Elish: O Princípio Celestial - Parte I (A Ascensão de Babilim
60
Capítulo 59: Enuma Elish: O Princípio Celestial - Parte II (A Nova Ordem e o Dis
61
Capítulo 60: Enuma Elish: O Princípio Celestial - Parte III (O Legado das Estrel

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!