Selena - Acha que ela vai aguentar o peso do seu mundo? As decisões que você toma? As coisas que esconde até de mim?
— Acha mesmo que ela é forte o suficiente?
Me viro olhando para ela friamente ..
Cael- Não é da sua conta.
Selena - Não? Você me envolveu, Cael. Me fez acreditar que era diferente. E depois me descartou como se eu fosse um risco reputacional.
Cael - Porque você se tornou um.
Selena fecha os olhos por um segundo, engolindo o golpe. Quando fala de novo, a voz está baixa, venenosa.
Selena - Cuidado com ela, Cael.
Cael - Isso é uma ameaça?
Selena - É um aviso… de alguém que já esteve no lugar dela. E não esquece como doeu cair.
Ela se vira para sair, mas antes de abrir a porta, lança o último olhar sobre o ombro:
Selena - E mais uma coisa. Se o Dante também estiver olhando pra ela… então a queda vai ser de todos vocês.
A porta se fecha. E pela primeira vez em muito tempo, permanece ali… imóvel. Sabendo que Selena pode ter razão. Ou pior… pode ter planos. Respiro fundo e volto a me sentar ..
Isadora narrando ..
Eu já tinha sentido os olhos dela me seguindo no corredor.
A forma como os sorrisos ao redor desapareciam quando ela passava Selena Valliant não era apenas poderosa .. Ela era o tipo de mulher que fazia o ambiente inteiro se ajustar ao seu humor.
E naquele dia… o humor dela era claramente guerra.
Eu estava organizando a papelada do briefing da manhã quando ouvi o som dos saltos ecoando em minha direção. Nem precisei levantar o rosto para saber quem era.
Selena - Sozinha de novo? — ela disse, como quem lança uma isca.
Selena - Não cansa de parecer tão… dedicada?
Levantei os olhos devagar, firme, mesmo com o estômago revirando.
Isadora - Estou apenas fazendo meu trabalho, Selena.
Ela sorriu como quem já ouviu isso antes.
Selena - Claro que está. Uma garota esforçada, sorridente, educada…
Selena - Você tem tudo que precisa pra ser perigosa.
Inclinei levemente a cabeça.
Isadora - Perigosa pra quem?
Ela se aproximou, apoiando as mãos delicadas e afiadas na minha mesa. Seu perfume invadiu o espaço, doce e cortante.
Selena - Você acha que conhece o jogo porque está dentro do tabuleiro agora, Isadora. Mas tem peças aqui que foram feitas pra vencer. E outras… pra serem derrubadas.
Isadora - E você se considera o quê? — perguntei, sem desviar o olhar.
Selena - Eu sou a regra que ninguém ousa quebrar — respondeu, séria.
Selena - E você? .. Você ainda está tentando descobrir se é peão, rainha… ou só um passatempo temporário na vida de dois homens que nunca jogam limpo.
Engoli seco.
Mas respirei fundo. E sorri.
Isadora - Se eu for um passatempo… é bom que aproveitem. Porque eu costumo deixar marcas.
Os olhos dela cintilaram por um segundo. Uma mistura de raiva e respeito.
Selena - Veremos quanto tempo você dura — disse por fim, se endireitando e se virando para sair.
Isadora - Veremos quem derruba quem — respondi baixinho, quando ela já estava a três passos de distância.
Ela parou. Não se virou. Mas eu sei que ouviu.
E naquele momento, eu soube: Selena não ia parar.
Mas eu também não ela sai dali me deixando completamente irritada , aquele dia horrível não tem fim ? Meu Deus isso era muito para mim …
Eu tentei voltar ao foco.
Papéis, e-mails, prazos.
Mas era impossível esquecer o olhar de Selena… como se ela tivesse me marcado com o nome dela, me avisando que o jogo estava em andamento e que eu era a próxima peça a ser sacrificada.
Foi quando ouvi a voz dele, leve como sempre, mas com uma pontada de atenção que me desmontava por dentro.
Dante - Isa?
Levantei os olhos. Dante.
Sem terno hoje, só a camisa dobrada nos braços e aquele sorriso de canto que parecia saber mais do que dizia. Ele encostou na lateral da porta e me olhou de cima a baixo.
Dante - Tá tudo bem?
Tentei fingir, juro que tentei.
Isa - Claro. Só um pouco sobrecarregada.
Ele entrou devagar, fechando a porta atrás de si como quem queria nos isolar do mundo. Sentou na borda da minha mesa, perto demais.
Dante - Foi a Selena, não foi?
Meu silêncio respondeu por mim.
Dante - Ela é… um furacão elegante. — ele disse
Dante - Mas você não precisa deixar que ela te abale.
Isa - Não me abalou — respondi, firme, mas ele me olhava com olhos de quem enxerga além.
Dante - Você tremeu só um pouquinho. — riu. — e apontou pra minha mão, ainda firme sobre a caneta, mas um pouco tensa demais.
Respirei fundo, frustrada.
Isa - Eu não entendo por que ela me vê como uma ameaça.
Dante me olhou por um segundo longo. Depois, se inclinou levemente.
Dante - Porque você é.
Isa - Pra quem? — perguntei.
Dante - Pra todo mundo que acha que pode controlar o jogo. — respondeu com sinceridade. —
Dante - Você não tem noção do efeito que causa, Isadora.
Eu sorri, meio incrédula.
Isa - E você faz parte desse “todo mundo”, Dante?
Ele não respondeu de imediato. Apenas se aproximou um pouco mais.
Dante - Eu não sei se quero te controlar… ou só assistir enquanto você vira o tabuleiro.
Meu coração pulou. Literalmente.
Antes que eu pudesse responder, ele estendeu a mão e ajeitou uma mecha do meu cabelo que caía no rosto.
Dante - Só quero que saiba que… se ela começar a jogar sujo… você não tá sozinha, tá?
Isa - Tá dizendo que vai me proteger?
Dante - Tô dizendo que já estou.
E antes de sair, Dante se inclinou e beijou minha testa — lento, quente, certo demais. O tipo de gesto que bagunçava minha respiração mais do que qualquer beijo roubado.
Ele saiu como se nada tivesse acontecido.
Mas eu fiquei ali, tremendo.
Porque talvez eu estivesse mesmo virando o tabuleiro.
E só agora percebia o quanto isso era perigoso.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 82
Comments
luciane souza
Momentos tensos para saber quem pode mais
2025-04-26
2
Lorrainecristinioliveira Oliveira
nossa os dois se apaixonaram
2025-04-25
1
Leoneide Alvez
tão apaixonados
2025-04-25
1